Lua Nova em Peixes – Curando as feridas da alma

Peixes é o signo mais elusivo do Zodíaco: o mais difícil de definir e de se compreender – até para os próprios indivíduos que têm vários posicionamentos neste signo. Tão elusivo, tão complexo, que eu demorei para achar o fio da meada desta Lua Nova, que ocorreu neste sábado, dia 17 de março, às 10h11min no horário de Brasília e às 13h11min no horário de Lisboa, a 26°53 de Peixes.

Nas minhas consultas eu gosto de lembrar que o Zodíaco conta uma jornada arquetípica e, nessa jornada, quando chegamos a Peixes, chegamos ao fim da trajetória e estamos prestes a concluí-la. O ego, que buscou se diferenciar e se definir ao longo de todos os estágios anteriores – empurrando a cabeça no canal do parto (Áries), descobrindo o prazer do corpo e dos sentidos e do mundo material (Touro), descobrindo o poder do verbo e do movimento (Gêmeos), buscando ultrapassar os limites do território social e espiritual conhecidos (Sagitário), trabalhando muito para ser alguém e contribuir na sociedade (Capricórnio) etc. – encontra sua dissolvição em Peixes: é o momento de perceber que a vida e a alma existem para muito além da concretude da experiência terrena com sua busca de sucesso mundano e preocupações com símbolos externos de status e poder. Sue Tompkins, astróloga inglesa, ao falar de Peixes nos lembra da figura do Cristo e sua associação com prostitutas, leprosos, criminosos, mendigos e demais excluídos e marginalizados sociais, porque “Peixes não reconhece fronteiras entre as pessoas. Não há suposição de superioridade sobre alguém que tem uma doença mental, que é pobre, iletrado ou que pertença a uma classe baixa ou mesmo criminosa. Peixes tem a ver com totalidade e universalidade”, diz ela. E ela nos lembra ainda que Peixes, como estágio, nos ensina que somos todos partes interdependentes do mesmo universo, da mesma unidade e nesta fase, os fatores externos não são importantes. O que é realmente importante é o desenvolvimento espiritual. Por isso Peixes é o mais inclusivo de todos os signos, não fazendo acepção de pessoas, geralmente buscando ajudar, de modo genuinamente abnegado e sem as expectativas de retorno comuns aos demais signos.

Peixes também é um signo voltado para a cura, exatamente por sua grande sensibilidade e enorme capacidade de perceber o sofrimento do outro. Daí vem a empatia, que o faz se colocar a serviço e buscar suavizar as dores alheias. O poder de cura também vem do fato de, tendo um pé neste mundo e um pé no outro, ser capaz de perceber que não há fronteiras reais entre passado, presente e futuro, entre este mundo, imperfeito e o mundo inefável para onde voltaremos algum dia, assim Peixes, acessa com mais facilidade as diversas realidades possíveis e funciona como um facilitador para que o “doente” também possa acessá-la, fazendo-o entrar em contato com o poder de curar-se a si mesmo.

O tema da inclusão, do sofrimento e da cura estão muito nítidos nesta Lua Nova, porque, além de ocorrer em Peixes, ocorre também em conjunção muito próxima a Quíron, alcunhado de “o Curador Ferido”. Com Sol e Lua conjuntos a este asteroide, há uma sensação de ferida aberta, incurável; a sensação de um defeito de fabricação na essência do ser. No caso do Sol, a ferida é no princípio masculino, no arquétipo do pai, no senso de individualidade e propósito, o que poderá comprometer a auto realização, caso um trabalho profundo de auto aceitação não seja empreendido. Já com a Lua, a ferida recai sobre o princípio feminino, no arquétipo da mãe, sobre o senso de pertencimento, de nutrição física ou emocional, e, neste caso, os prejuízos se farão notar na forma como cuidamos de nós mesmos e de como nos relacionamos com os outros: há uma forte sensação de abandono e rejeição, sentimentos que, entre outras coisas, levam-nos a cuidar de outros obstinadamente, como se estivéssemos tentando curar a própria experiência de dor e sofrimento da infância. Estamos tão identificados com nossas feridas, que, como Quíron, o Curador Ferido, nos empenhamos arduamente em encontrar uma cura, até perceber que talvez ela não exista, não da forma como imaginamos e, ao empreender essa busca, desenvolvemos um profundo entendimento não só de nós mesmos, mas da própria natureza humana e suas fragilidades e, assim, se o sofrimento não nos avariou demasiadamente, vamos ao encontro do outro que padece, para lhe estender a mão – não é raro pessoas com Quíron destacado no mapa se voltarem para as profissões de ajuda e cura.

Quíron representa também aqueles excluídos, aqueles que não se encaixam, porque são diferentes ou se sentem diferentes de alguma forma, porque se sentem “avariados” pela vida. Com Sol e Lua conjuntos a Quíron, essa lunação traz um grande potencial vulnerabilidade, de avarias na alma e, consequentemente, de dor a este ciclo; mas traz igual potencial de adensarmos o entendimento sobre a natureza da nossa dor e da nossa condição frágil; de olharmos nossa história de dissabores de outros ângulos, ganhar mais sabedoria e perspicácia a partir disso e perceber não só nossa identificação com essa dor, mas também as histórias que contamos para nós mesmos sobre tal sofrimento – histórias muito subjetivas, que só revelam um lado da verdade: o nosso.

Lua Nova em Peixes – Brasília, 17 de março de 2018 – 10h11min.

Além de fazer conjunção a Quíron, a Lua Nova também faz quadratura a Marte, nos últimos minutos de Sagitário, e trígono a Júpiter, regente tradicional de Peixes, que atualmente está retrógrado em Escorpião. A quadratura a Marte reforça o tema da ferida no arquétipo masculino, porque, além de Sol e Lua fazerem quadratura a Marte, este também faz quadratura a Quíron. O masculino não se refere apenas ao homem, ao gênero, mas ao masculino que há em todos nós, homens e mulheres. Isso traz presente o tema da raiva, a raiva surda, diante das grandes injustiças da vida, a raiva que não sabemos onde colocar ou o que fazer com ela, quando nos deparamos com injustiças perpetradas por outros, ou com um grande “azar”, aquelas fatalidades sem culpados, sem explicações, mas que chegam como uma rasteira e solapam a confiança em nós mesmos e na própria vida e nos derrubam tão dolorosamente que demoramos muito a nos levantar de novo. A posição de Marte nesta lunação me chamou muito a atenção: lembra-me o guerreiro sangrando profusamente, no corpo e na alma, depois da batalha por algo que acreditava profundamente, mas de que agora duvida. A ferida infecciona e o envenena, tirando-lhe a paz. No livro Mulheres que Correm com os Lobos, Clarissa Pinkola Estés nos lembra que a raiva pode ser como o lixo tóxico e conta a estória do Urso da Meia Lua, uma estória japonesa longa, mas que ajuda a mostrar o que podemos fazer com essa raiva. Eu vou contar uma versão bem resumida dessa estória.

Era uma vez, uma mulher que vivia numa perfumada floresta de pinheiros. Seu marido foi lutar na guerra e quando foi finalmente liberado, voltou para casa com o pior dos humores, recusando-se até mesmo a entrar em casa, pois acostumara-se a dormir sobre as pedras. Ele queria ficar só e permanecia na floresta dia e noite. A jovem esposa ficou muito feliz ao saber da volta do marido e fez compras e cozinhou, preparou muitos pratos deliciosos com algas, peixes, camarões, arroz, tofu. Ela levou os pratos até a floresta e se ajoelhou ao lado do marido esgotado pela guerra, oferecendo-lhe a refeição. Entretanto, o marido zangado chutou as travessas de comida para o ar, rugindo: “deixe-me em paz!”. Ele estava tão furioso que ela sentiu muito medo e foi procurar a curandeira, fora da aldeia.

  • Meu marido foi ferido na guerra – disse a esposa. – Ele sofre de uma raiva permanente e não come nada. A senhora pode me dar uma poção que o faça voltar a ser carinhoso e gentil?
  • Isso eu posso fazer por você – disse a curandeira. – Mas vou precisar de um ingrediente especial: o pelo de urso de meia-lua. Você deve subir a montanha, encontrar o urso negro e me trazer um único pelo da meia-lua que ele tem no pescoço. Então eu darei o que você precisa e a vida voltará a ser boa.

Algumas mulheres teriam ficados tristes e desanimadas, mas ela era uma mulher que amava e ficou muito feliz em saber que havia uma solução. Na manhã seguinte partiu para a montanha e agradeceu à montanha: “obrigada por me deixar escalar seu corpo”. Agradeceu às árvores por erguerem seus cabelos e a deixarem passar. Ela subiu a montanha e o caminho ficou mais difícil, havia flores espinhosas, pássaros escuros amedrontadores, que eram os espíritos dos mortos que não tinham parentes e ela lhes disse: “vou ser sua parenta. Vou dar-lhes descanso”. Ele continuou subindo porque era uma mulher que amava. Subiu até os picos nevados e enfrentou o frio, seus pés ficaram molhados, mas continuou a escalar, porque era uma mulher que amava. Veio a nevasca e ela subia e cantou, agradecida aos ventos, quando a nevasca parou. Abrigou-se numa caverna e, embora tivesse a bolsa cheia de alimentos, ela não comeu e dormiu.

Pela manhã foi em busca do urso da meia-lua. Procurou o dia inteiro e o encontrou ao anoitecer. O urso deu um rugido feroz e entrou na sua toca. A mulher tirou uma tigela de comida da bolsa que trouxera e colocou do lado de fora da toca do urso e voltou ao seu esconderijo. O urso sentiu o cheiro de comida e saiu rugindo tão alto que pedras se soltaram do lugar, fez um círculo em volta da comida, farejou o vento e comeu a comida de uma só vez. Voltou para sua toca de ré.

Na noite seguinte a mulher repetiu o processo, mas não voltou para o esconderijo, ficando assistindo a tudo na metade do caminho. O urso sentiu o cheiro de comida, saiu da toca, engoliu a comida e voltou para a toca. Isso se deu por muitas noites, até que numa noite a mulher teve coragem de esperar mais perto da toca do urso. Ela pôs a comida na abertura e ficou esperando pelo urso. Quando o urso saiu, além da comida havia um pequeno par de pés humanos e ele rugiu tão alto que fez os ossos da mulher zumbirem. A mulher tremia, mas não recuava. O urso se ergueu alto, estalou as mandíbulas, mas ela não correu. O urso rugiu mais alto, abriu os braços como se fosse agarrá-la com suas garras. A mulher tremia feito vara verde, mas permaneceu onde estava.

  • Por favor, querido urso – ela implorou. – Por favor, vim toda essa distância buscando uma cura para meu marido. O urso voltou as patas sobre a terra, fazendo voar neve e olhou-a direto no rosto. Por um instante, ela teve a impressão de ver cordilheiras, vales, rios e aldeias refletidos nos olhos do urso e uma paz profunda recaiu sobre ela e seus tremores passaram.
  • Por favor, querido urso, venho lhe trazendo alimento todas essas noites. Será que eu poderia ficar com um dos pelos da meia-lua do seu pescoço? O urso parou e pensou que a mulherzinha seria fácil de devorar, no entanto, ficou cheio de pena dela.
  • É verdade – disse o urso. – Você foi boa para mim. Pode ficar com um dos meus pelos. Mas arranque-o rápido, vá embora e volte para a sua gente.

O urso ergueu o focinho para que ela pudesse ver a meia lua branca do seu pescoço e a mulher viu a forte pulsação do seu coração. A mulher arrancou um único pelo, branco e lustroso. O urso gritou e recuou como se estivesse ferido e a dor assumiu a forma de bufos irritados.

  • Obrigada, urso da meia-lua, muitíssimo obrigada. A mulher fez uma reverência e voltou a se inclinar. E correu montanha abaixo com a maior velocidade possível. E continuava a agradecer a tudo o que encontrava pelo caminho. Chegou à aldeia toda esfarrapada e suja, mas correu direto para a casa da curandeira, que era fora da aldeia.
  • Olhe! Olhe! Consegui, conquistei o pelo do urso da meia-lua!

Que bom, disse a curandeira! Pegou o pelo de branco puríssimo e o olho perto da luz e disse: “este é um autêntico pelo do urso da meia-lua”. De repente, porém, ela lançou o pelo no meio do fogo, onde ele estalou e se consumiu numa chama.

  • Não – gritou a mulher. – O que a senhora fez?

— Fique calma. Está certo. Tudo está bem — disse a curandeira. — Você se lembra de cada passo que deu para escalar a montanha? Você se lembra de cada passo que deu para conquistar a confiança do urso da meia-lua? Você se lembra do que viu, do que ouviu e do que sentiu?

— Lembro — disse a mulher. — Lembro-me muito bem.

— Então, minha filha — disse a velha curandeira com um sorriso meigo —, volte por favor para casa com seus novos conhecimentos e proceda da mesma forma com seu marido (para ver a estória completa visite este link ou consulte o livro Mulheres que Correm com os Lobos, de clarissa Pinkola Estés, cap. 12, pag 431).

Essa estória ilustra bem essa configuração Sol-Lua-Quíron-Marte. Alguém que foi à guerra viu e viveu muitas atrocidades e como se diz na gíria atual: não é possível “desver” algo depois que foi visto, assim como ficam cicatrizes dos muitos machucados que ganhamos vida afora. O guerreiro está envenenado com a raiva e com todo o sofrimento que viu e agora é incapaz de voltar a ser o marido amável e gentil que um dia foi. Sua mulher então empreende a jornada de cura, montanha acima – em outras estórias pode ser o homem que realiza a escalada e o tema é encontrado em várias partes do mundo. O urso zangado é a metáfora para o homem ferido na alma e a mulher tem que conquistá-lo, vencendo seu próprio medo de ser ferida e machucada por ele. Todos os terapeutas e profissionais que trabalham com pessoas muito feridas e traumatizadas sabem que é necessário muito tempo e paciência para se aproximar e conquistar a confiança do ferido. E a mulher persevera e enfrenta todos os perigos e dificuldades, buscando o elemento mágico que irá curar seu marido, porque ela amava. Quando volta à curandeira, fica estupefata quando esta atira o pelo, tão duramente conquistado, ao fogo! Porque o pelo não era realmente importante, mas o aprendizado para consegui-lo, sim.

Mas, um elemento essencial nessa estória, que é repetido várias vezes, é que ela era uma mulher que amava. O amor é o elemento essencial na cura. O amor leva ao desprendimento, ao abrir mão de si, e acreditar que o outro tem recuperação, que vale a pena brigar por ele. O amor dá a força necessária para fazer a escalada, para agradecer a tudo o que se encontra pelo caminho, porque tudo é parte do processo e da jornada e, sobretudo, o amor nos ajuda a não cair na armadilha da amargura e devolver a raiva para o outro, dando início ao ciclo destrutivo de mútuas ofensas. Mas esse amor não é o amor piegas das novelas açucaradas. Esse é o amor comprometido, que vê além da raiva e da dor. O amor Pisciano, altruísta e inclusivo. Na estória fala-se de um casal, mas o tema não se aplica apenas às relações afetivas, mas a todo tipo de relações entre humanos e até mesmo entre espécies – quem já lidou com animais feridos e que foram submetidos a maus tratos sabe bem sobre isso. Outro dado significativo, é que ela dá um lugar para os mortos “sem parentes”, ao saudar os pássaros negros que os representam. Ela dá um lugar aos excluídos, de quem outros teriam pavor. Ao dar lugar a eles, ela enfrenta seus medos e os acolhe e eles então já não a amedrontam. Os pássaros podem representar também sentimentos sombrios, que não ousamos pronunciar, mas, ao reconhecê-los e dar-lhes lugar, fazemos as pazes com eles, integramo-los e eles podem nos enriquecer e se tornar recursos no futuro. E podem representar, ainda, a inclusão de nossas partes “quebradas”, das partes danificadas que, ao ser aceitas, tornam-se menos pesadas e dolorosas de carregarmos.

Contudo, é necessário cautela. Com Quíron, podemos nos identificar em demasia com o papel daquele que resgata o outro e podemos nos ver atraídos apenas por pessoas “quebradas”, que estão em carne viva, mais do que nós. Ajudá-las torna-se questão de honra e, em se tratando da Lua, pode ser uma forma de fugir da nossa própria dor e de nos fazer sentir mais fortes e relações assim trazem o elemento do poder, que pode comprometê-la mais á frente. Antes de ajudarmos alguém, é necessário que o outro queira ser ajudado, que o outro esteja aberto à cura, ou nossa jornada será inglória. A mulher escala a montanha, porque conhecia o lado gentil do marido e sabe que ele tem potencial de ser curado. Mas muitas vezes, nós nos enganamos repetidamente com pessoas que não estão abertas, nem disponíveis. Elas estão apaixonadas pelo seu próprio sofrimento, identificadas demais com as histórias que contam para si mesmas. Como disse Clarissa, “a raiva não transformada pode se tornar um mantra constante de como fomos oprimidos, feridos e torturados” e nos fechamos a qualquer possibilidade de re-significar essa história e buscar novos caminhos . Portanto, é necessário estar atentos, até por uma questão de respeito às escolhas e limites do outro. É preciso saber quando ficar e lutar e quando é melhor simplesmente ir embora e deixar que o outro busque a cura por si mesmo, reconhecer a própria limitação e respeitar o limite do outro.

Esse guerreiro ferido somos nós. Sol e Lua em Peixes em quadratura a Marte nos falam da raiva difusa que sentimos e que temos dificuldade de identificar imediatamente; sentimos raiva por todas as injustiças, perpetradas contra nós mesmos e no nosso entorno, no mundo; estamos muito zangados com o estado de coisas que atingimos e não sabemos para onde dirigir essa raiva – muitos de fato têm se tornado cada vez mais destrutivos, dando vazão não somente à sua raiva pessoal, mas a toda a destrutividade que permeia a atmosfera e o inconsciente coletivo, causando mais dor e mais sofrimento, como numa vingança pela dor e sofrimento que lhe foram infligidos antes.

Neste ciclo, o tema da raiva e a necessidade de curarmos essa raiva, expressando-a de forma construtiva se torna muito importante. Podemos ter que lidar com o sentimento de impotência, de injustiça, de frustração, diante de todo o sofrimento que vemos. E precisaremos escalar a montanha e apaziguar o urso zangado, por nós mesmos e talvez por outros. Podemos nos sentir muito divididos: a vontade está alquebrada; duvidamos de nossa capacidade e essas contradições internas nos farão ainda mais impotentes, se não as reconhecermos e lidarmos com elas de forma direta. Mas, se confiarmos na nossa força essencial, se tivermos amor suficiente, subiremos a montanha cantando, a despeito dos espinhos, tempestades, neve e frio.

Marte, além de estar nessa quadratura sofrida, no grau crítico de Sagitário, também está Fora de Limites – desde 16 de março até oito de abril – o que pode representar um período de muita rebeldia e um aumento dessa raiva. Embora Marte ingresse em Capricórnio apenas algumas horas depois da Lua Nova (13h41min), este mapa vale para todo o ciclo. Outro dado interessante é que continuamos sem planetas no elemento Ar e, à exceção de Saturno e Plutão em Capricórnio, o resto todo é Fogo e Água, quer dizer, tudo muito impulsivo e instintivo, algo que enfatiza a posição fora de Limites de Marte. E, o mais importante: como não há Ar, ficamos excessivamente subjetivos, vendo o mundo apenas através de nossas lentes pessoais, tendo dificuldade de nos distanciar, muito identificados com nossa própria visão, opiniões, sentimentos. É necessário nos lembrarmos disso ao longo do ciclo, para fazermos um esforço para nos desapegarmos e sermos mais objetivos nos momentos cruciais. O aspecto a Júpiter também pode nos ajudar, apostando na verdade e nos pautando por ela; revitalizando nossa fé e buscando viver de forma mais otimista, a despeito de todo o lixo tóxico que tem vindo à tona – aliás, exatamente por causa disso, porque significa que agora podemos enfrentar os fatos de forma direta.

E o que tudo isso nos diz sobre nossas novas intenções para o ciclo que começa? Primeiro, sendo de Peixes, este é o ciclo de exercitarmos mais o amor universal, o altruísmo, especialmente nos tempos ansiosos e complicados em que vivemos. Segundo, de exercitarmos esse amor e compaixão também para conosco mesmos, deixando ir identificações com sofrimentos e abrindo-nos à possibilidade de cura. Terceiro, enfrentar nossa dubiedade, nossa vontade vacilante, enfrentar nossas dúvidas e nosso caos interior com honestidade, porque fingir que não existem somente nos enfraquecerá, ao invés de nos fortalecer. Finalmente, identificar e lidar com a raiva difusa, tanto a raiva pessoal, nascida dos nossos próprios conflitos, quanto a raiva coletiva, buscando curá-la e dar-lhe expressão criativa e construtiva, ou ela explodirá destrutivamente cada vez mais – aqui também é necessário evitar se identificar em demasia com as convicções religiosas e fanáticas, o que poderá dar margem a violência ou no mínimo, fomentação da hostilidade ao nosso redor. E é claro que você pode e deve, acrescentar as suas próprias intenções, seus objetivos pessoais!

Feliz Novo Ciclo!

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

22 thoughts on “Lua Nova em Peixes – Curando as feridas da alma

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  • 18 de março de 2018 em 08:23
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    Que texto maravilhoso! Uma verdadeira escalada. Abertura digna pro novo ano. Namastê.

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  • 18 de março de 2018 em 08:37
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    Amei… mas deixaria como dica… poder copiar o link para compartilhar tb pelo Whats …GRATIDÃO My

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  • 18 de março de 2018 em 08:57
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    Simplesmente elucidador e maravilhosa a presente descrição.

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  • 18 de março de 2018 em 09:17
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    É o melhor horóscopo de todos ! Gratidão Plá sua sabedoria e sensibilidade que sempre nos toca!

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  • 18 de março de 2018 em 10:33
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    Obrigada Eunice!!!!

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  • 18 de março de 2018 em 11:22
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    Lindo texto ,que aprendizado maravilhoso. Jamais havia lido algo tão profundo em astrologia. Gratidão mil vezes gratidão.

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  • 18 de março de 2018 em 13:32
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    Maravilhoso. Precisava disso, obrigado pelo direcionamento neste novo ano astral. Nos de Peixes sabemos o quão é necessário resignificar as vivências mas tambem o quão grande é poderoso e nosso poder de cura. Gratidão

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  • 18 de março de 2018 em 14:48
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    Adorei o post, me vi como esse marido ferido, e é sempre bom ler algo que nos desnude a alma como essa publicação. Obrigada. Obs. Sou de peixes…😘

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  • 18 de março de 2018 em 15:42
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    impressionante! me identifiquei muito.Fiz aniversário ontem 17/03. Um texto para ser guardado, relido, relido e relido! Gratidão! Um SALVE a todos!

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  • 18 de março de 2018 em 17:11
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    e só de sagitário e conhece uma pessoa de peixe e agir desta maneira ficar com migo 2 dias e depois some e quando a parece com Desculpas já estou com ele a um ano e ele sempre faz com que eu me sinta mal como eu este ver se errada eu procuro não ligar mas acabo ficando com raiva dele , não brigo , não xingo , fico de boa.

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  • 18 de março de 2018 em 20:10
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    Que texto maravilhoso! Gratidão por compartilhar tanta sabedoria. Veio pra mim num momento em que vivêncio claramente as influências do ciclo citado. Agora sei como enfretá-lo. Grande abraço!

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  • 19 de março de 2018 em 20:24
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    Me identificar não foi só novidade para mim, mas saber que tenho muito mais haver do que achei que sabia. Ótimo texto!! 👏👏👏👏👏

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  • 20 de março de 2018 em 16:07
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    Demais!! Boa lua nova para todxs nxs!!! Beijos!!!

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