A Semana Astrológica – Rompendo com o insustentável

Semana de 27 de junho a 03 de julho – Revisões, avaliações e resoluções drásticas 

Semana de avaliações, análises, reciclagens, descartes, limpezas e faxinas, literais ou metafóricas, simbolizadas pela fase minguante da Lua, ocorrendo já na segunda-feira, em Áries. O Minguante em Áries nos convida a analisar e descartar tudo aquilo que nos impede de ser quem somos, de exercer nossa individualidade no mundo; chama-nos a desafiar a asfixia do clã e da tribo, a deixar para trás aquilo que nos priva de ser pioneiros e seguir nosso próprio caminho. Considerando-se que o regente da Lua, Marte, está retrógrado em Escorpião, esse chamado faz-se ainda mais alto: que vínculos usamos como desculpa para não realizar nossa jornada, para não viver nosso mito pessoal? Marte Rx pede que nos liberemos do ranços e amargores, das velhas histórias de fracassos antigos, se não deu certo no passado, não quer dizer que não possa dar agora – o passado fica no passado, escolhemos o futuro – e voamos livres! Em termo práticos, a Lua ficando minguante em Áries favorece a tomada de decisões sobre coisas que vinham se arrastando e sobre a qual hesitávamos por receio das possíveis perdas.

E sim, o ponto alto desta semana é Marte voltando ao movimento direto, depois de ficar 74 dias retrógrado entre Sagitário e Escorpião. As coisas tendem a voltar ao seu ritmo normal e gradativamente vamos nos sentindo menos bloqueados. Ufa!!!! Só isso já merece uma super celebração! Mas ainda é preciso cautela. De 29 de junho até 16 de julho, quando o sol faz trígono a Marte, ainda há muita apreensão. Eris Sullivan, autora de Retrograde Planets diz a respeito deste momento único: “a função intuitiva corre alta e ‘sabemos’, instintivamente, que uma situação, circunstancia ou condição é insustentável e que uma mudança radical e aberta deve tomar lugar. Um dispositivo auto-regulamentado é acionado na psique e o sistema se organizará ao redor do problema, para proteger-se a si mesmo, frequentemente resolvendo o problema no inconsciente. O eu interior geralmente nos alerta sobre um potencial invisível, mas ameaçador, na nossa própria psique ou no ambiente externo” (1). Se Marte estacionário toca algum planeta natal ou algum ponto sensível no mapa, como ângulos ou pontos de eclipses, por exemplo, isso pode ativar mudanças dramáticas acerca das áreas representadas pelos planetas ou pontos em questão. O fato é que nossos instintos e intuição estão afiadíssimos nas próximas três semanas, como no momento exato antes do golpe que resolverá a luta.

Assim, este período pode trazer revelações preciosas a respeito de quaisquer problemas que possamos ter concernentes à função marciana: autoafirmação, autodefesa, assertividade, realização da vontade pessoal. Mais: talvez agora consigamos colocar muitas coisas que ocorreram nos últimos dois meses em perspectiva e percebê-las de forma mais impessoal, vendo-as pelo que foram realmente e não como um puxão de tapete dos céus para conosco… Percebemos nossa responsabilidade no engendramento das coisas. Se olharmos bem, veremos que nós mesmos nos colocamos nas tais situações difíceis das quais reclamamos tanto e dar-nos conta disso, por incrível que pareça, empodera-nos sobremaneira porque então deixamos de ser peões nas mãos dos deuses e nos conscientizamos do nosso papel primordial, responsabilizando-nos pelas atitudes e ações que aos poucos criaram os eventos e “problemas” que atualmente atravessamos. Não é deveras libertador pensar nisso? O que quer que tenha se passado conosco nos últimos 74 dias, agora conseguimos dar a arrancada final para mudar o que precisa ser mudado e arrancar o mal pela raiz.

O Sol faz sesqui-quadratura a este Marte, exatamente no dia em que ele estaciona, sinalizando que talvez muito da impotência permanece nos porões do inconsciente, ainda por ser trabalhada, ainda requerendo ajuste entre o desejo e sua realização – mas é assim mesmo, afinal, a vida nunca está pronta, nós nunca estamos prontos, apenas vamos nos refinando e aperfeiçoando… O resto dos temas que não damos conta hoje, ficam para uma próxima rodada… E assim é. Mais do que apropriado para a vida e a alma humanas. O Sol ainda se enternece com Netuno por trígono, mas se indispõe com Saturno por quincunce – a infinita compaixão e altruísmo que tomam conta de nós precisa ter canal concreto de liberação, canal que respeite nossos próprios limites pessoais e os limites do outro enquanto recebedor do nosso afeto e cuidado. Intimidade e laços verdadeiros só existem quando somos capazes de respeitar o desejo do outro (e o nosso) por liberdade e independência – em última instância, quando respeitamos nossas individualidades mutuamente.

Mercúrio segue rápido pelo terceiro decanato de Gêmeos, de onde faz quadratura a Quíron, indicando que a mente se depara com o enigma indecifrável daquilo que não pode controlar, mesmo que seja a mente mais treinada e controlada de todos. Como já provou a própria Física, não existe objetividade absoluta porque o objeto é, necessariamente, influenciado pelo seu observador. Assim, nunca saberemos como o objeto se comporta quando não é observado, ou seja, não existe esse negócio de neutralidade, não existe racionalidade pura – somos subjetivos, o mundo, conforme o vemos, é uma criação subjetiva, de acordo com a nossa visão. Assim, ainda não sabemos o que fazer com aquela partícula de caos que volta e meia nos assola e ameça nosso estimado controle… Ah! As prosaicas limitações humanas, como lidar com elas? Como consertar o que não tem conserto? Como navegar numa realidade cheia de imperfeições que não atendem aos comandos da nossa mente super treinada? Aceitando o inexplicável, tal qual é, aceitando, com humildade, que a mente não sabe tudo, nem nunca vai saber – e talvez seja melhor assim – e, diante da vastidão infindável de perguntas sem respostas que atormentam essa mente, fastidiosa em seu desejo de saber, apenas lembrar Shakespeare: há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.

Mercúrio ingressa em Câncer na quarta-feira, onde fica até o dia 14 de julho. Com Mercúrio em Câncer nossa comunicação fica mais emocional e menos direta, temos dificuldade de dizer as coisas na lata e vamos comendo pelas beiradas. Se por um lado isso é estratégico, por outro, pode enervar as interações, porque esse movimento tangencial muitas vezes se mistura a manipulação, que pode até ser inconsciente, mas ainda é manipulação – atenção para as manipulações midiáticas, que tentam criar dramas maiores no meio politico e econômico a partir de notícias que nada têm a ver com estes assuntos e que atendem a interesses outros, escusos e obscuros. Também podemos confundir as informações que recebemos, visto que estamos mais subjetivos. Por outro lado, a memória e a preservação de documentos em geral ficam favorecidas e adquirimos também um gosto pela contação de histórias, especialmente aquelas que estimulam a imaginação.

Vênus em Câncer abre caminho adiante do Sol e aos poucos aparece como Estrela Vespertina. Nesta semana ela faz trígono a Netuno em Peixes, quincunce a Saturno, oposição a Plutão em Capricórnio e sextil a Júpiter em Virgem. Todos estes aspectos simbolizam dias movimentados na área dos relacionamentos, especialmente os afetivos. Algumas discrepâncias surgem e nos obrigam a lidar com nossas idealizações, a tentativa de fuga da realidade e as projeções que jogamos sobre o outro. No início da semana estamos mais sensíveis e amorosos, mas tudo é intercalado por inseguranças e receios, o que nos leva a buscar a reafirmação do afeto do outro, que pode se irritar com nossa insegurança e percebê-la como grude desnecessário, portanto, antes de ventilar tais inseguranças, verifiquemos se elas têm fundamento ou se são apenas nossas neuroses recrudescendo.

Na sexta-feira, dia dela, os anseios de intimidade profunda dessa Vênus ultra-sensível colidem com a frustração seca vinda de Plutão. E quanto menos temos, mais queremos, num jogo compulsivo que pode implodir qualquer relação ou autoestima. Todos esses movimentos Venusianos requerem que estejamos atentos a nós mesmos e às nossas atitudes e reações, para que as relações não sofram desnecessariamente. Podemos agir irracionalmente, compulsivamente, acreditando que o outro é a própria razão da nossa sobrevivência, quando na verdade, estamos distorcendo, e muito, o poder que damos a esse outro sobre nossas emoções e sentimentos. Da mesma maneira, situações de domínio, controle e jogos de poder podem irromper, criando atritos que podem ser tanto extremamente excitantes quanto destrutivos. Subjacente a tudo isso está a necessidade de a relação se transformar e se aprofundar, de termos coragem de nos revelar realmente para o outro, se a confiança da relação permite tal nível de intimidade e desnudamento – mas daí, se não há tanta confiança assim, por que estamos nessa relação, afinal? Perguntas desconfortáveis dos confrontos de Vênus-Plutão. Em termos práticos, Vênus em contato com Netuno e Júpiter sinaliza oportunidades de novos investimentos, mas aponta para riscos no fim da semana quando fizer oposição a Plutão.

A Lua abre a semana sendo Minguante em Áries. Torna-se Balsâmica em Touro e desebriga-se dos excessos mentais em Gêmeos, para findar o domingo já em Câncer, prestes a ser Nova. A Lua será nova na segunda-feira, dia 04, às 08h01min no horário de Brasília e às 12h01min no horário de Lisboa, a 12°53’ de Câncer.

SEGUNDA-FEIRA, 27 de junho – A Lua abriu o dia vazia em Peixes e ingressou em Áries às 04h08min. De Áries ela faz quadratura ao Sol, entrando na fase Minguante às 15h18min. A Lua ainda faz sesqui-quadratura a seu regente, Marte e fecha a noite já em trígono a Saturno. Vênus está em trígono pleno a Netuno e quincunce, também exato, a Saturno. Mercúrio está em quadratura exata a Quíron. Ao invés da preguiça e do enfado, a “segundona” começa cheia de gás. Motivados pelas muitas coisas que temos a fazer, pulamos cedo da cama e já saímos deixando nossa marca no mundo, super “fazedouros”. Uma crise nos convida, porém, a desacelerar um pouco para verificar que direção tomamos a partir daqui. É hora de avaliar o que fizemos e deixamos de fazer; o que funcionou e o que não deu certo; o que preservamos e o que jogamos fora. Como nos conduzimos no mundo? Como ajustamos a necessidade de independência e autonomia com o desejo de pertencer? Precisamos abrir mão de comportamentos egoístas que previnem a criação dos laços afetivos, sem permitir que tais laços nos tornem dependentes demais ou nos impeçam de ser quem realmente somos. Essas coisas parecem em discrepância, mas são facetas complementares. O sentimento de pertencimento a um clã nos alimenta e dá sentido à individualidade, nos dá senso de propósito; o indivíduo, por outro lado, revigora e desafia a simbiose asfixiante do clã. Como se dá isso em nossa vida? A análise é essencial para sabermos o que devemos deixar minguar dentro de nós e na vida em geral. Há uma colisão entre os ideais de perfeição e a dura realidade, especialmente na esfera das relações. Desejos de vinculação e fusão são desafiados pelas limitações prosaicas do dia a dia, por desentendimentos quanto aos valores básicos e por incongruências difíceis de se harmonizar. Mas aquilo que nos enfastia e irrita, essa chata realidade, pode ser, na verdade, muito salubre e ajudar a tornar nossos afetos mais reais, ajudar-nos a enxergar as pessoas como são e não como gostaríamos que fossem – um dado que pode amadurecer as relações que ainda são muito baseadas em projeções. E podemos descobrir que essa pessoa real e cheia de defeitos é, na verdade, mais fascinante do que aquela fantasia insossa que tínhamos! Sim, a realidade pode nos surpreender positivamente também! As projeções são enganosas e através delas tentamos escapar do que não queremos ver: nossa falibilidade, a constatação de que mesmo a mente mais treinada e sagaz terá que lidar com o plano do real; as restrições de se estar encarnado num corpo e de se precisar funcionar num mundo em que nem tudo pode ser evitado e muito deve ser, ao contrário, apenas aceito. Quando nos damos conta disso, paradoxalmente, libertamo-nos da obrigação de lutar contra ou de tentar escapar a qualquer custo e ficamos livres para curar, transformar ou transmutar aquilo que realmente pode ser curado e transmutado.

TERÇA-FEIRA, 28 de junho – De Áries a Lua minguante faz quadratura a Plutão em Capricórnio e à sua regida, Vênus em Câncer, formando uma T-Square Cardinal. A Lua ainda faz quincunces a Júpiter, conjunção a Urano e outro quincunce a Marte que – VIVA!!! – estaciona às 20h39min. Pode vir quente que eu estou fervendo, é o mote do dia! Não venha com mimimi ou nhém-nhém-nhém porque não tô com paciência pra frescura… O clima do dia é esse: rápido, vertiginoso, certeiro. Queremos ação e pagamos o preço. O problema é que não contamos com as almas mais sensíveis ao redor que se magoam e tornam tudo mais complicado… Ah! Por que estas pessoas complicam o que é simples? Hummm vamos pensar: será que estas pessoas “complicadas” não carregam uma parte da complicação que seria nossa, mas que teimamos em não admitir? Esse grude xiliquento, que dizemos não ter nada a ver conosco, não demos ao outro de bom grado para carregar? As relações ficam sujeitas a pequenas explosões e conflitos nos desejos: um quer estar solto feito bicho selvagem e o outro quer juntar os troços e os trapinhos, num ninho que é todo amor e  romantismo – equação difícil essa! Alguém tem que ceder ou o caldo entorna, fervente e calcinante! Mas o dia favorece, de fato, às ações independentes e livres – os grudentos que me perdoem, mas liberdade é fundamental! O lado dependente precisa lidar com suas carências hoje, de forma madura, sem dramas, sem manipulações baratas, sem mimimi… Afinal, nem sempre escolher a si mesmo e respeitar a própria individualidade quer dizer, necessariamente, uma recusa definitiva ao outro.

QUARTA-FEIRA, 29 de junho – Marte volta ao movimento direto a 23° de Escorpião e testa nosso autocontrole e a gestão de nossas emoções mais brutas e cruas. De Áries a Lua minguante faz sextil a Mercúrio e fica vazia depois disso, às 04h48min. Ingressa em Touro às 07h04min de onde faz sextil ao Sol. Mercúrio ingressa em Câncer às 20h25min. O Sol faz sesqui-quadratura ao Marte estacionário. Os sonhos da madrugada podem ser muito elucidativos acerca das batalhas que andamos travando ultimamente. Talvez alguns insights tragam luz e processos que antes pareciam deveras enigmáticos agora tornam-se simples e acessíveis à compreensão. O resto dia vem num vagar que pede ruminação cuidadosa dos conteúdos emocionais, das sensações corporais e do que quer que tenha ficado retido ou estagnado na alma ou nas entranhas. Um ponto de luz cintila diante de nós, na nossa mente, ou mesmo diante dos nossos olhos… Atraindo nossa atenção para aquilo que talvez não estivéssemos prontos para ver, até agora – é questão de se ficar atento. Em termos práticos o dia está favorável para se adotar posturas pragmáticas e alinharmos objetivos e necessidades de forma harmoniosa. Cuidar do corpo e da alma e permitir-nos um bom e merecido descanso regado a alguns pequenos luxos e prazeres no fim do dia! Com Vênus, regente da Lua, em oposição a Plutão a noite favorece a paixão e a sensualidade – amantes, aproveitem!

QUINTA-FEIRA, 30 DE JUNHO – A Lua, minguante em Touro, faz quincunce a Saturno em Sagitário e sextil a Netuno em Peixes na madrugada. Pela manhã ela forma um Grande Trígono em Terra com Júpiter em Virgem e Plutão em Capricórnio e como também faz sextil a Vênus, esta torna-se foco de uma Pipa – Vênus, aliás, vira a noite em oposição exata a Plutão. A Lua faz oposição a Marte e fica vazia depois, às 21h19min. Um sonho lindo que teima em ser interrompido por ruídos externos ou por algum inconveniente, dentro do próprio sonho, que macula a perfeição onírica… Que pena, acordamos meio ressentidos.  Mas o dia segue firme e nos dá ancoragem para realizar muita coisas, inclusive aquelas tarefas que parecem chatas e corriqueiras – opa, está para nós! Temos oportunidades de sintonizar com um pragmatismo que nos faz tomar boas decisões de cunho concreto e que nos ajudam na administração material e na boa gestão dos nossos recursos, o que, além de nos trazer dividendos reais, pode energizar nossa autoestima. Temos equilíbrio e sobriedade bastante para saber que riscos valem a pena correr e quais são mera especulação, implicando grande potencial de perdas. À noite o tempo fecha geral: Marte, ainda estacionário, recebe a oposição da Lua em Touro. Há grande propensão a inflexibilidade e a conflitos, porque estamos irritáveis e intolerantes, predispostos a bater boca só para nos fazer notar ou talvez para fazer valer nossa vontade, mesmo que ela seja duvidosa. Considerando-se que Vênus, regente da Lua, está em oposição a Plutão, o outro regente de Escorpião, o cenário se torna mais extremo: batemos o pé e ninguém quer ceder. Mas já sabemos o que ocorre com as árvores de tronco muito rígido quando vem o vendaval: elas são arrancadas pela raiz ou se quebram toda! Assim, se não temos cautela, podemos quebrar a cara (ou uma perna, ou o braço, ou até mesmo o pescoço) por causa da nossa teimosia e grande orgulho. Ao invés de bater cabeça com o igualmente teimoso do outro lado da mesa, faríamos melhor se encontrássemos uma atividade que nos permitisse liberar essa energia explosiva, como uma boa caminhada. Tal atividade pode nos colocar em contato profundo com o que realmente nos incomoda e trazer à luz da consciência uma grande revelação sobre o padrão da nossa raiva e o que a aciona. Assim, não precisamos ver o outro como inimigo, porque, na verdade, o outro apenas atendeu ao chamado do inimigo maior, aquele que está dentro de nós.

SEXTA-FEIRA, 1° de julho – Vênus está em oposição a Plutão e em sextil a Júpiter, ambos os aspectos exatos hoje. Ela também está em quadratura, ainda distante, a Urano em Áries. A Lua abre o dia vazia em Touro, de onde faz sesqui-quadratura ao Sol, tornando-se Balsâmica. Ingressa em Gêmeos às 08h45min de onde se indispõe com Plutão. Dia de arroubos emocionais intensos. Sentimo-nos atraídos por situações sombrias, carregadas de mistério e drama, propícias a crises que nos façam sentir vivos, sangue latejando nas veias, quente e pulsante… Tudo ótimo como num filme B, exceto pelo fato de que na busca por “esquentar” o clima, podemos criar crises verdadeiras, que podem nos expor e nos deixar vulneráveis, num momento em que seria melhor nos resguardarmos um pouco mais. Enfastiados com a rotina da relação buscamos “incrementar” as coisas, mas nesse afã, talvez vamos de encontro a alguns tabus que fazem irromper nossos ressentimentos e as tensões mal resolvidas. Mas já que a crise explodiu, por que não resolvê-la de vez? Tiremos então proveito e transformemos o que puder ser transformado. Ventiladas as insatisfações, o tempo pode esquentar sob os lençóis realmente e a paixão talvez possa finalmente ser reacesa… No fim, podemos até dar boas risadas da coisa toda e ainda nos divertir muito no processo. Em termos mais neutros, a Luz Balsâmica pede maior recolhimento, estudo e análise quanto aos nossos projetos de futuro. É tempo de solitude voluntária, de entrar no casulo e esperar o momento da metamorfose.

SÁBADO, 2 de julho – O Sol faz quincunce pleno a Saturno, que recebe também a oposição da Lua Geminiana. Como a Lua também faz quadratura a Netuno em Peixes e a Júpiter em Virgem, temos formada uma Grande Cruz Mutável por boa parte do dia. A Lua ainda faz quincunce a Plutão e a Marte. Lua e Mercúrio estão em recepção mútua. Dia super mental, cheio de zigue-zagues afobados, a mente driblando dúvidas, inseguranças, dando volteios nas incertezas só para cair nos braços da reprovação. Fugimos da reprovação e nos perdemos no nada, nas poças do caos interior. De lá damos um salto mortal sobre nossa própria inflação e histrionismo… Assim seguimos o dia, pululando impacientes, alvoroçados, buliçosos, talvez até, desvairados em nossos arroubos mentais. Talvez essa atividade mental excessiva seja uma dissociação, uma maneira de escapar de sentimentos desconfortáveis de inadequação, de inseguranças que teimam em voltar ciclicamente, da sombra negativa com a qual ainda não conseguimos lidar. Que seja… Fugir não é a melhor estratégia porque ela nos pega ali no canto escuro, quando estivermos distraídos, sem falar que a fuga aumentará potencialmente a preocupação mórbida que já está no controle. Mas já que estamos com as bolas trocadas, já que hoje “pensamos” com o coração e “sentimos” com a cabeça, talvez possamos respirar fundo e tentar acalmar essa enorme inquietude, permitindo que ela nos diga a que veio. Do quê fugimos, exatamente? Para onde vamos? E mesmo que toda essa fluidez nos dê uma certa sensação de segurança, esta talvez seja falsa e não nos exime de buscar ancoragem e fortaleza em nós mesmos. É isso ou o dia está perdido e não realizamos nada nem chegamos a lugar nenhum, apesar de gastar a sola do sapato no zigue-zague enlouquecido de quilômetros infinitos. Respirar, meditar, caminhar e talvez até dançar podem acalmar a mente e trazer a vivência para o corpo, o que pode nos colocar em contato conosco mesmos e ajudar a atravessar o dia sem surtar e sem dispersar nossas energias e vitalidade de forma irrecuperável. Se tivermos com quem jogar conversa fora, conversar pode até ajudar, mas, conversamente, também pode apenas levar a uma maior dispersão.

DOMINGO, 3 de julho – O Sol Canceriano faz um trígono pleno a Netuno em Peixes enquanto a Lua Geminiana faz sextil a Urano em Áries, ficando vazia logo depois, à 00h44min. Ingressa em Câncer às 10h20min, de onde faz sesqui-quadratura a Marte direto em Escorpião. Noite super-povoada de sonhos, sonhos estes superpovoados de multidões de seres e enredos, compreensíveis apenas no mundo onírico. Para compensar a inquietude mental extrema de ontem, o dia hoje está doce e sensível, propício ao aconchego familiar, ao cuidado com quem se ama, ao afeto explícito, à troca apaixonada, dedicada, saudável e carinhosa… Derramar-se no outro e acolher de volta seu transbordamento. Tudo muito caseiro, muito bem guardado no ninho do lar, no ninho do coração… Nada hoje é para ser escancarado, tudo é sagrado, tudo é segredo – segredo inocente e meio tímido, mas ainda assim, segredo. Comunicamo-nos pela via do coração. Sentimentos fluidos, emanamos ternura pelo olhar, exalamos amor pelos poros, cobrimos de carinho e proteção àqueles que nos cercam e que foram selecionados pelas razões inexplicáveis da alma… Deleitar-se no afeto, colar no outro e fundir-se a ele, sem culpas ou asfixias, sem desejos de correr ou de fugir, apenas ficar, deixar-se ficar e expressar o afeto sem medo… Amanhã corremos e viramos bicho solto de novo, mas hoje, hoje apenas nos aconchegamos um pouco mais no ombro quente ao nosso lado. Sim, é dia de vincular!

Que sua semana seja de luz, de atitudes e decisões transformadoras!

Empodere-se!

(1) Erin Sullivan – Retrograde Planets

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

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