LUA CHEIA EM LEÃO – Como está sua criança interior? Qual idade ela tem?
A Lua Cheia em Leão deste domingo, (27/01/2013 01:39 em Cuiabá, 02:39 em Brasília), dá-se de forma um tanto atípica. Isso porque se levarmos em conta apenas a polaridade Leão-Aquário, signo em que o sol transita, temos um período de generosidade, festa, alegria, regado a muito drama, mas também efuso e caloroso. Leão é signo da criança e todas as suas associações. Aquário é um signo sociável e associadoaos grupos em geral. Em Leão brincamos de forma relaxada, nos expressamos criativamente e a imaginação e intuição nos dizem que tudo é possível se confiarmos na vida tal qual crianças. Em Aquário nos sentimos parte da comunidade humana e nos realizamos quando participamos dos mais diversos grupos.
Mas essa Lua Cheia de hoje não é tão relaxada ou despreocupada. Tudo bem, ela acabou de ter um encontro super estimulante e animado com Urano e Jupiter, mas já se despediu deles. Os encontros que tem pela frente agora não são assim tão leves. A Lua fica cheia no grau 7 de Leão, em oposição ao Sol em Aquário. Luas Cheias refletem o apogeu de uma tensão que vinha se acumulando, e essa equação de hoje ganha um elemento bastante melindroso. Quíron, “cutuca” a Lua de forma bastante irritante a partir de Peixes, em aspecto exato. Quíron nos lembra onde somos falhos e demasiado humanos, onde magoamos e somos magoados, e onde há uma ferida que não sara nunca. Como se não bastasse, outro que “cutuca” a Lua irritantemente é Plutão em Capricórnio. Plutão, como já sabemos, é o deus que nos lembra que somos mortais, que a vida tem um ciclo de morte e renascimento, que temos uma sombra e um lixo psíquico, com o qual, geralmente, dizemos que não temos nada a ver, pois gostamos mesmo de pensar que “o inferno são os outros”. E aí, depois de deparar-se com Plutão e tudo o que ele representa, a Lua ainda tem que lidar com a frieza, a crueza e a ironia de Saturno em Escorpião, e esse encontro talvez seja o mais difícil dessa Lua Cheia. Para encerrar essa “reuniãozinha” bacana, ela, que já está toda defensiva e melindrosa, depara-se com Mercúrio em Aquário a lhe acusar de egocêntrica e megalomaníaca. Por isso digo que a exuberância, o brilho e o fulgor da Lua Cheia em Leão ficam esmaecidos, diminuídos. Essa é uma Lua potencialmente insegura, defensiva, um tanto reprimida ou destemperada, sob grande escrutínio e pressão. FAMINTA.
Diante de tudo isso, eu aproveito para perguntar: como anda, e qual a idade da sua criança interior?
Você vai me dizer, o que têm a ver alhos com bugalhos?
Algumas pessoas, parece, já nascerem com uma alma velha. Devido às circunstâncias familiares, sociais e/ou financeiras, desde cedo são obrigadas a assumir responsabilidades, a tornar-se adultos precoces e acabam nunca vivenciando uma infância despreocupada. Aprendem que a vida é dura, que é preciso trabalhar e ter responsabilidade. Não aprenderam a bricar de verdade, a relaxar, porque sempre havia uma tarefa a cumprir, um irmão para tomar conta, um trabalho a desempenhar, uma doença a combater. Sobretudo, cresceram desconfiadas, esperando talvez a próxima ”paulada”, ou simplesmente, a próxima tarefa. Assim, aprenderam a não confiar na vida, perdendo no processo, a capacidade de relaxar e de serem espontâneas, dádivas de uma infância razoavelmente feliz e saudável.
Assim eu vejo essa Lua em Leão de hoje. Em potencial, uma Lua animada, confiante, exuberante, com potencial de grande expressão criativa. Mas então, a autoconfiança dessa “criança” é trincada imediatamente e há a sensação de inadequação, de algo terrivelmente errado com ela, com suas necessidades e seus desejos. Depara-se com um mundo que lhe diz o tempo todo que ela exige demais, é voraz demais, e que lhe dá uma resposta que também lhe parece inadequada, pois é uma resposta fria, reprovadora, repressora de sua inocente exuberância. Como se não bastasse, há uma voz na sua mente lhe dizendo o tempo todo que devia pensar mais nos outros, e que é egoísta por demais. Consequentemente, isso torna-se a maldição do círculo vicioso, pois essa criança talvez fique cada vez mais faminta e voraz, sua necessidade saudável de se expressar criativamente pode virar compulsão e megalomania, motivadas por um narcisismo crônico.
Então. A Lua em Leão nos fala da necessidade de resgatarmos e redimirmos essa criança interior, que continua faminta dentro de nós, talvez reprovada, reprimida, sentindo-se inadequada, insegura, e mais do que tudo, extremamente zangada pelas injustiças que, acredita, foram cometidas contra ela. Sim, “não é justo”, como as próprias crianças costumam dizer às vezes. Mas em algum momento precisamos entender que às vezes não há culpados ou carrascos. A vida é o que é, e nem sempre é “justa”, do nosso ponto de vista limitado e humano. E que se essa nossa criança continua faminta, zangada e triste, é hora de nos voltarmos para ela e dar-lhe, nós mesmos, aquilo que achamos que ela nunca teve: colo, carinho, compreensão, apoio, incentivo… Alimentá-la de confiança. Porque não adianta nada ficar esperando que isso venha de fora. Não virá. O amor de Pai ou mãe que achamos que não tivemos já está dentro de nós. Então torne-se você mesmo a mãe amorosa e o pai carinhoso para a sua criança interior. Dê-lhe colo, maternagem e paternagem. É um exercício que precisa ser repetido muitas e muitas vezes, até que possamos curar nossas próprias feridas, descobrir que a voracidade e exuberância também nos enchem de coragem para olhar de frente para o pior, que a dureza e frieza da vida/das pessoas nos fizeram mais resilientes e independentes. E principalmente, que todas essas dificuldades, por piores que tenham sido, foram fundamentais para nos tornarmos o que somos hoje. Afinal de contas, é o fogo que forja o aço. Então, talvez, nossa criança aprenda finalmente a relaxar, ser espontânea, a confiar na vida e sobretudo em si mesma.
VIVA, aceite e aprecie sua criança interior!
Por Maria Eunice Sousa – Todos os direitos reservados.