2016 – O Ano da Ressaca

depositphotos_2015 terminou, passou janeiro e já passou até o carnaval. Talvez, para muitos já nem faça muito sentido publicar um texto sobre o ano “novo” que já está pra lá de velho… Mas eu havia prometido e promessa é dívida! Comecei este texto ainda em dezembro. Então precisei parar por causa de outra demanda – outro texto astrológico sob encomenda – que tinha uma deadline super apertada. Depois surgiram questões familiares de última hora,  veio a Zika… Enfim, o fato é que só agora consigo tempo e energia para retomar o “textão” sobre 2016 e já que estamos abrindo ciclo de Aquário, aquele que olha para o futuro, nada melhor do que olhar o futuro com algumas pistas dos desafios e oportunidades escondidos nas dobras do tempo! E afinal de contas, como diz o ditado, o ano só começa, no Brasil, depois do carnaval. Então, vamos começar o ano! Eis o texto!

“Como será o amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser”, diz um samba enredo de muitas eras atrás. A Astrologia busca responder a alguns destes questionamentos, não profetizando um destino pré-determinado, mas traçando as perspectivas e apontando as tendências para que possamos nos preparar e tirar o melhor proveito dos panoramas e contingências que se descortinam à nossa frente; para que possamos nos conscientizar, mudar de atitude quando for o caso, para ir ao encontro do que a vida demanda de nós.

Significadores

Então, quais são as tendências para 2016? O que nos espera? Como nos preparar? De modo geral, temos um ano bastante desafiador à frente, que exigirá de nós o máximo de nossa fé e resiliência. E para apontar as perspectivas deste ano, vamos analisar, separadamente, a regência do ano, que neste caso é do Sol; as atuais configurações dos planetas lentos de Júpiter a Plutão; o mapa de Ingressão do Sol em Áries, que é quando o ano astrológico se inicia; e os eclipses. A partir destes dados teremos uma visão mais clara da dinâmica do ano.

Reprodução

2016 – Regido pelo Sol – um novo ciclo que começa

2016 é regido pelo Rei Sol, o Senhor e centro do nosso sistema. Uma vez que o Sol é o grande doador de luz e de calor para o planeta, já podemos dizer, de imediato, que teremos outro ano de muito calor e de temperaturas acima da média. Mas para além dessas obviedades, um ano regido pelo Sol é um ano para seguirmos nosso coração, com coragem, determinação e alegria; para ousarmos ser nós mesmos, com nossas cores mais verdadeiras, assumindo nossa identidade especial, ao invés de querer ser igual a todo mundo, em lugar de querer nos encaixar nas normas e regras que achatam a tudo e a todos. Um ano regido pelo Sol é um ano de vitalidade, visto que o Sol representa isso na Astrologia e isso ajuda sim, a diminuir a desesperança e o marasmo representados por Saturno-Netuno. É um ano de buscar nos expressar mais criativamente, favorecendo nossa singularidade e aquilo que temos de mais invulgar, portanto, o Sol também sugere que sejamos criativos, que busquemos realizar nossos potenciais verdadeiramente, que paremos de reclamar e de pensar “e se” para pensarmos em “quando”, para nos lançarmos em novos caminhos criativos que nos levem a manifestar nossas melhores qualidades. É um ano para focar em si mesmo e nos próprios objetivos pessoais, cuidando, é claro, de não resvalarmos no egoísmo puro e exacerbado.

O Sol, sendo o centro do nosso sistema, simboliza o centro da personalidade, o cerne da nossa consciência. Isso significa que 2016 é um ano para trabalharmos em direção a um aumento da consciência, tanto em termos individuais quanto coletivos. É possível que haja um despertar para nosso papel individual no plano maior das coisas; uma percepção maior de nosso papel de pequenas células no grande tecido da vida e do mundo como ele é. E, alcançando esse nível mais elevado de consciência e afinando-nos com as qualidades mais positivas do Sol talvez sejamos capazes de ser mais generosos. Pesquisas na área da Física Quântica têm demonstrado que sim, cada indivíduo influencia o todo e cada ação individual, por menor que seja, repercute no tecido de todo o sistema, portanto, não podemos nunca duvidar do poder da nossa ação consciente, quando ganhamos consciência, o todo se expande. Sendo o centro do sistema, um ano regido pelo Sol também significa o início de um novo ciclo. Como o Sol rege o signo de Leão, este ano favorece especialmente aos Leoninos.

Saturno e Netuno – O Ogro e o Louco

Muitos dos desafios de 2016 são simbolizados por uma quadratura que fica ativa durante praticamente todo o ano, entre Saturno e Netuno, dois planetas cujo ciclo simboliza grandes mudanças sociais e coletivas, especialmente nos âmbitos político, econômico e espiritual. Esta é uma quadratura minguante, a última de um ciclo que começou em 1989/90, portanto, seus temas reverberam dos acontecimentos que tomavam lugar naqueles anos. Você lembra o que estava acontecendo entre 1989 e 1990 em termos sociais e políticos? E na sua vida pessoal? Saturno representa todos os tipos de estruturas: políticas, econômicas, sociais, espirituais; representa o status quo, a tradição, o conservadorismo, os sistemas estabelecidos; representa  a necessidade de segurança, de ordem, de regras; Saturno representa ainda o princípio da realidade com todos os seus limites e barreiras, entre muitas outras coisas. Já Netuno simboliza a dissolução e fragmentação de tudo aquilo que Saturno defende: uma fragmentação literal e figurativa dos sistemas de poder econômico, político, social, espiritual; a desconstrução de tudo o que está posto, de forma insidiosa e quase imperceptível, mas definitiva e irrevogável.

Enquanto Saturno representa a realidade, Netuno representa a ilusão e a fantasia, os escapismos vários que usamos para nos evadir da dureza da realidade, como álcool, drogas, religião, vícios em geral, visões fantasiosas; também representam mudanças significativas nas indústrias do cinema, da arte e da música. Assim, quando colocamos os dois juntos, percebemos que este é um ano de muitas desilusões, de nos defrontarmos com as ilusões que criamos ao longo dos últimos 25 anos, as mentiras nas quais resolvemos acreditar porque eram confortáveis. São dois planetas lentos e pesados e quando em aspecto tenso simbolizam um tempo pesado, de desesperança generalizada e depressão coletiva; o levantar dos véus que turvavam a visão da realidade tal qual ela é. Portanto, 2016 é um ano de se encarar a realidade e, se por um lado isso pode sim significar um ano pesado e sombrio, por outro, traz a promessa de vivermos com maior maturidade e responsabilidade, de pararmos de postergar os grandes problemas da humanidade, como as questões ambientais, para tomarmos providencias reais e efetivas no que tange a estes assuntos – é como diz aquela frase famosa, “o bom de se estar desiludido é que você está fora da ilusão e veio para a realidade” (Sri Sri Ravi Shankar). Este ciclo também está ligado à morte de figuras proeminentes nas indústrias do entretenimento, das artes e da música.

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Outro fator muito importante nesta equação é que Júpiter, que trafega o signo de Virgem de agosto de 2015 a setembro de 2016, estará em oposição ampla a Netuno em Peixes e em quadratura a Saturno em Sagitário por boa parte do ano, formando uma configuração de Cruz Mutável e adensando os temas já mencionados. Os ciclos de Júpiter e Saturno também são muito importantes coletivamente porque falam de mudanças expressivas na economia, períodos de picos ou de declínio econômicos; indicam grandes mudanças nas leis, na administração pública e nos governos em geral. Neste caso, com Júpiter em quadratura a Saturno – e esta também é uma quadratura minguante, de fechamento de ciclo –  seremos confrontados com a expansão irresponsável que temos empreendido nas últimas décadas e a tendência é de retração econômica e de recessão, além de um cenário político bastante conturbado e caótico, devido à influência de Netuno. Sensação geral de grande ressaca, depois de muitos excessos e exageros! Júpiter expande e multiplica tudo o que toca, então podemos prever dois cenários possíveis: negativamente, pode haver um aumento nessa sensação de desilusão e desesperança simbolizados por Saturno-Netuno, porém, por outro lado, Júpiter pode fazer o contraponto e manter acesa a nossa fé e otimismo diante das dificuldades, embora aqui seja necessário cautela para não resvalarmos na tentação de dourar a pílula e fingir que está tudo bem, quando na verdade não está. É preciso ter muita lucidez e pragmatismo para mantermos o equilíbrio emocional, financeiro e mental ao longo de todo o ano, cuidando para nem cairmos no desespero nem na histeria. A partir de setembro Júpiter ingressa em Libra, um signo Cardinal, trazendo maior dinamismo e resoluções, porém, outros desafios representados pelos aspectos que Júpiter fará a Urano e Plutão.

Por falar neles, a quadratura Urano-Plutão que tem estado ativa desde 2010 e que embora não fique mais exata, ainda continua muito próxima em alguns períodos do ano, será ativada pelo trânsito de Júpiter em Libra. Isso sugere que as transformações profundas e radicais ainda estão nas pautas coletiva, social e individual. Esta configuração também simboliza mudanças drásticas em termos globais e sociais, rupturas, crises e necessidade de transformação nos paradigmas vigentes sociais, tecnológicos, políticos e éticos. Mudanças climáticas como consequência da ação humana também estão implicadas aqui.

Paciência, muita paciência

Marte ficará retrógrado de 17 de abril a 29 de junho, entre os signos de Sagitário e Escorpião, pedindo que tenhamos muita paciência e jogo de cintura neste período, trabalhando a gestão de conflitos e da agressividade. Isso é especialmente válido para os Arianos e Escorpianos, regidos por Marte e também para os Sagitarianos, por onde trafegará este planeta no ciclo retrógrado. Essa retrogradação de Marte é acompanhada pelas retrogradações também de Mercúrio em Touro, de Saturno em Sagitário, de Netuno em Peixes e de Plutão em Capricórnio, portanto, propensão maior a atrasos e entraves no dia a dia – boa parte do céu estará em marcha a ré, tornando este um dos períodos mais críticos do ano! Os outros dois períodos também bastante tensos são as temporadas de eclipses, que ocorrem neste ano nos meses de março e setembro. Falamos dos eclipses mais abaixo.

Ingressão do Sol em Áries

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Ingressão do Sol em Áries – 20 de março de 2016, 01h30min, Brasília-DF

O Sol ingressa em Áries no dia 20 de março, à 01h30min, no horário de Brasília (04h30min no horário de Lisboa). No mapa levantado para o Distrito Federal, algo que chama a atenção imediatamente é Plutão em conjunção ao Ascendente em Capricórnio, em quadratura a Urano, que está em conjunção exata ao fundo do Céu, a base que sustenta a nação. Isso sugere um ano de transformações profundas, inesperadas, radicais, que deverão sacudir não somente as bases deste país, mas também a forma como nos percebemos, nossa identidade como povo. Terremotos políticos, tsunamis econômicos poderão trazer muita instabilidade, mas também poderão trazer muitas verdades à tona, desenterrando defuntos velhos que estavam escondidos, segredos de estado, maracutaias muito bem escamoteadas a emergirem dos escombros, propiciando uma grande limpeza e purificação da alma coletiva. Uma demolição dos modelos vigentes até então para que uma reconstrução possa ocorrer. Essa configuração também traz a oportunidade de assumirmos nossa responsabilidade individual pela grande sombra do país, de percebermos nossos pequenos pecados pessoais como parte essencial da trama do grande tecido que é a alma da nação, a identidade do país. Realmente, este país precisa se reinventar completamente, empoderando-se em sua criatividade e admitindo sua tendência regressiva na busca por salvadores milagreiros; encarando seus podres sem disfarces, mas também sem complexo de vira-latas – só poderemos nos ver de modo mais realista, que é o que pede um Ascendente em Capricórnio, quando admitirmos nossa sombra e igualmente nossa luz.

O regente deste Ascendente, Saturno, está a 16° de Sagitário, como foco de uma T-Square mutável dupla, ao fazer, quadraturas a Júpiter em Virgem de um lado e a Netuno e Quíron em Peixes de outro – configuração da qual já falamos acima. Mais do que nunca é preciso confrontar a realidade, abrir mão das fantasias infantis de que alguém virá nos salvar e colocar o país nos eixos “finalmente”. Não, ninguém virá nos salvar, nós é que precisamos dar o salto de consciência e maturidade política e social de uma vez por todas. Democracias saudáveis pressupõe responsabilidade, civilidade, cidadania e não líderes populistas e demagogos que se arvoram de salvadores da pátria. Saturno, foco dessa configuração, está na casa 11 do mapa, a casa das instituições sociais e políticas, do serviço civil, assim como dos sonhos coletivos de longo prazo, as ambições e ideais do país. Saturno aqui implica, diretamente, a necessidade de reavaliarmos quais são estes sonhos e ideais, de pararmos de fantasiar e passarmos a planejar nossos sonhos, se queremos vê-los realizados. Sim, transformar sonhos em metas com cronogramas e prazos de execução. Júpiter, um dos braços da T-Square está no portal entre as casas 8 e 9, mas voltando para a casa 8, visto que está retrógrado, implicando que nossa expansão e crescimento passa, necessariamente, por encararmos nossos equívocos legislativos, por revermos nossas leis, muitas delas bonitas mas inefetivas e ineficazes e por reavaliarmos leis que nunca saem do papel e que só servem para causar suspiros de frustração. Netuno, o outro braço da T-Square, está no fim da casa 2, conjunto a Vênus, sugerindo cautela e cuidado na gestão dos bens, commodities e valores em geral do país – isto também vale para o plano individual de quem mora no Brasil. Há grande risco de termos nosso patrimônio vendido a preço de banana de novo, porque “o que é meu é nosso”, mas o problema é que para o outro, o que é dele é só dele mesmo. Risco também de nos endividarmos mais ainda, individual e coletivamente, levados por fantasias e ilusões de que “as coisas vão melhorar”, o que usamos de forma irresponsável para justificar gastos e desmandos, especialmente porque Vênus e Netuno estão ambos em oposição a Júpiter na casa 8, a casa dos empréstimos, a casa do “dinheiro dos outros”, avisando que este NÃO é um ano favorável para se contrair empréstimos, nem em nível individual – a não ser que o mapa pessoal do sujeito diga o contrário – nem em termos de nação, portanto, não é uma boa hora para passar o chapéu e pedir ajuda porque o custo lá na frente pode ser alto demais  – por isso, cuidado, muito cuidado! Quem se vir obrigado a contrair empréstimos ou dívidas, faz bem em ler todas as minúncias e letras pequenas dos contratos assinados. É preciso muita sobriedade, muito pé no chão para se conseguir algum crescimento. Em suma, enquanto não despertarmos para o que somos como país, para nossos problemas reais e para nosso quinhão de responsabilidade pessoal nisso tudo, não transformaremos nada, continuaremos a chapinhar no lamaçal de relamações contra políticos, instituições, governos, partidos, impostos, etc. Em vão.

Este mapa tem uma formação de Locomotiva, liderada pela Lua em Leão. O povo é soberano e é a mola e o motor da mudança. É o povo que vai determinar o ritmo da transformação e precisará achar maneiras de inovar, de transformar, de progredir, de implementar o novo, sem destruir aquilo que ainda serve, que ainda é útil, que ainda funciona – aliás, um dos grande problemas dos governos no Brasil é desmantelar os programas do governo anterior, independentemente de terem funcionado ou não. Temos a oportunidade de agregar e conciliar o velho e o novo, visto que a Lua forma um Grande Trígono de Fogo com Saturno em Sagitário (o Velho) e Urano em Áries (O Novo). Mortalidade feminina e especialmente relacionada à reprodução será assunto de destaque neste ano, uma vez que a casa 8 rege a morte e a Lua rege as mulheres, além de reger o povo. É possível que haja aumento nas estatísticas de morte feminina, inclusive por problemas cardíacos – mulheres, cuidem-se!

Saturno ganha mais destaque ainda por estar no Ponto Médio (orbe de 4°44’ graus) entre o Sol (o país e seu presidente) e a Lua (o povo), indicando que todos precisamos ser realistas, povo e governo e que é preciso chegarmos a um consenso a respeito do que é possível e do que não é, com honestidade e lisura. Tanto o povo (Lua) quanto a presidente (o Sol) precisam ser realistas, responsáveis, corretos, disciplinados e maduros quanto aos ideais e sua consequente concretização. É isso ou o povo vai para um lado e o país para outro – caos generalizado.

O Sol, ponto central deste mapa – afinal é o mapa da  sua ingressão – está na casa 3, a casa das comunicações e telecomunicações, correios, do comércio, dos transportes, das estradas e rodovias, escolas, educação, liberdade de expressão, pronunciamentos oficiais e países vizinhos. Este Sol está um tanto isolado e faz apenas um trígono aplicativo a Marte em Sagitário, na casa 11 enquanto aguarda a conjunção de Mercúrio, que ainda está em Peixes. Isso sugere uma continuidade na dificuldade de comunicação entre a Presidente e seu povo. Ela consegue dialogar com alguns setores do governo, mas de modo geral segue bastante isolada. A imprensa continua tendo papel fundamental na ordem do dia, ditando o que é e o que não  é importante, talvez brilhando mais que a própria presidente. De toda forma, as comunicações e a educação ganham papel de destaque neste ano, assim como a importância da eficiência logística (rodovias, ferrovias, vias marítimas e aéreas) para o crescimento da economia e aqui há dois cenários possíveis: reestruturação da malha logística e do sistema educacional ou surgimento de greves diversas nestes setores mencionados. Contudo, mais uma vez Mercúrio está em Peixes, enquadrado por Quíron e pelo Sol. Mercúrio em Peixes é geralmente confuso na comunicação e tende a confundir alhos com bugalhos, somando-se à presença de Quíron, temos mais um ano em que a imprensa e a mídia deitam e rolam contando e divulgando apenas o que é do seu interesse – em muitas situações, contando mentiras deslavadas, com o intuito primeiro de confundir e enganar a opinião pública. Tsunamis de informações inúteis que desinformam ao invés de informar – um verdadeiro desserviço ao público.

Eclipses

Eclipses de Março

O eixo nodal trafega de trás para frente e atualmente transita a polaridade Virgem (Nodo Norte) e Peixes (Nodo Sul). Assim, os eclipses neste ano caem primordialmente neste eixo de signos, com um eclipse lunar acontecendo ainda em Libra, o eixo anterior. Anualmente temos duas temporadas de eclipses. A primeira temporada neste ano é inaugurada por um Eclipse Total do Sol acontecendo a 18°56’ de Peixes, às 23h54min do dia oito de março (01h56min do dia nove no horário de Lisboa). Os eclipses não são eventos isolados. Eles pertencem a famílias, chamadas Séries Saros, que compreendem mais de 70 eventos, durando muitos séculos, milhares de anos. Estas famílias têm sua dinâmica própria e têm um mapa natal, o mapa do primeiro eclipse da família em questão, a partir do qual interpretamos quais os temas centrais de cada série. Eu escrevi um artigo bastante extenso e exclusivo sobre a dinâmica e a natureza dos eclipses. Você pode ler este artigo aqui. Este eclipse de oito de março pertence à Série Saros 130, uma família que começou em 20 de agosto de 1096 e, de acordo com a Dra. Bernadette Brady, astróloga inglesa estudiosa de eclipses, esta série fala de finalizações, conclusões e separações. Indivíduos com planetas entre os graus 13 e 24 dos signos mutáveis (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) sentirão mais fortemente estas influências. No mapa do eclipse atual, Sol e Lua estão em conjunção próxima a Quíron em Peixes, em oposição a Júpiter em Virgem e quadratura a Saturno, apontando muitas desilusões e verdades duras e difíceis de serem digeridas, mas ao mesmo o potencial de nos curarmos da tendência ao auto-engano. Este eclipse cai em oposição ao Ponto Médio entre o Sol e o Mercúrio natais do mapa da independência do Brasil, na casa 7, implicando possíveis imbróglios diplomáticos ou saias justas delicadas, que exigirão muita cautela na condução de sua elucidação. Caindo em oposição ao Sol natal do mapa do Brasil, tem implicâncias diretas sobre a presidente. O Sol é eclipsado, indicando diminuição de sua potência, vitalidade e visibilidade, em outras palavras, um possível enfraquecimento. Este eclipse não será visível no Brasil, apenas em partes da Austrália e Sudoeste da Ásia.

O Eclipse Total do Sol é seguido de um Eclipse Penumbral da Lua a 03°17’ de Libra, no dia 23 de março, que pertence à Série Saros 142, iniciada em 19 de setembro de 1709. Neste mapa do primeiro eclipse, ocorrido em 1709, a Lua Cheia faz quincunces a uma conjunção Urano-Plutão em Leão, sugerindo grande instabilidade e insegurança causada por inquietude social e mudanças coletivas. Há também uma conjunção Sol-Mercúrio, com Mercúrio fazendo quincunce exato a Netuno em Áries, indicando problemas na comunicação, engôdos e incertezas. No mesmo mapa Vênus e Marte estão em conjunção em Libra, em oposição a Netuno e todos em quadratura a Quíron em Capricórnio: incertezas e instabilidade também na economia. Pessoas com planetas entre os graus zero e 8 dos signos Cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) sentem mais intensamente as influências deste eclipse lunar, que será visível apenas no Pacífico, em partes da Ásia e no Oeste das Américas.

Eclipses de setembro

A segunda temporada de eclipses do ano começa com o Eclipse Anular do Sol em 1° de setembro, a 09°21’ de Virgem. Este eclipse vem novamente ativar a quadratura Saturno-Netuno, pois ocorre em oposição de pouco mais de um grau a Netuno e os três, Sol, Lua e Netuno em quadratura a Saturno a 10 de Sagitário, com a adição de Marte em conjunção a Saturno, ambos focos da T-Square. Mais enfrentamentos duros da realidade, com desdobramentos políticos, civis, econômicos e também religiosos. A Dra. Brady, falando sobre esta Série de eclipses fala exatamente sobre isso, que “esta série trata de realismo, de botar os pés na terra. O indivíduo se torna consciente de uma situação antiga, percebendo-a como ela de fato é, em oposição ao que ele achava que era previamente.  Pode ser um período construtivo de encarar e lidar com a realidade”. Este é o potencial, se é difícil e amargo este remédio, ele contudo traz a cura: o fim das ilusões. Este eclipse cai mais uma vez no eixo das casas 1/7 do mapa natal do Brasil, com Saturno na casa 10, indicando que nossa imagem no mundo lá fora também pode ficar meio arranhada, o mundo vendo quem realmente somos, tanto para o pior quanto para o melhor. Pessoas com planetas natais entre os graus 04 e 14 dos signos Mutáveis (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) sentem mais intensamente a potência deste eclipse, que será visível em partes da África, especialmente África Central e no Oceano Índico.

No dia 16 de setembro temos o último eclipse do ano, um Eclipse Penumbral da Lua, ocorrendo a 24°20’ de Peixes. Diferentemente dos anteriores, este eclipse não envolve Saturno-Netuno, apesar de ocorrer em Peixes. Mas forma uma T-Square, da qual Marte é novamente o foco, a 23 de Sagitário. Isso indica que questões legais, legislativas e espirituais serão o foco do período – manifestações apaixonadas de fé, fanatismo religioso, com verdadeiros “cruzados” modernos saindo às ruas dispostos a atos violentos para defender sua fé e isso é algo que vale para todo o mundo, não somente para o Brasil – aliás, as implicações dos eclipses são globais e o que vale para o Brasil é apenas a interpretação dos aspectos que faz aos planetas natais do mapa do país. Por falar nisso, o eclipse cai em oposição exata ao Mercúrio natal do Brasil, implicando novamente questões delicadas nas comunicações e na diplomacia. Antagonismos, beligerâncias, vitimismos e até mesmo explosões de violência são passíveis de acontecer. Este eclipse pertence à Série Saros 147, iniciada a dois de julho de 1890. No mapa de início da Série 147, Sol e Lua formam um dueto, quer dizer, só interagem um com outro e não conversam com mais ninguém no mapa, indicando extremismo e tendência a se perceber as coisas sob pontos de vistas unilaterais, o que dificulta a conciliação e as negociações. O eclipse será visível no Leste da África e da Europa, em toda a Ásia e parte da Austrália. Será parcialmente visível na costa do Sudeste e do Nordeste do Brasil.

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Então, já me perguntaram, afinal, 2016 está pior ou melhor do 2015? Eu diria nem pior e nem melhor, está diferente. 2014 e 2015 foram anos mais dinâmicos, dinamismo esse simbolizado pela quadratura Urano-Plutão em Áries e Capricórnio, dois signos cardinais, de ação e resolução. Então foram dois anos de muitas crises, mas também de decisões, de ação e de desenvoltura. Já 2016 é um ano de uma quadratura Saturno-Netuno, que traz sensação de confusão, falta de direção, falta de foco e muita letargia e apatia, então, pode ser sentido como mais difícil e mais pesado, porque temos a sensação de que tudo é muito lento e cansativo e temos dificuldade de divisar os resultados, que só ficarão mais claros bem mais à frente. Por outro lado, o fato de a quadratura Urano-Plutão já estar se desfazendo, diminui a pressão e a intensidade das coisas.

Concluindo, 2016 tende a ser um ano pesado, mas que traz muitas oportunidades de amadurecermos como pessoas, como nação e como espécie habitante deste planeta – o planeta certamente se fará ouvir de forma estridente. Ao mesmo tempo em que há este clima de desesperança, confusão e perda de rumo, também há a chance de vivermos de forma mais coerente com nossos recursos, mais alinhados com nossa fé – perseverar na fé é um desafio. Chamados seremos a separar o joio do trigo e a fantasia de sonho e a empreender os esforços necessários para tornar estes últimos realidade. Sem oba-oba, com os pés bem firmes no chão.  É um ano de ganharmos mais consciência, de nos responsabilizarmos por tudo o que emanamos no mundo, pelas nossas atitudes concretas e também pela nossa vibração, que certamente faz toda a diferença. É tempo de agirmos mais criativamente, a partir do coração e do centro da nossa coragem!

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Abaixo segue um calendário com os eventos astrológicos mais importantes de 2016:

Datas e ciclos importantes:

Janeiro, 5 a 26 – Mercúrio retrógrado de 01° de Aquário a 14° de Capricórnio

Janeiro – todo o mês – conjunção de Júpiter ao Nodo Norte da Lua em Virgem

Fevereiro, 23 – Júpiter retrógrado em Virgem faz oposição a Quíron em Peixes

Março, 6 – Júpiter Rx em quincunce a Urano

Março, 8 – Eclipse total do Sol a 18° de Peixes

Março, 16 – Júpiter Retrógrado em trígono a Plutão

Março, 20 – Ingressão do sol em Áries – Equinócio do Outono no Hemisfério Sul e da Primavera no Hemisfério Norte – Ano Novo Astrológico

Março, 23 – Eclipse Penumbral da Lua a 03° de Libra

Março, 23 – Júpiter Rx faz quadratura exata a Saturno

Março, 25 – Saturno entra em retrogradação

Abril, 17 – Marte entra em retrogradação a 8° de Sagitário

Abril, 18 – Plutão entra em retrogradação a 17° de Capricórnio

Abril, 28 – Mercúrio entra em retrogradação a 23° de Touro – Haja paciência! Messsssmo!

Maio, 9 – Júpiter retorna ao movimento direto a  13°15 de Virgem

Maio, 22 – Mercúrio retornar ao movimento direto a 14° de Touro

Maio, 26 – Júpiter, direto, faz quadratura exata a Saturno

Junho, 13 – Netuno entra em movimento retrógrado

Junho, 18 – Saturno, retrógrado, faz quadratura exata a Netuno

Junho, 20 – Ingressão do sol em Câncer – Solstício de Inverso no Hemisfério Sul e de Verão no Norte

Junho, 26 – Júpiter, direto, faz trígono exato a Plutão

Junho, 29 – Marte volta ao movimento direto a 23° de Escorpião

Julho, 29 – Urano entra em movimento retrógrado a 24° de Áries

Agosto, 12 – Júpiter, direto, faz oposição a Quíron

Agosto, 13 – Júpiter faz quincunce exato a Urano

Agosto, 13 – Saturno retorna ao movimento direto a 09° de Sagitário – o primeiro decanato de Sagitário está livre de Saturno a partir de outubro

Agosto, 30 – Mercúrio entra em retrogradação a 29° de Virgem

Setembro, 1° – Eclipse Anular do Sol a 09° de Virgem

Setembro, 09 – Júpiter ingressa em Libra, às 08h19min no horário de Brasília

Setembro, 10 – Terceira e última quadratura exata de Saturno a Netuno

Setembro, 16 – Eclipse Penumbral da Lua a 24° de Peixes

Setembro, 22 – Mercúrio volta ao movimento direto a 14° de Virgem – em cima do Sol Natal do Brasil

Setembro, 22 – Ingressão do Sol em Libra – Equinócio da Primavera no Hemisfério Sul e do Outono no Hemisfério Norte

Setembro, 26 – Plutão retornar ao movimento direto a 14° de Capricórnio

Outubro, 23 – Júpiter em Libra faz quincunce a Netuno em Peixes

Novembro, 10 – Saturno faz semi-sextil a Plutão

Novembro, 20 – Netuno retorna ao movimento direto a 14° de Peixes

Novembro, 24 – Júpiter em Libra faz quadratura exata a Plutão

Dezembro, 19 – Mercúrio entra em retrogradação a 15° de Capricórnio

Dezembro, 21 – O Sol ingressa em Capricórnio – Solstício de Verão no Hemisfério Sul e de Inverno no Hemisfério Norte

Dezembro, 25 – Saturno faz trígono exato a Urano

Dezembro, 26 – Júpiter faz oposição a Urano

Dezembro, 29 – Urano retorna ao movimento direto.

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Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

19 thoughts on “2016 – O Ano da Ressaca

  • 12 de fevereiro de 2016 em 09:20
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    Obrigada, muito bom.

    Resposta
  • 13 de fevereiro de 2016 em 07:56
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    Bem esclarecedor, gostei muito.

    Resposta
  • Pingback: Horóscopo 2016 – Tendências para todos os signos | Astrologia Psicológica

  • 14 de fevereiro de 2016 em 16:19
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    Parabéns pelo lindo trabalho! ❤😘_/_

    Resposta
  • 17 de fevereiro de 2016 em 06:52
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    Melhor, impossível. Temos uma visão geral é muito realista do que nos aguarda. Exercer a cautela é fundamental – um convite ao discernimento.

    Resposta
  • 22 de fevereiro de 2016 em 20:59
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    Em 1990, no fatidico 16 de março(peixes) Collor roubou o dinheiro do povo e jogou o pais em uma grande recessão.Sem coincidencias, estamos em uma grande recessão….bendito ciclo.

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  • 19 de março de 2016 em 14:12
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    Estou encantada com suas previsões.
    Nossa já me chama atenção a astrologia.
    E sua forma verdadeira de passar me surpreende.
    Quem sabe um dia agendo uma previsão pessoal.
    Estou bem animada. Mas confesso ter medo!
    Bjs minha querida!

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  • 20 de março de 2016 em 13:06
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    Adorei o que li…. 🙂 subir o nível de consciencia é o chamado… Grata <3

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    • 20 de março de 2016 em 21:25
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      Que bom, maria do Rosário! Fico muito feliz que tenha gostado!
      Seja muito bem vinda e volte sempre!
      😀

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  • 17 de outubro de 2016 em 08:15
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    Estou aqui no dia 17 de Outubro e… impressionada! Em 1º de Setembro nossa Presidente, uma mulher, foi deposta por um golpe. É a morte da figura da mulher. Também foi a vez de um governo populista (PT) sofrer as consequências de agir para conquistar, e não para melhorar. É tudo um reflexo da política no país… eu sofri muitas brigas na família, também, e venho sofrendo perseguições, mas é o momento de olharmos para a frente com orgulho, de nos liberarmos da dependência financeira, inclusive dos bancos, e caminharmos sozinhos. Um ótimo ano! Sofrido, mas necessário.
    Apenas sinto pelo futuro do país… O povo terá o que é necessário para tomar as rédeas? Individualmente, tenho tempo e vontade de fazer a minha parte?

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    • 17 de outubro de 2016 em 12:36
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      Olá Asuka, bem vinda/o ao blogue! 🙂
      Sim, um ano bastante pesado, pesadão mesmo!
      Também sinto pelo futuro do país, especialmente depois das últimas medidas.
      Mas não podemos desanimar, todos temos um papel e uma participação e precisamos nos responsabilizar por isso!
      Espero que todas essas mudanças nos levem a melhores caminhos!
      Muito obrigada pelo seu comentário e feedback!
      Abraços
      🙂

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