Sol em Virgem Oposição a Netuno em Peixes: o pior cego é aquele que não quer ver!
O sol em Virgem está em oposição a Netuno em Peixes. A névoa e a neblina estão mais densas do que nunca e véus cobrem os olhos, impedindo a visão e atrapalhando o rumo. Andamos irritados, inseguros, incertos. Mas é hora de olhar para dentro e perceber que a irritação vem das mentiras que contamos para nós mesmos, dos engodos e trapaças nos quais nos permitimos cair para fugir da solidão e da sensação de separação e isolamento. Cedemos e nos espatifamos contra o espelho quebrado de nossas ilusões. “O maior cego é aquele que não quer ver” diz o ditado.
Conte-me mentiras douradas porque estou farto da realidade cinzenta! É dura por demais e eu preciso de glamour, de sonho e de fantasia. Preciso escapar da feiúra da minha rotina diária; da sordidez do banheiro sujo, da chatice das contas a pagar, da mesquinharia da geladeira vazia, da visão horrenda da pia cheia de louças, da mesmice do trabalho diário, da previsibilidade do parceiro e seu pijama velho e meio roto… Salve-me da banalidade que ameaça me engolir e desaparecer comigo no buraco negro do anonimato dos dias… Não quero ver! Não quero ver!
Voluntariamente ponho as vendas que me salvam do comum e do banal, da verdade nua e crua, de ver os estilhaços das minhas frágeis fantasias.
Que mentiras você tem contado a si mesmo para suportar a mesmice dos dias e a banalidade da vida comum? Que escapes tem utilizado para fugir de verdades desconcertantes? Que ilusões tem se permitido alimentar na esperança vã de algo magicamente vá mudar sem esforço? Que pactos fraudulentos e não verbais tem feito com outros para evitar o enfrentamento de situações que não se sustentam mais? Com que engodos tem compactuado em nome da manutenção de uma inocência ingênua e tola?
Com Sol e Netuno nessa dança hipnótica precisamos nos fazer estas perguntas inconvenientes. Por mais que tentemos nos manter numa redoma, protegidos e alienados da verdade, Marte e Saturno não permitirão, porque seu trabalho é nos obrigar a olhar, mesmo que preferíssemos continuar na ilusão. E se insistirmos, a rebordosa e a ressaca serão muito piores mais tarde e será ainda mais difícil lidar com os estragos e prejuízos.
Ceder ao “me engana que eu gosto” e embarcar nesse jogo de enganos é profundamente tentador, e, como o olhar hipnótico do ilusionista, pode ser difícil de resistir. Mas o preço a pagar pode ser alto demais!