O Fim de Semana Astrológico e as Eleições no Brasil – Vamos pescar, ser pescados ou usados como iscas??

4 e 5 de outubro

O sábado já se foi, mas ainda vale a pena falar dele, devido ás configurações importantes que ficaram exatas ontem e que se estendem pelo domingo. Primeiro o Sol em Libra em quadratura exata a Plutão em Capricórnio, formando uma T-Square por causa da oposição a Urano em Áries; depois a quadratura de Marte em Sagitário a Quíron em Peixes, e no virar da noite seu trígono a urano em Áries – que, aliás, é um Grande Trígono em fogo, envolvendo também Júpiter em Leão; Vênus em Libra em quincunce exato a Netuno em Peixes, e Mercúrio estacionando a 2°17’ de Escorpião e ficando retrógrado hoje, domingo. E a Lua em Aquário, envolveu-se no sábado em outra T-Square, fixa, opondo-se a Júpiter em Leão e quadrando Saturno em Escorpião. No domingo a Lua entra em Peixes e passa o dia conjunta a Netuno e estes dias precedem ainda um eclipse total da Lua na quarta-feira, dia oito. Nada é por acaso mesmo, afinal, como se poderia escolher um fim de semana mais intenso para as eleições de primeiro turno?

Tanto pela conclusão do primeiro turno das eleições quanto pela exatidão de tantos aspectos, há no ar uma atmosfera de conclusão, de clímax de algo que veio se formando e ganhando corpo nas últimas semanas ou dias – na verdade, sabemos que não coincidências. Será que nossa fé e nossa esperança de dias melhores, nossa esperança no novo serão suficientes ou resistirão às verdades desencavadas por Plutão, que desafia nosso senso de civilidade, de decência, de decoro e de justiça, representados por Libra?

É mesmo muito oportuno que tenhamos esta T-Square tão tensa e explosiva justo no dia das eleições. Ela representa a verdade estampada e escancarada, aquilo que não é mais possível ignorar e jogar para um canto obscuro ou para debaixo do tapete. O Sol em Libra vem relembrar os anseios por mudança e transformação que estiveram tão realçados durante o primeiro semestre do ano, simbolizados pela Grande Cruz Cardinal. Se queremos tanto mudar e mudar para melhor, precisamos ter coragem de encarar os escombros da destruição causada por Plutão, que não permite que tenhamos ilusões ou que recorramos a meias medidas. Estamos mesmo dispostos a pagar o preço?

Os emaranhados astrológicos representam os emaranhados psicológicos e vivenciais pelos quais passamos. A Lua em Aquário tem regência dupla de Saturno e Urano e ambos se remetem a Marte como regente, com Saturno se remetendo também a Plutão. Quer dizer, precisamos nos responsabilizar pelos nossos desejos e ações e também assumir os encargos coletivos que me cabem. Como venho dizendo há muito tempo, reclamamos dos políticos e esquecemos que eles representam o povo em muitos níveis além do literal. Um político sai do seio do povo e representa suas práticas, suas crenças, seus valores e sua ética. Se não gostamos do que nossos legisladores e governantes andam fazendo precisamos olhar para nosso próprio rabo e perceber que ele está em chamas; assumir que se falta ética na esfera pública, é porque falta ética na alma do povo. Os políticos são espelhos gigantescos que refletem os complexos dos indivíduos que formam o coletivo que é a nação, mas até agora, preferimos usá-los apenas como receptáculos das projeções do que há de mais obscuro em nós, numa polaridade em que nós somos todo-luz e ele são todo-escuridão.

Há ainda um ponto que me incomoda muito nos discursos que tenho ouvido. Tenho escutado e lido nas redes sociais as pessoas dizerem que “se sentem órfãs”, tão esdrúxulas estão as alternativas para se votar. Em muitos casos é mesmo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, ou seja, não há opção minimamente digna no pleito. Confesso que eu mesma me percebi “órfã” nestas eleições, sem opções. E aí incorremos no erro: orfandade implica a falta de pais, de genitores que tomem conta de nós efetivamente e vem nos lembrar da nossa ingenuidade e imaturidade política e democrática. Não queremos um representante que cuide de nossos interesses públicos, queremos um “pai” que tome conta de nós feito criancinhas incapazes e indefesas; queremos um redentor que resolva tudo sem que precisemos nos preocupar ou aborrecer com as coisas “chatas” da política e da economia; que faça por nós enquanto comodamente continuamos dormindo na nossa inconsciência; em resumo, continuamos fantasiando e ansiando por um “salvador da pátria”, que venha nos salvar e resolver tudo num passe de mágica, que suje as mãos por nós, que faça o trabalho “sujo” que nós, Deus nos livre, não temos coragem de fazer! E então, feito Alice, viveremos no País das Maravilhas – mas, convenientemente, esquecemos que a Rainha – ou o Rei, tanto faz o sexo –  é louca e corrupta e que não quer tomar conta de ninguém, muito pelo contrário, vai fazer de tudo para eliminar a todos que se puserem no seu caminho, de forma arbitrária e totalitária, até que chegue a hora em que ouviremos “cortem-lhe a cabeça!”, imediatamente antes de ouvimos o baque surdo de nossa própria cabeça rolando ladeira abaixo – não esqueçamos que muitos sonham com a volta da ditadura, porque “na ditadura sim, havia lei!” e nos sentíamos cuidados” – Cuidado com o que você deseja, porque você pode conseguir!

Somos uma democracia bebê, ainda temos muito que evoluir e aprender. Porém, urge que comecemos a nos responsabilizar e assumir nosso papel e cidadania, literal e simbolicamente. Há mecanismos de acompanhamento do trabalho e desempenho de todas as funções públicas, desde os vereadores até o presidente da República. Cabe a cada um averiguar e acompanhar o que seu deputado, senador ou governador está fazendo, ao invés de esperar que a imprensa faça isso sozinha por nós, manipulando fatos conforme seus próprios interesses. Muitos, após as eleições, até esquecem em quem votaram, deixando para se preocupar com isso de novo somente quatro anos depois, quando então resolvem vociferar e vomitar sua insatisfação contra “esses políticos corruptos que só sabem roubar” de forma zangada mas vazia.

Temos um longo caminho à nossa frente e a mudança coletiva depende das mudanças individuais, então precisamos lembrar: votamos e elegemos representantes, mas o exercício da cidadania não pára por aí, apenas começa – não podemos entregar nossa cidadania junto com nosso voto e se continuarmos incorrendo nesse erro, os políticos vão continuar simbolizando o que somos: um povo que, além de ingênuo, é individual e politicamente irresponsável, imaturo e corrupto. E não haverá nada que possa nos salvar disso.

A Lua em Peixes misturada com Netuno mais Mercúrio retrógrado levanta preocupações para este dia eleitoral, porque simbolizam potencial de confusão, engodos e equívocos nas apurações. Podemos ficar confusos na última hora sobre nossas escolhas e a influencia realça ainda nosso anseio por um salvador, além de favorece aos eleitoreiros e demagogos, além dos embustes envolvendo a boa fé dos mais incautos. Fiquemos atentos aos anzóis com iscas brilhantes e luxuriantes que jogam à nossa frente! Nós vamos pescar, vamos ser pescados ou usados como isca?

Boa eleição e boa pescaria para todos!

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

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