Urano-Plutão: que revolução precisa acontecer na sua vida?
Mudanças abissais têm acontecido no mundo desde 2008, quando Plutão ingressou em Capricórnio; depois Urano entrou em Áries em 2010 e Netuno em Peixes em 2011/12. Os três planetas mais lentos do nosso sistema solar representam forças coletivas e raramente se movem de um signo a outro ao mesmo tempo, ou pelo menos, em tão pouco tempo entre uma ingressão e outra. Assim, só a mudança de signo destes “cachorros grandes” já significaria alterações grandiosas no foco da atenção coletiva e no zeitgeist, o espírito dos tempos. Não bastasse isso, ainda temos a quadratura Urano-Plutão, que começou a operar desde 2010, embora só tenha ficado plena pela primeira vez em 24 de junho de 2012.
De 2010 até meados de 2016, vivenciamos tempos extremos, com profundas mudanças no âmbito coletivo, que impactam diretamente na vida do indivíduo, tanto em termos práticos quanto na mudança de consciência. Por todos os lugares as pessoas sentem o cheiro de mudança no ar, a tensão se acumulando, com ocasionais explosões que liberam grande quantidade de energia, mas que não resolvem o conflito permanentemente – muitas batalhas foram e ainda serão travadas até que essa guerra chegue ao fim. Essas ocasionais explosões ocorrem exatamente quando os “Cachorros Grandes” têm o aspecto exato ou quando recebem ajuda adicional na batalha, como é o caso de conjunções dos planetas pessoais, como Marte está agora conjunto a Urano e quadrando Plutão. A cada novo confronto, mais um pouco de consciência é adquirida, mais um palmo de terreno é ganho. E agora acontece o último round dessa luta, embora ainda sintamos seus efeitos por todo o resto do ano de 2015, especialmente porque a quadratura entre eles está quase exata no mapa de ingressão em Áries, do dia 20 de março. Mas o que representa esse confronto?
Quando estão em aspecto, Urano e Plutão representam duas forças extremamente poderosas colocadas juntas.
De um lado do ringue temos Plutão em Capricórnio, que neste fim de semana ganhou o reforço da Lua: morte e demolição das estruturas rígidas e capengas, obsoletas, especialmente na área das instituições “sólidas” da sociedade, como bancos, governos, representações de poder e mais todos os sistemas financeiros e políticos do mundo; morte, literal ou simbólica, de figuras patriarcais e de autoridade; “conflitos de poder internos e externos e esforço para trazer tudo o que está escondido à superfície” (1), na revelação de segredos familiares e coletivos antigos e muito bem guardados; transformação radical nos modelos familiares e na forma como as famílias se formam; instinto de sobrevivência extraordinário (da espécie) e a toda prova; poder absoluto de transformação, espírito indômito, quebra de tabus sociais, resiliência, resistência, disciplina, controle, auto-suficiência, ambição, autonomia e demolição completa do status quo, só pra citar alguns predicados. No outro canto do ringue, Urano em Áries, que ganha a aliança de Marte por estes dias, “enfatiza a individualidade e produz avanços repentinos e explosões” (1). É inquieto, imprevisível, temperamento raivoso, explosivo, zangado mesmo, vontade de aço, mudanças constantes de humor, necessidade de independência e auto-suficiência, intransigência, mudanças radicais e inesperadas, rebeldia, desobediência civil, revolução… Há grande instabilidade pessoal e coletiva e sentimos que andamos na corda bamba, ou mesmo que estamos à mercê de forças maiores que nós, daí a grande apreensão diante do futuro.
Pois bem, dos dois lados do ringue temos oponentes igualmente formidáveis, difícil dizer quem ganha essa batalha, que dirá dizer quem ganha a guerra… Estes dois juntos “não são fáceis de segurar e tendem a levar as coisas aos limites extremos. Plutão e Urano podem criar atos abruptos e explosivos de violência ou tensão intensa que nos afeta profundamente, brotando das profundezas da psique coletiva (…) Quando juntos, tensão e estresse são invitáveis, porque Plutão, que intensifica tudo o que toca, é ativado pela inquietação, tensão e impulsividade de Urano” (1) Mais difícil ainda é dizer de que lado a gente fica – na verdade não fica, somos partidos ao meio, demolidos no processo – mas o que precisa ficar claro é que eles vêm demolir e desintegrar o que está errado e torto, o que não funciona mais, o que não percebemos que é fajuto e está podre – tudo isso para que seja reconstruído de forma mais autêntica e sólida. É um despertar para verdades inconvenientes, para que se possa transformar a realidade.
A batalha entre Áries e Capricórnio simboliza o eterno embate entre o indivíduo e o sistema, a novidade e a tradição, o jovem e o velho, o filho e o pai… Conflitos de gerações, ou seja, uma batalha tão antiga quanto o mundo. Temos assistido esse embate se manifestando de forma tão literal nos últimos tempos que às vezes a palavra símbolo perde o sentido. Primavera Árabe, Tumultos Londrinos, Revoltas Gregas, Italianas, Espanholas, Mexicanas, Venezuelanas… E até no Brasil tivemos as manifestações de 2013 e agora as manifestações em 2015. Indivíduos (Áries) no mundo inteiro que estão cansados de simplesmente engolir ideologias e aceitar calados que suas liberdades individuais sejam cerceadas, que seus destinos sejam manipulados como o de peões num tabuleiro de xadrez (Capricórnio). Indivíduos (Áries) revoltados, zangados, de espíritos guerreiros e indômitos, dispostos a tudo, a matar ou morrer (Urano), lutando contra regimes totalitários, ditaduras, opressão, contra as formas de poder impositivas ou corruptas, que coisificam e sistematizam o humano em números e estatísticas a serviço do enriquecimento e permanência no poder de uns poucos (Capricórnio). Indivíduos (Áries) insatisfeitos com as sociedades (Capricórnio) em que vivem, mas que precisam se dar conta de que o despertamente tem que acontecer em nível individual também. Isso sem falar nos cataclismos e desastres naturais mundo afora, tragédias aéreas diversas, conflitos bélicos pipocando ou recrudescendo em todo lugar, a ponto de voltarmos a nos sentir ameaçados por uma guerra nuclear de proporções globais. Por outro lado, ainda há muita manipulação midiática e uso e abuso de muitos destes movimentos, assim como estamos vendo crescer e ganhar força vários movimentos extremistas, ditatoriais e totalitários, como é o caso das facções extremistas do Islamismo. Tanta contradição na expressão da energia ocorre exatamente porque Urano é imprevisível na sua ação: não se sabe o quê, nem como nem quando vai acontecer. Com Urano normalmente se diz: “espere o inesperado”. Mas o inesperado aqui não é o oposto do esperado, mas sim algo que sequer se havia cogitado!
Você já leu/ouviu isso antes? Estou me repetindo? Provavelmente. Como este conflito se desenrola por anos, muito já se falou sobre ele e suas implicações e eu já falei dessa quadratura várias vezes por aqui. Plutão e Urano representam forças do inconsciente coletivo em ação, movimentos e mudanças sociais profundos, transformações nos ciclos da natureza, nos ciclos da vida e da evolução humana na terra. Sim, você não está louco, o chão tem tremido sob seus pés nos últimos tempos, ameaçando abrir-se numa cratera gigantesca que sugará a tudo e a todos… Não, não precisa ser literal, o mundo não precisa acabar literalmente para sentirmos que uma espécie de morte aconteceu e está acontecendo, que algumas transformações tão necessárias para o planeta e para a civilização humana na terra ocorrerão à revelia de nossas vontades, apesar do ser humano, ou mesmo, por causa dele. Evolução ou Morte. Vácuo. Revolução.
Colocando os dois juntos, Urano e Plutão, e ainda adicionando Marte, temos transformação (Plutão) radical (Urano), que se manifesta como extremismo, intransigência, violência, mudanças drásticas, quebra de tabus, resiliência extraordinária e ambição sem limites; Temos ainda um despertar para novas formas de existência, individual e coletiva, um despertar da consciência, seja pelo amor ou pela dor.
E como lidamos com essas energias tão poderosas na nossa vida pessoal? O que fazer quando tudo parece se desintegrar à nossa volta? O que restará depois dessa demolição, dessa morte? Quando se dá o renascimento? Primeiro é necessário um exame honesto da própria vida para se perceber onde estamos estagnados, onde estamos presos a sistemas rígidos de existência, onde nos tornamos excessivamente dependentes, vivendo meias vidas para satisfazer a expectativas alheias ou até mesmo nossas. Então, feita essa análise, ao invés de resistir, o melhor que fazemos é contribuir com o processo de desintegração, deixando que os deuses façam seu trabalho, mesmo que seja doloroso, muito doloroso.
E para isso, precisamos fazer algumas perguntas impertinentes, inconvenientes: onde, na sua vida, precisa acontecer uma verdadeira revolução? Em que área precisa haver uma transformação radical? Em que setor precisa mudar radicalmente de atitude, quebrar padrões e paradigmas? Onde precisa questionar os modelos antigos? Para que verdades duras precisa acordar de uma vez por todas? Que estruturas impedem o seu crescimento e precisam ser demolidas definitivamente? Onde precisa acontecer uma morte e um posterior renascimento? Que idéias, conceitos e imagens você tem de você mesmo, das quais precisa se desidentificar (urgentemente) para ver além delas e deixar surgir a pessoa que você verdadeiramente é? Você sequer tem coragem de ousar descobrir quem verdadeiramente é? Você realmente tem coragem de ser totalmente livre? Você realmente dá conta de abraçar a liberdade que tanto diz querer?
Mas principalmente, você tem coragem de suportar o vazio e a incerteza de perder ou abrir mão de tais identificações? Quando se trata dessas forças e a forma como operam, a princípio ficamos completamente perdidos, estamos presos no vácuo, na escuridão da morte, naqueles três dias no túmulo, aguardando o momento da ressurreição. Mas esse período pode ser longo e angustiante e não sabemos o que nos aguarda à frente. Então há ansiedade, dor, incompreensão, desespero. É preciso, pois, aprender a tolerar, a suportar esse tempo de angústia e incerteza e confiar que algum dia as coisas farão sentido novamente, por mais que no momento tudo pareça estraçalhado e irrecuperável. É preciso suportar o vácuo, o vazio. É preciso ser capaz de olhar para si e viver sem as muletas que nos davam falsa sustentação: o cargo na empresa, o emprego, a profissão ou a carreira, o carro do ano, o relacionamento, o status, a conta no banco, a aparência bonita, a casa ideal, a saúde de ferro… O que quer que tenhamos usado até aqui pra nos identificar e nos dar um senso de quem somos e do valor que temos. Quando se tira tudo isso, o que é que fica? Conseguimos ainda saber o quê ou quem somos? Somos capazes de trafegar no escuro por um tempo e permitir o vazio sem sair buscando novas identificações sofregamente? Conseguimos mesmo suportar e sustentar quem somos de verdade, sem os disfarces e máscaras sociais? Conseguimos admitir que estávamos infelizes, insatisfeitos, vazios, inautênticos? Conseguimos recomeçar do zero?
São muitas e muitas perguntas que pululam pela mente e talvez nem seja tão importante assim respondê-las. Importante mesmo é ter coragem de perguntar e se permitir ficar sem respostas prontas e certas por um tempo. Permitir-se ser trabalhado pelos deuses, pela vida, como as uvas que confiam no vinhateiro que as pisa para transformá-las em vinho, como no poema de Rumi. Ou, como diria o Joseph Campbell, “Precisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos, para podermos viver a vida que nos espera. A pele velha tem que cair para que uma nova possa nascer” – este é o espírito de Urano-Plutão.
URANO – PLUTÃO trafegando nas casas do Mapa Natal
Pessoas que têm planetas, especialmente os planetas pessoais e sociais (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) entre os graus 12 e 20 dos signos cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) são mais afetados por esta quadratura (quem tem planetas no primeiro decanato destes signos já foi trabalhado entre 2010 e 2014). Mas, de outra forma, para ajudá-lo a identificar a área de vida que passa por essas transformações radicais na vida pessoal, onde precisa haver quebra de paradigmas e mudanças radicais, relaciono abaixo os temas trabalhados dependendo das casas ativadas por essa quadratura no mapa. Não tenho pretensão de esgotar os temas, isso são apenas linhas gerais. Se você não conhece seu mapa, clique aqui e insira seus dados de nascimento pra descobrir. Verifique onde você tem os signos de Áries e Capricórnio. É lá que a ação acontece, o palco em que cenários, falas, atitudes e enredos precisam ser mudados. Drasticamente. Se não nos damos conta da mudança que precisa ocorrer, ela vai acontecer à nossa revelia (essa interpretação dos temas das casas é baseada em Howard Sasportas – (2))
As Casas Angulares (1, 4, 7 e 10) são casas que geram energia, as casas onde estas forças são sentidas de forma mais inequívoca, porque são casas dinâmicas, de ação, associadas com os signos cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) e envolvem a própria existência do individuo e sua sustentação física neste mundo, aquilo que lhe permite estar encarnado: seu corpo e identidade (1) sua família de origem, suas raízes, sua casa e seu lar (4); seu casamento e parcerias afetivas ou de negócios (7) e seu lugar no mundo em larga escala, seu papel social, sua carreira e vocação, seu destino (10).
Casa 1 e casa 4 – confrontos entre os interesses individuais e os familiares; problemas e conflitos de autoridade com o pai ou outros membros da família; transformação na relação com o pai; lembranças esquecidas da memória familiar afloram e causam alterações nas relações familiares; sentir-se amarrado, tolhido pelas tradições ou responsabilidades e obrigações familiares; necessidade de romper o cordão umbilical e qualquer coisa que reprima a individualidade e trilhar o próprio caminho, sozinho; cometer os próprios erros, tornar-se mais independente e ter mais autonomia, sem no entanto romper com os laços afetivos. Libertar-se das restrições sem fugir das responsabilidades necessárias. Problemas podem envolver questões relativas a propriedades e à casa onde se mora, como vendas, mudanças de residências, reformas, etc, acontecimentos que têm reverberações mais profundas do que meras transações comerciais ou alterações físicas.
Casa 4 e 7: Aqui o conflito é entre o clã de origem e as parcerias que firmamos na vida. A família e as suas tradições e a vida doméstica podem estar interferindo na relação conjugal ou nas parcerias de trabalho. E vice-versa. A necessidade de favorecer a vida subjetiva e privada também pode estar sob grande pressão quando se está numa relação afetiva que demanda toda atenção e tempo de que dispomos. Será que nos casamos com uma versão mais jovem de nossa mãe/pai e não tínhamos percebido? Será que o relacionamento afetivo é uma repetição dos dramas vividos por nossos pais? Será que as bases desse relacionamento são realmente sólidas? Nossos relacionamentos atendem às necessidades de nossa alma, de afeto e outras trocas? Por que mesmo estamos juntos? Ainda temos afeto genuíno ou somente nos acostumamos um com o outro?
Casa 7 e 10: o motivo do estresse e da pressão é o relacionamento afetivo/parceria profissional versus carreira e imagem pública. Como dividimos nosso tempo, energia, atenção entre essas duas esferas de vida tão importantes? Será que mantemos um relacionamento por causa de aparências sociais e das convenções? Será que a relação é apenas de interesse? Por outro lado, o parceiro pode estar extremamente insatisfeito de ser sempre relegado a segundo plano em nome de nossa ambição e da nossa busca por proeminência. Somos obrigados a fazer escolhas difíceis entre estas duas áreas de vida e algumas delas talvez se dêem a despeito do que queremos. A carreira, a imagem social de repente destoam da vida intima – como negociamos isso? É preciso ter coragem de reinventar-se nestas duas áreas, reinventar o casamento ou ele sucumbirá; reinventar-se profissionalmente tendo coragem de assumir o tamanho de nossa ambição ou nosso desejo de liberdade.
Casa 10 e 1: até que ponto abrimos mão de nossa individualidade em nome de nossas ambições profissionais? Até que ponto suprimimos o que realmente desejamos para nos encaixar, para ser bem sucedidos e aceitos socialmente? Será que criamos uma persona profissional fake e passamos a viver somente a partir dela, ignorando o ser humano por trás da persona? Aqui Urano-Plutão exigem uma morte irrevogável de uma forma de existência que inclui nossa expressão individual assim como a forma como nos projetamos no mundo. Nas casas angulares o processo pode ser muito mais doloroso e difícil de se conciliar. Reinvenção completa e absoluta de quem somos e de como vivemos no mundo. Isso inclui carreira, expressão pessoal, aparência física, saúde, status social, posição financeira, etc. Transformação na forma como se vê a mãe e na relação com ela.
Casas sucedentes (2, 5, 8 e 11) – são casas de concentração de energia, onde é difícil lidar com estas forças de mudança porque a energia aqui é naturalmente fixa (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) e tende a resistir a mudanças.
Casa 2 e casa 5: o que está em conflito aqui são nossos valores e a forma como nos expressamos na vida; podemos ter despesas extras e imprevistas com os filhos, que podem se tornar fonte de dor de cabeça – a relação com os filhos precisa ser completamente transformada para ser mais autentica e honesta; podemos nos descobrir falidos financeiramente porque levamos um estilo de vida perdulário que não se sustentava e agora precisamos prestar contas; podemos ser desafiados a nos desapegar de posses em nome de uma vivencia mais espontânea e livre – até que ponto nossa expressão criativa está tolhida pela necessidade de segurança financeira e material? Podemos ser instados a ser mais livres e artísticos e menos literais e rígidos nos nossos valores; ou talvez relacionamentos (a casa 5 também trata de relacionamentos) sexuais passem por desafios que se originam de conflito de valores; o artista pode descobrir que precisa ser prático se quiser sobreviver e prosperar, precisa reinventar completamente a forma como expressa e gere sua arte.
Casa 5 e 8: novamente conflitos de valores estão em cheque, mas desta vez envolve os valores dos outros, especialmente dos parceiros íntimos; conflitos de heranças com filhos ou outros herdeiros; no plano mais sutil, nosso senso de ser especial está desafiado por forças sombrias que descobrimos dentro de nós; depressão pode ser uma manifestação, pois a alegria parece ser repentinamente suprimida e a vida parece perder a graça; descobrimos que muitas de nossas relações são baseadas em complexos inconscientes; conflitos sexuais e perda de potência podem ser uma expressão; novamente há conflitos com os filhos ou com o parceiro por causa dos filhos; tabus sexuais podem eclodir e exigir que se lide com eles; a criatividade pessoal pode ser desafiada e ficar bloqueada até que se lide com os esqueletos presos no inconsciente.
Casa 8 e 11: nossa visão e ideal de sociedade perfeita de repente é confrontada com aspectos sombrios e inconscientes que nem sabíamos que existiam, seja em nós mesmos, seja em facetas de pessoas intimas que de repente parece que não conhecemos mais; nosso valores sexuais ou tabus e preconceitos podem ser fonte de rupturas com amigos ou outras relações sociais ou mesmo amizades podem ser finalizadas por causa de envolvimentos sexuais; complexos sexuais podem minar nossas esperanças de futuro e nos obrigar a lidar com eles para podermos voltar a sonhar; heranças materiais ou genéticas podem ter impacto decisivo na forma como sonhamos e projetamos a vida, tornando-a mais sombria ou mais luminosa; de qualquer forma, é preciso confrontar a própria sombra e instintos auto-destrutivos para conseguir olhar com otimismo para o futuro novamente.
Casa 11 e 2 – nossos ideais aqui são confrontados por questões muito práticas e literais; rupturas podem ocorrer devido a empréstimos ou negociações financeiras com amigos; da mesma forma, amigos saem de nossa vida devido a conflitos irreconciliáveis nos valores; quando vamos finalmente adotar as medidas práticas e cabíveis para realizar nossas grandes esperanças? Afinal, somos homens ou ratos? Quando iremos finalmente por em prática aqueles sonhos que começam com “um dia eu gostaria de…”; podemos perder todos os bens materiais, para ter que descobrir o que de fato nos sustenta, quais são nosso ideais e valores verdadeiros.
Casas Cadentes (3, 6, 9 e 12) – As casas cadentes encerram processos e histórias, são menos ativas e mais fluidas e mutáveis, associadas aos signos Mutáveis (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes). Elas distribuem e reorganizam a energia, assim, a quadratura nestas casas será sentida com impacto muito mais mental, a não ser que faça aspectos com planetas nestas casas. Algumas de suas mudanças serão cozinhadas em fogo lento, sendo manifestadas ou percebidas mais claramente apenas quando os planetas Urano e Plutão cruzarem os ângulos seguintes, adentrando as casas angulares.
Casa 3 e 6: a transformação que precisa ocorrer tem a ver, principalmente com os processos mentais e a forma como eles influenciam nosso cotidiano e nossos hábitos; podemos nos sentir mentalmente exauridos, sob uma pressão que não sabemos direito de onde vem, ou que é claramente identificada com o trabalho ou estudos e produção intelectual; mudanças significativas na forma como nos comunicamos e processamos informações no trabalho; a saúde pode sofrer com os excessos mentais ou descuidos impostos sobre o corpo; o sono pode ficar irregular e podemos sentir a existência ameaçada por causa de algum problema de saúde; é preciso rever as atitudes mentais que geraram a condição na saúde; atitudes mentais rígidas podem também ser fonte de conflito com colegas de trabalho ou mesmo chefias; a mobilidade física pode ficar temporariamente bloqueada para que se perceba o ritmo frenético que se vive, a insanidade da correria ou os problemas que a inatividade pode causar; viagens domésticas e deslocamentos em geral ficam sujeitos a muitos imprevistos demandando jogo de cintura permanente; o dia a dia fica especialmente afetado e sujeito a muitos contratempos e é melhor encarar tudo com flexibilidade, sem criar resistência, disposto a se aprender com o novo; ótima oportunidade de se livrar de maus hábitos, de vícios e comportamentos destrutivos na área da saúde e da gestão do corpo.
Casa 6 e 9: nossa perspectiva de vida e nossas crenças podem entrar em conflito com o ganha-pão. A pressão é sentida por nos sentir mercenários por esta num emprego que apenas supre a sobrevivência mas nos faz sentir vazios e insatisfeitos; ou podemos ter crises de fé porque nosso cotidiano é insosso e vazio; ou nossa fé é desafiada por questões sérias de saúde; nossas crenças podem interferir no trabalho e na forma como organizamos a vida; somos desafiados a trazer nossa espiritualidade para a vivencia cotidiana e prática; somos confrontados em nossa hipocrisia; viagens internacionais podem propiciar avanços formidáveis no trabalho, mas também podem significar impactos na saúde; da mesma forma, contatos com estrangeiros nos obrigam a rever nossos conceitos e a forma como vemos o mundo, nos obrigando a questionar preconceitos e a nos desapegar de idéias e ideais antigos que norteavam o funcionamento do nosso dia a dia.
Casa 9 e 12: aqui forças inconscientes são despertas e causam uma transformação profunda na forma como olhamos para a vida, na nossa filosofia e nas nossas crenças; o passado vem nos visitar e desenterrar alguns assuntos mal acabados para que possamos voltar a nos expandir e crescer longe dos conceitos rígidos que criamos para nós; quebra de paradigmas e tabus na área acadêmica, na espiritualidade, talvez mudança de religião ou de filosofia espiritual; despertar para o todo; despertar espiritual; busca de expandir as fronteiras da mente; busca por respostas e questionamentos que antes nunca nos haviam ocorrido; anseio por viajar para outros países, descortinar fronteiras geográficas, sociais, de costumes, ou espirituais; confronto entre o visível e o invisível; entre o que nos sustenta, nossa fé e aquilo de que duvidamos, aquilo que tememos nas profundezas da nossa psique; medo de ter medo; medo de mudar de forma inexorável e não se reconhecer mais; medo de enlouquecer; de perder o juízo, o controle; medo de se destruir; é preciso relaxar e abrir mão do controle.
Casa 12 e 3: Novamente os processos mentais são o cenário onde a grande ação se desenrola porque a casa 12 é a mente inconsciente e a 3 é a mente consciente; forças inconscientes são muito potentes e trazem à tona muitos segredos e revelações, especialmente no que tange a questões familiares envolvendo irmãos, parentes ou vizinhos; o passado vem nos revisitar para que lidemos com coisas mal resolvidas lá atrás; pessoas surgem depois de muitos anos sem contato; fantasmas vêm cobrar suas contas e nos obrigar a ir atrás de seus corpos para lhes dar um enterro decente; podemos perceber como complexos familiares impactam na forma como conduzimos nossa vida e nas escolhas que fazemos; nosso ambiente imediato fica sujeito a muitos altos e baixos, a pressões e estresses imprevistos; e percebemos que muito do caos que se instala ao nosso redor é resultado do caos que impera em nossa mente, da mistura daquilo que dominamos, a mente racional, com aquilo que ora ou outra nos pega de surpresa; “acreditamos no que ouvimos ou vemos ou apenas no que percebemos intuitivamente?”. É preciso não se impor um ambiente organizado e não entrar em pânico se eventuais períodos de extrema desordem se instalarem ao seu redor; o ambiente se desordena para ser reordenado, assim como nossa mente e os processos de interface entre consciente e inconsciente. O sono também fica muito irregular e talvez haja períodos de grande inquietude mental, que se não for bem administrado, pode levar a um esgotamento nervoso.
A última quadratura plena acontece nesta segunda, dia 16 de março de 2015. Porém, Urano e Plutão continuam sua dança ainda por muitos meses, adentrando 2016, embora gradativamente se afastando da exatidão do aspecto. Em dezembro deste ano, próximo ao Natal eles ainda estarão a um grau de distancia da quadratura plena, o que será sentido de forma inquestionável. Então, ainda temos muitos meses para trabalhar essas questões e ser trabalhados por elas. Mas ao invés de temer essas energias e trincar os dentes, o que podemos fazer de melhor é dar as boas vindas a elas, por mais amedrontados que estejamos e aproveitar a oportunidade para recriar uma vida inteiramente nova na área que em que os planetas estiverem trafegando, aproveitar para nos reinventar e nos recriar, criar a vida que sempre almejamos. Deixemos os deuses fazerem seu trabalho e submetamo-nos à sua vontade!
(1) HAMAKER-ZONDAG, Karen – Aspects and Personality – Weiser Books
(2) SASPORTAS, Howard – As Doze Casas – Pensamento
Outras fontes:
GREENE – Liz, A dinamica do Inconsciente
TOMPKINS, Sue – the Astrologers handbook
Que aula! Adorei. Anotarei para estudar
Gratidão querida Luciana 🙂
Obgada!Tentando entender tudo isso com calma!Pois,pra uma ariana,ascendente em Capricórnio e Lua em Libra,sinto na pele todas estas influencias,e mais,5 casas em Cancer.Será que eu sobrevivo a tudo isso???Tomara,rsrsrs…
Sobrevive sim, Maria Fernanda, embora você só vá perceber isso com mais clareza daqui a alguns anos. Muita luz para você! 🙂
Casa 12 e 3: Novamente os processos mentais são o cenário onde a grande ação se desenrola porque a casa 12 é a mente inconsciente e a 3 é a mente consciente; forças inconscientes são muito potentes e trazem à tona muitos segredos e revelações, especialmente no que tange a questões familiares envolvendo irmãos, parentes ou vizinhos; o passado vem nos revisitar para que lidemos com coisas mal resolvidas lá atrás; pessoas surgem depois de muitos anos sem contato; fantasmas vêm cobrar suas contas e nos obrigar a ir atrás de seus corpos para lhes dar um enterro decente; podemos perceber como complexos familiares impactam na forma como conduzimos nossa vida e nas escolhas que fazemos; nosso ambiente imediato fica sujeito a muitos altos e baixos, a pressões e estresses imprevistos; e percebemos que muito do caos que se instala ao nosso redor é resultado do caos que impera em nossa mente, da mistura daquilo que dominamos, a mente racional, com aquilo que ora ou outra nos pega de surpresa; “acreditamos no que ouvimos ou vemos ou apenas no que percebemos intuitivamente?”. É preciso não se impor um ambiente organizado e não entrar em pânico se eventuais períodos de extrema desordem se instalarem ao seu redor; o ambiente se desordena para ser reordenado, assim como nossa mente e os processos de interface entre consciente e inconsciente. O sono também fica muito irregular e talvez haja períodos de grande inquietude mental, que se não for bem administrado, pode levar a um esgotamento nervoso. UUAAAUUUUUUU… Hoje em 16 de março de 2015 vc vem aqui para me dizer issso? OOOORRRRAAA MEU!
Mais um EIXO para se completar e se fundir num amálgama cétrebro-alma que eu me derreto todo. Puxa vida, por que vc não entrou na minha vida antes, mhein? BEIJOS CHEIOS DE AMOR, CARINHO, RESPEITO E ADMIRAÇÃO!
Gratidão sempre, querido Sam! Esse é o eixo que cai no meu mapa também! Não tá fácil não, mas, com a ajuda dos deuses, a gente se vira! 🙂
Muito obrigada pela sua clara e completa análise! Ficou muito mais fácil de compreender toda a complexidade da relação dos planetas em trânsito e em nas casas de nosso Mapa Natal! Parabéns pela facilidade de expressão de temas tão complexos! _/|_
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