Lua Cheia em Leão: a revolução que salva o mundo é uma questão pessoal!
A Lua cheia é um momento de crise, uma eclosão das tensões e sementes que foram germinadas e desenvolvidas durante o ciclo. O dia foi, adequadamente, cheio, como Cheia está a Lua. E do que trata essa Lua Cheia? Está cheia de quê? Cheia de peso, mas também de esperança, de alegria, de impulsos selvagens que urgem por não ser domesticados. Está cheia do potencial da ação individual como catalisadora da reforma que tanto ansiamos por ver concretizada.
A Lua Cheia de hoje vem repetir e reiterar os temas do ciclo iniciado com a Lua Nova de Aquário. O indivíduo é a chave e a solução pra os imbróglios em que a humanidade se meteu e continua a se meter. A Lua Cheia ocorre a 14°47′ de Leão, às 21h08min53seg no horário de Brasília e às 23h08min53seg no horário de Lisboa, Portugal.
Além da oposição ao Sol, a Lua se opõe ainda a Mercúrio retrógrado e faz um trígono próximo a Urano em Áries. Mas os aspectos mais sensíveis são quincunces que a Lua faz a Plutão em Capricórnio e a Quíron e Marte em Peixes, o que a torna foco de um Yod bem difícil e imprevisível, colocando-a numa situação periclitante. É como dizer a uma criança que ela tem a responsabilidade de resolver todos os problemas do mundo. Há uma sensação de peso, de perda da espontaneidade frente a tantas forças coletivas carregadas dos pecados e feridas da humanidade; quase como se não nos fosse permitido ser felizes no plano individual, já que a humanidade caminha para um abismo sem fundo; chegamos a nos sentir culpados por almejar uma alegria descompromissada e solta; por almejar a despreocupação da criança que se sabe amada e bem cuidada por pais amorosos responsáveis. E essa criança fica sem entender o que fez de errado, porque é tão inadequado ser feliz, ser alegre, ser especial, ser ela mesma. Embora haja um pai a segurar sua mão (Júpiter) este pai também está sobrecarregado com o peso das pressões coletivas.
Os quatro grandes significadores de mudanças e de limpeza estão em desacordo entre si: Saturno em quadratura a Netuno; Urano em quadratura a Plutão, sugerindo que não há mais como escapar das contas contraídas nas ultimas décadas, quiçá, nos últimos séculos. E o individuo fica espremido, encurralado e acuado pelos pecados próprios, os pecados de seus pais e de muitas gerações antes dele. Ao individuo cabe, pois, pagar essa fatura e tentar reverter o quadro sombrio e pesado.
Este mapa, a exemplo do mapa da Lua Nova de Aquário, traz novamente uma configuração de Ventilador ou Funda, só que dessa vez, ao invés de somente Júpiter isolado de um lado do mapa, temos também a Lua, ou seja, juntamos a legislação e o povo. Todos os demais planetas e o Sol concentram-se no espaço de um trígono: Urano abre o Feixe de planetas a 13 de Áries e Saturno o fecha a 03 de Sagitário – interessante que Urano inicie e Saturno finalize esse “paredão” de planetas, indicando que as idéias Uranianas mais geniais precisam passar pelo crivo da factibilidade Saturnina. Mas o mais importante dessa configuração “Funda” ou baladeira, estilingue, é o fato de estes dois planetas, Júpiter e Lua, estarem no signo de Leão, com o Sol em Aquário, fechando a polaridade Indivíduo-Coletivo. Leão é o signo da criança, da alegria genuína e juvenil, da espontaneidade; é também o signo da confiança em si mesmo e na vida. É hora de resgatarmos nossa alegria, nossa criança interior, em sua mais genuína inocência e confiança para tentarmos salvar o que ainda resta dessa utopia coletiva. Lua e Júpiter como propulsores da Funda ou base do Ventilador nos dizem que cabe ao indivíduo a transformação pessoal, que em ultima instância, reverberará na transformação coletiva. Como diz Marianne Williamson, numa frase que vi na página da colega querida Sheba Remy, “transformação pessoal pode ter e tem efeitos globais; à medida que avançamos, assim também avança o mundo, pois o mundo somos nós. A revolução que vai salvar o mundo é, em ultima instância, uma questão pessoal”. Isso é algo que venho dizendo desde que iniciei este blog, lá nos idos de 2013. É o indivíduo que vai “alimentar” e retro-alimentar essa transformação, vai ser o catalisador, o propulsor da mudança. De novo repito: ele é a peça chave! Se não mudamos nossa visão, nosso comportamento e atitudes individuais, não adiante reclamar dos desmandos e atrocidades que vemos por aí. O mundo sou eu. Eu sou o mundo!
A essa Lua Cheia, ajudada pela confiança de Júpiter, cabe pois, a percepção do papel do indivíduo. E esse desafio do Yod pode aparecer tanto negativa quanto positivamente. Temos duas situações opostas: uma em que o indivíduo continua com seu comportamento egoísta e auto-centrado, pouco se lixando para os problemas coletivos, a continuar lavando calçadas e tomando banhos de meia hora quando há escassez de água; a continuar a se sentir no direito de ser tratado com regalias quando muitos nem têm o que comer; a perseverar no comportamento irresponsável do uso dos recursos diversos, feito criança que “não está nem aí”. Por outro lado, podemos começar a nos responsabilizar individualmente por tudo isso, e perceber que não é o “estado”, não é “o país”, “a cidade”… Sou eu, minha família, minha vida que somos afetados, a família humana, que é feita de pessoas únicas e singulares. Também não podemos esquecer que o sistema deve existir para servir à pessoa humana, e não o contrário, como vemos hoje. E essa Lua Cheia vem nos lembrar disso com muita crueza: o papel do individuo dentro do sistema; não como mera engrenagem, mas como parte do organismo vivo da vida; se somos esmagados pelo “sistema”, é porque a idéia em si da comunidade humana foi desvirtuada e precisa ser revista.
Hoje também vi uma notícia triste e que deveria ser chocante, mas que nas manchetes atuais, já se tornou banal: uma leoa morreu em decorrência de maus tratos diversos, mas principalmente porque lhe foram arrancados os dentes e as unhas, pra que se tornasse um “animal doméstico”. Isso aconteceu no México, acredito que esta semana – a notícia é do dia 02/02 – veja a notícia aqui. Que coisa mais pavorosa! Que horrenda é esta nossa humanidade! Para mim essa noticia é bastante sintomática e simbólica dos desafios dessa Lua Cheia em Leão. Leão é uma besta selvagem, assim como a criança, quando está crescendo ainda é meio selvagem em sua inocência e simplicidade na visão de mundo. Mas hoje não nos é permitido ser “selvagens”, expressar nossa alma mais autêntica e cheia dos potenciais não domesticados, não domados. Temos que caber “nos padrões” socialmente aceitáveis; temos que corresponder à norma social, e mesmo em Aquário, o signo da rebeldia, podemos nos deparar com esse sonho tornado pesadelo: já que todos são iguais, ninguém pode se destacar em sua singularidade, ninguém pode ser especial, todos precisam ser domesticados, “para o bem comum”, para a “melhoria do todo”. Domesticar o espírito selvagem, será esta a saída? Duvido. Precisamos de civilidade, sim. Mas seria extremamente salutar, a essa altura, voltarmos a algumas práticas e vivencias de nossos ancestrais, de mais comunhão com o planeta em que vivemos, com a natureza; de autorizarmos nossa natureza selvagem a “dar as caras” de vez em quando e abraçá-la, ao invés de temê-la, nem que seja para nos defender do excesso de domesticação; de percebermos que todos somos parte do mesmo organismo e que se uma pata está ferida e não é tratada, o organismo inteiro pode sucumbir e perecer. “Olha ela, que papo mais romântico, mais idealista!” E qual o problema em sermos minimamente românticos? Afinal, o Fogo é o mais romântico dos elementos, é idealista até a medula. Precisamos de uma saudável dose de romantismo, que se mescle à realidade dura à nossa frente.Se não pudermos visionar um futuro possível e apreciável, para que viver? Excesso de domesticidade pode ser letal para o espírito e Urano e Júpiter vêm nos lembrar disso hoje: não deixem que nos arraquem nossas unhas e dentes, pois que seremos incapazes de nos defender. É isso o simbolismo mais triste da morte dessa leoa: o homem tentando domesticar a natureza selvagem, arrancando-lhes dentes e unhas, para nem mesmo possa se defender. Mas como é tolo este homo sapiens!
O símbolo Sabiano do grau 14 de Leão traz uma imagem de alegria e celebração: “um desfile se move por uma rua cheia de gente”. Uma imagem que vem, de fato, recuperar a alegria do Grande Felino do Zodíaco. A imagética é clara: pessoas se juntam para celebrar alguma conquista, algum feito especial, mesmo que seja algo pertencente ao calendário anual que celebra feitos históricos e passados. De qualquer forma, há uma atmosfera de diversão de alegria, de pessoas estarem unidas por afinidades várias, que envolvem o senso de comunidade, mas também de alegria. É hora de relaxar e celebrar, a despeito das preocupações, das demandas e desafios que a vida nos traz. Essa é nossa mensagem de hoje: a despeito de tanta dificuldade e de tantos desafios, não podemos perder o senso da alegria, do sentido de estarmos vivos; não podemos perder nosso espírito selvagem, que ainda crê que atrocidades são exceção e não a regra. Que há, pululando mais e mais, atitudes individuais positivas que contaminam beneficamente a outros, e que, se tivermos sorte, poderá se tornar algo coletivo; que uma hora dessas um desses “indivíduos” seja um chefe de estado, alguém que detém o poder de alterar muitos destinos com suas decisões. Podemos aqui invocar a teoria da ressonância mórfica de Rupert Sheldrake e acreditar que em algum momento, chegaremos ao centésimo macaco, quando a transformação individual se tornará coletiva, e não será só mais uma utopia, mas uma realidade… Mas para isso, é preciso não duvidar da força individual; é preciso acreditar também que a alegria transforma, que tem um poder desestruturador dos sistemas engessados, que perderam o costume de rir, de ser leves, tornando-se excessivamente solenes e sérios; deixaram de ser inovadores, deixaram de ser crianças e se tornaram Senex.
Sob risco de me repetir, digo novamente: a transformação coletiva depende do indivíduo. A pessoa, na sua psique individual, é a Grande Opus que vai pôr a transformação coletiva em movimento. Aqui é preciso ser muito Leonino: olhemos para nosso próprio umbigo e cuidemos de nossa responsabilidade individual.
Leão também é o signo que rege o coração, tanto no plano físico-orgânico, quanto no plano anímico. É preciso ter “Coração de Leão”, um coração corajoso, mas também gentil e magnânimo, pois só os genuinamente fortes conseguem ser gentis. Um coração que confie até o ultimo minuto, que a alegria, a fé e a benevolência podem vencer a mais sombria das perspectivas. Abramos, pois nosso coração e sejamos mais generosos e magnânimos uns com os outros e com a própria vida, em suas mais diversas faces, seja animal, vegetal, mineral ou humana. E viva o Leão e a Criança selvagens!
Feliz Lua cheia para você!
Valew Maria!!!!
“O mundo sou eu. Eu sou o mundo!”, Não é preciso disser mais nada!!!
É isso mesmo!!! Disse tudo!!!
Abrçs
Fernando
Grata, muito grata, Fernando! 🙂