Lua Nova em Áries – A domação

Este texto é um dos mais lúcidos que vi recentemente sobre as atuais configurações, particularmente sobre a Lua Nova e Marte Retrógrado. Foi escrito por April Elliot Kent, do site de Astrologia Big Sky Astrology. Traduzo o artigo de April Elliot , com sua autorização, porque gostei muito e achei seus insights preciosos para estes tempos.

Portanto, este texto não é meu! Você pode ver o texto original em inglês aqui.

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Lua Nova em Áries – A domação

Tem mais que uma pitada de loucura nesta Lua Nova em Áries, com o Sol e a Lua conjuntos a Urano e quadrando Júpiter e Plutão. Todo mundo parece ocupado e sobrecarregado ao ponto de exaustão. É como se estivéssemos sofrendo de uma exaustão adrenal coletiva.

Tenho me perguntado por que não consigo fazer mais, mas quando olho minha programação fica claro que estou fazendo muito, mesmo que não seja exatamente o que eu gostaria de realizar. Minha agenda de compromissos está coberta com meus rabiscos e caligrafia falhada. Meus dias estão cheios até a tampa, mesmo que minha conta no banco não esteja.

Há trabalho registrado ali, algumas reuniões e compromissos, notas sobre remédios homeopáticos que tomei. Mas muito do que enche meus dias não está escrito em lugar nenhum. Telefonemas preocupantes sobre pessoas que eu amo. O desmoralizante ritual anual de juntar as informações sobre perdas e lucros nos negócios para a declaração de Imposto de Renda; uma sensação de derrota sobre o último revés na minha carreira. O cacarejar ao redor do meu marido que atravessa seu período anual  estressante de crise no trabalho.

Meu livro está cheio, minha vida está caótica, mas muito disso são só coisas que me fazem querer fugir para longe. É isso então que significa ter uma Lua Nova conjunta a Urano e quadrando Júpiter e Plutão – pressão desmoralizante e anseio por liberdade?

Minhas preocupações e desgraças são felizmente pequenas; para alguns, os problemas têm sido bem maiores. Um jovem colega morreu semana passada e quando eu ouvi a notícia eu senti algo que jamais esperaria: alegria. Ele estava sofrendo, preso numa casca deficiente, e ele simplesmente não me parecia o tipo de cara que foi feito para aquele tipo de prisão. Ele era grande demais, alegre e louco. Então eu senti um alegre alívio com a notícia, do jeito que você se sentiria se soubesse que um cavalo selvagem fugiu do aprisionamento de um domador cruel. Você gritaria e daria um soco triunfante para o alto, aplaudindo-o.

Nós começamos como cavalos selvagens, todos nós, e a vida é um processo através do qual nós somos domados. Alguns de nós são civilizados por mestres gentis que nos ensinam limites sem quebrar nosso espírito. Outros de nós são brutalizados por circunstâncias cruéis que nos ensinam a pisotear tudo o mais em nosso caminho. Muitos de nós encontraram ambos os tipos de mestres; alguns dias nós galopamos, outros dias pisoteamos.

Tem sido um ano difícil até aqui, e muitos de nós estão inquietos, quase a ponto de debandar num estampido. Marte, o regente planetário de Áries, é o último de uma série de retrogradações disruptivas – primeiro Vênus, depois Mercúrio e agora Marte, não apenas retrógrado, mas retrógrado em Libra (um signo difícil para ele). Francamente, colocar Marte em tal situação desconfortável, e então colocar a Lua Nova em Áries como ponto focal de uma configuração tremendamente estressante, é mesmo uma ousadia cósmica!

Já há alguns anos astrólogos têm escrito sobre a épica quadratura que vem se desdobrando entre Urano em Áries e Plutão em Capricórnio. Mais ou menos se assumiu que o mundo iria irromper numa conflagração de terror e sofrimento apocalíptico que nos deixaria de queixo caído de horror. Todo dia um Pearl Harbor, todo dia um 11 de setembro. Tem havido momentos terríveis, tanto pessoais quanto coletivos. Porém, para muitos de nós tem sido uma campanha planetária continuada, mas menos vistosa, de nos chacoalhar e de quebrar e trazer abaixo muitas coisas. Vemos isso em pequena e larga escala, no clima, na política, nos nossos relacionamentos e carreiras. Muitos de nós estão passando por períodos bem mais difíceis do que outros, mas todos somos afetados, ninguém está ileso. Urano e Plutão são ambos mestres brutais.

Mesmo na melhor das épocas, a estação Ariana não se presta naturalmente a lidar com frustração, atraso ou contenção. E esta dificilmente é a melhor das épocas. Com Marte retrógrado e Urano em Áries, essa Lua Nova é o equivalente a caçar briga com alguém que você sabe que é particularmente volátil e suscetível: qual será o resultado, violência ou uma lição sobre contenção?

Em alguns dias, pode parecer que estamos há minutos de nos fundir com o infinito. Até onde eu sei, isso pode até ser o caso. Mas minha crença é que o que está acontecendo fora de nós e ao nosso redor é um reflexo do que está dentro de nós: cavalos selvagens, forças de espontaneidade e liberdade, em conflito direto com forças poderosas de controle. Algumas destas forças devem ser resistidas, porque a alternativa é a perda da alegre liberdade. Mas às vezes, o controle pode ser nosso amigo, ajudando-nos a conter e explorar nossa força e energia para realizar mais do que sonharíamos ser possível.

Nós temos os cavalos selvagens de Urano em Áries dentro de nós; e com Plutão em Capricórnio, as sociedades estão se transformando de formas que desafiam a primazia da individualidade desenfreada. Cabe a cada um de nós decidir se nossos cavalos precisam ser domados ou libertados, e então fazer isso acontecer – o mais gentilmente possível.

© 2014 by April Elliot Kent – traduzido por Maria Eunice Sousa, com autorização da autora, a partir do texto original em inglês.

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Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

0 thoughts on “Lua Nova em Áries – A domação

  • 4 de abril de 2014 em 13:24
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    Cara Maria Eunice, Desde dez. 2013 minha vida virou de perna pro ar. Eu me pergunto: onde estava que não tinha visto “as coisas” como de fato são? Um sentimento ruim que não sei nem explicar. Mas é certo de que mudanças precisão ser feitas em relação aos meus “queridos”, meu trabalho, a vida………….Não vivi!…….Uma sensação de perda enorme. 20 anos se passarão e eu não vivi……Valores totalmente equivocados. E o pior disto tudo é que as pessoas sinalizavam no sentido da mudança e eu não capatei a mensagem emitida. Abçs., Wivian.

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    • 4 de abril de 2014 em 14:03
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      Olá Wivian, Obrigada pela visita ao blog!

      Às vezes a gente está tão empenhada em conseguir certos objetivos que fica cega para outras coisas, e até para a voz interior dizendo que talvez não seja exatamente aquilo… Então, algo acontece e parece que o chão desapareceu de debaixo dos nossos pés. Talvez seja bom você chorar essa perda por um tempo, esse “não vivi”, perceber e admitir que estava errada. Mas é preciso também ter compaixão por você mesma, lembrar que por mais que hoje você perceba estes valores como equivocados, eles faziam sentido antes, eles pareciam certos. Cair na autoflagelação não vai ajudar em nada, então, dê as boas vindas a essas mudanças todas, a essa “nova Wivian”, e, se for possível, quando for possível, olhe para você mesma com um pouco de humor também, rir da gente mesmo e dos nossos erros pode trazer um pouco de perspectiva na hora do caos.
      Uma Wivian antiga morreu, mas outra nova está surgindo e tem toda uma vida de novidades e experimentações pela frente, por mais que isso pareça amedrontador no momento, pode ser também muito estimulante.
      Nada está perdido, tenha confiança!
      Uma vida inteiramente nova começa para você agora, faça com ela o que você quiser, faça diferente, faça valer à pena, viva a vida que você realmente quer viver!
      Boa sorte querida, que os deuses lhe apontem a luz e o melhor caminho!
      Grande abraço
      Eunice

      Resposta
      • 9 de abril de 2014 em 03:53
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        Cara Maria Eunice,
        Muito obrigada pelas palavras. Elas refletem bem a minha situação. Foi uma morte o que ocorreu comigo! Fiquei refletindo, em 2007 quando ocorreu o tsunami de Sumatra, também passei por um momento destes e salvo engano (pois sou leiga), a configuração também sinalizava para perdas e “mortes”: luto.
        No momento, as coisas e o ambiente são estranhos pra mim, sinto-me como um peixe fora da água. Está tudo muito estranho, uma sensação de não pertencer a nada. É horrível o sentimento.
        Nascimento: 7 abr. 1966.

        Abçs.,
        Wivian Nereida Silveira

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