One man’s meat is another man’s poison
One man’s meat is another man’s poison. Em tradução livre se diria, aquilo que é alimento para um homem pode ser veneno para outro. Essa expressão idiomática dos ingleses é bem oportuna para uma reflexão que eu fazia esta semana. As pessoas são diferentes. Óbvio? Pois é, deveria ser, mas freqüentemente esquecemos disso quando olhamos com estranhamento os gostos, hábitos e necessidades dos outros. Mais do que nunca precisamos de um olhar tolerante antes de julgar as escolhas e hábitos alheios. O que é adequado ou mesmo uma necessidade para mim, pode parecer sem sentido e até mesmo completamente absurdo para outra pessoa, e vice-versa. E isso não tem nada a ver com conceitos de “certo” e “errado”. Estamos falando do que é adequado, apropriado, necessário para cada um.
Ou como diria Mortícia Adams, citada recentemente por minha amiga Sheba Remy, “normal é uma ilusão. O que é normal para a aranha, significa caos para a mosca”.
Às vezes nos inflamos demasiadamente e nos enraivecemos e ofendemos por causa de uma atitude de alguém com quem convivemos, crentes de que o outro foi insensível, desconfiado, ofensivo, embusteiro, grosseiro, que fez tal coisa de propósito, para nos afrontar, para nos espezinhar. Nessas horas seria bom pelo menos cogitarmos a possibilidade de que a pessoa talvez tenha de fato agido baseada numa necessidade pessoal real e não porque seja demasiado insensível ou por um desejo específico de ferir você. E citando outra amiga querida, Lucía Pozzi, “nós não somos tão importantes assim”. O mundo não gira ao redor do nosso umbigo e nem tudo que o os outros fazem é necessariamente por nossa causa. Talvez suas atitudes estejam baseadas em necessidades reais e específicas. Essa é a hora de sermos humildes e respeitarmos os limites, o espaço, o jeito de ser e as necessidades dos outros. E limites é algo muito, muito pessoal.
O que para você não é nada demais, para o outro pode ser definitivamente invasivo. Pense nisso antes de julgar que fulano ou sicrana magoou você porque é um idiota insensível, grosseiro e desconfiado. Talvez ele só esteja exigindo seu direito legítimo de ter seus limites respeitados.