Lua Cheia em Capricórnio: celebrando a vida, o amor e a compaixão!
Chegamos ao ápice de mais um ciclo, num mês para lá de especial, visto que teremos DUAS Luas Cheias – a segunda chamada de LUA AZUL, no dia 31 de julho, em Aquário. O fenômeno da Lua Azul não se refere à coloração da Lua, mas à repetição da fase cheia no mesmo mês do calendário oficial, então, como o ciclo de lunação é de 29,5 dias, sempre que uma Lua Cheia ocorre no dia 1° ou dois de um mês, é muito provável que haja outra Lua Cheia ao final do mesmo mês (fevereiro está obviamente excluído do fenômeno). A Lua Azul ocorre em média a cada três anos.
Voltando à Lua Cheia de hoje, ela ocorre às 23h19min no horário de Brasília, e às 03h19min no horário de Lisboa, a 09°55’ de Capricórnio, em conjunção a Plutão, oposição a Sol-Marte em Câncer, sextil quase exato a Netuno em Peixes e, principalmente, forma uma Grande Cruz Cardinal ao fazer quadratura ao eixo nodal da Lua. Uma Lua Cheia deveras poderosa e de grandes implicações! Mas antes de olharmos os aspectos, algo que chama a atenção é que esse mapa traz grande presença do elemento Água, cinco pontos no total (Sol, Marte, Saturno, Netuno e Quíron) e apenas Mercúrio em Ar, em seus domínios Geminianos. Isso aponta para uma Lua Cheia que tende a ser bastante emotiva, até mesmo para Capricórnio, visto que o regente da Lua Cheia, Saturno, está em Escorpião. A fase cheia já é naturalmente dramática, pois indica um momento crítico no ciclo, um pico na experiência da busca dos objetivos do período.
Toda essa água também sugere a necessidade de sermos mais amorosos e compassivos, de exercitarmos maior empatia, de olharmos para além do nosso próprio umbigo e estendermos as mãos para outros que porventura precisem de nós, seja o próximo mais próximo, ou mesmo em escalas comunitárias maiores. Nem que seja orando à distancia pelos que sofrem. O que me remete imediatamente ao aspecto mais próximo que Lua e Sol fazem neste mapa: Netuno. A Lua faz sextil e o Sol faz trígono, os dois a apenas 12 minutos de distância da exatidão do aspecto (minuto aqui é a fração de grau). É preciso trazer à luz da consciência (Sol) e também ao coração e ao sentir (Lua), a percepção da interconexão que nos une a todos na teia da vida, seja energia animal, vegetal, mineral – obviamente se isso está para além da espécie, está mais além ainda de identificações políticas, sociais, raciais ou religiosas. Tudo isso de forma muito prática e pé no chão, como requer o signo da Cabra. Até porque em Capricórnio adquirimos a consciência social, o conhecimento de que fazemos parte de uma comunidade, na qual está inserida também nossa família de origem (Câncer), e, portanto, devemos trabalhar não só pelos nossos objetivos e ambições pessoais, mas também pelo melhoramento dessa sociedade em questão.
Mas essa Lua Cheia fala mais, muito mais… Como a maior parte das Luas Cheias nos signos Cardinais dos últimos anos, essa novamente ocorre envolvendo Plutão – e por pouco não envolve Urano também! Lembretes ruidosos da necessidade de transformação profunda em nossas vidas, em todos os níveis: pessoal, familiar, profissional, social… Lembretes que são repetidos infinitamente; necessidade de levarmos vidas mais autênticas e mais condizentes com os limites da realidade em que vivemos. Sim, com Capricórnio sempre somos chamados a encarar a realidade como ela é e se Plutão é o par nessa dança, não há escapatória possível.
Capricórnio também evoca nossa capacidade indubitável para a auto-suficiência, a despeito de nossas cultivadas dependências e apegos. Responsabilidade, deveres, sobriedade, disciplina, paciência, temperança também são atributos deste signo que ficam mais que realçados quando dá lugar a uma lunação. Contudo, a Lua Cheia convida também a buscarmos equilíbrio nos assuntos representados pelo eixo em que acontece, neste caso Câncer-Capricórnio. Aqui, uma frase que resume bem este eixo é a citação famosa de Che Guevara (que tinha Plutão em Câncer): “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamas”, ou em português claro: “é preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais”.
A Lua Capricorniana, além de estar conjunta a Plutão, está em oposição a Marte em Câncer. Uma Lua que não tem medo de nada, que faz da coragem seu lema diário; que encara de perigos atrozes às durezas e obrigações do dia a dia. Mas é preciso vigiar para não se endurecer em demasia e para isso o sextil a Netuno vem bem a calhar, adicionando sensibilidade e compaixão, além de uma percepção onipresente dos sofrimentos do mundo lá fora. A oposição Sol-Lua também faz aspecto, como já mencionei, com o eixo Nodal, formando uma Grande Cruz Cardinal (este quadrado vermelho que você vê no centro do mapa), mais poderosamente enfatizada porque hoje Marte está em quadratura exata a este eixo, neste mapa, a apenas três minutos de distância da plenitude do aspecto. De imediato essa Grande Cruz vem salientar, de novo, a necessidade de encontrarmos o equilíbrio entre as várias esferas de vida, doméstica, relacional, profissional, comunitária, como também já sugeri acima. Entretanto, mais do que isso, ela vem nos falar de destino. Sempre que o eixo nodal está envolvido, evoca-se uma qualidade fatalista, de inevitabilidade. E eu pergunto: estamos dispostos a abraçar nosso destino (Nodos lunares) – sim, ele existe, gostemos ou não – e fazer o que tem que ser feito, sem reclamações, sem birras ou tantruns (Sol-Marte em Câncer), assumindo nossas obrigações e deveres com honestidade, responsabilidade, realismo e ainda, sem perder a graça (Lua-Plutão em Capricórnio)?
O que é livre arbítrio? O que é o destino? Existe mesmo essa coisa de destino? Eu diria que sim. Pense você: quantas coisas na sua vida aconteceram à revelia da sua vontade “consciente”? Se desconsiderarmos, nesta reflexão, a idéia de reencarnação ou de vida pré-vida, temos que concluir que não escolhemos a família em que nascemos, a cor dos nossos olhos ou pele ou cabelos; a forma do nosso corpo, as condições sociais ou geográficas em que nascemos e tantos outros “detalhes” que moldaram nosso caráter e nossa experiência terrena… Em Astrologia nós dizemos que isso é Destino. Foi-lhe dado. Ponto. Igual ao seu mapa natal, que lhe foi dado e que representa seus desafios e dons nesta presente vida. É claro que de uma perspectiva espiritual dizemos que tudo isso foi escolhido pela nossa alma em função de nossa evolução, mas essa conjectura é apenas um exercício proposto para refletirmos sobre a dicotomia Destino-Livre arbítrio. Para resumir tal reflexão recorro a Jung, que tem uma das mais brilhantes e certeiras (pelo menos para mim) respostas para este dilema. Ele diz: “Livre arbítrio é capacidade de fazer com alegria aquilo que eu tenho que fazer”. É a isto que a Lua Cheia de hoje nos convida, ou melhor, nos convoca, a fazer com alegria aquilo que temos que fazer, seja isso o que for. Com honestidade, verdade, graça e alegria. E também a perceber que faz parte do nosso “destino”, ter nascido nesta Terra, neste tempo e ser parte dessa grande rede energética de vida. Mesmo que queiramos, não podemos nos desconectar dela.
O mapa ainda traz a conjunção Vênus-Júpiter em Leão, exata horas antes da Lua Cheia, lembrando-nos de novo, de como é importante nos sintonizarmos com a alegria e os estados de gratidão, para nos percebermos merecedores das grandes benesses da vida. Que é preciso sonhar grande e que o fato cumprirmos nossas obrigações e comprometimentos não significa, necessariamente, abrir mão de tais sonhos; que é perfeitamente possível conciliar realismo e esperança, otimismo e pé no chão, autoconfiança e sobriedade… Mercúrio, único ponto em Ar, está em sextil muito próximo tanto a Urano em Áries quanto à conjunção Vênus-Júpiter, indicando é possível também ser objetivo, lúcido e otimista, sem deixar de ser compassivo e sensível, como indica o restante do mapa.
Por fim, como sempre, finalizo com o Símbolo Sabiano, que para o grau 09° de Capricórnio traz a seguinte imagem: “Um albatroz comendo da mão de um marinheiro”. Dane Rudhyar em seu livro Uma Mandala Astrológica diz que este grau pertence ao segundo Hemiciclo, que trata do Processo de Coletivização e ainda ao Quarto Ato, o da Capitalização. Ele diz que este símbolo nos fala da superação do medo e suas recompensas. “o homem que irradia perfeita inofensividade pode atrair para si as mais selvagens criaturas e estabelecer com elas uma parceria baseada no respeito e compreensão mútuos. Cada entidade viva tem um papel no ritual da existência no mundo; para além destes papeis específicos, que muito freqüentemente separam uma entidade vida da outra, a comunhão do amor e da compaixão pode aproximar vidas as mais completamente diferentes”, diz Rudhyar. A imagem traz a idéia de nos percebermos, de fato, como parte de uma grande rede energética que inclui todas as formas de vida, com o entendimento implícito de que nenhuma é mais – ou menos – importante do que a outra e que todas estão unidas pela origem em comum: a fonte divina de vida. “Somos apresentados com uma imagem em que o ideal da paz e da felicidade através da cultura, de forma que agora inclui todos os organismos vivos do planeta. O poder de tal cultura inofensividade e compaixão gera CONFIANÇA em todo lugar”, conclui ele.
Linda Hill expande o tema dizendo que este símbolo sugere a superação de medos, superstições e pensamentos limitantes. E que uma maneira eficiente de superar nossos medos (Capricórnio) é através da gentileza e da disposição em baixar nossa guarda, permitindo que outros possam se aproximar e interagir conosco, sejam humano ou animal. Erguer barreiras entre nós e os outros, tema comum para Capricórnio, pode levar à alienação, não só emocional, mas também em outros níveis da convivência terrena. É importante, pois, largar as preocupações e medos de lado e dar uma chance à aproximação com outros – dar uma “chance à paz”, como diria a frase clichê. Neste cenário, não se vê o marinheiro tentando agarrar o albatroz, o que nos diz de imediato que a relação é livre de dependências, posse ou controle, temas também importantes para o eixo Câncer-Capricórnio.
Concluindo, a Lua Cheia nos chama a assumir e abraçar nosso “Destino” com alegria, com tudo o que ele implica, com responsabilidade e honestidade; a superar dependências emocionais e caminhar na direção da independência e auto-suficiência; sobretudo, a Lua nos conclama a abrir-nos à vida, a celebrar o amor e a compaixão de forma irrestrita, implantando em nosso ambiente e em nosso cotidiano a cultura da paz e da unidade. Feliz Lua Cheia para você! Onde você estiver, com quem estiver, abra-se para a vida, o amor e a compaixão!
Nota: Em termos práticos, a Lua Cheia de Capricórnio favorece o trabalho e a materialização dos objetivos, especialmente favorece as questões financeiras e as ambições profissionais e empresariais. Sugere ainda uma ênfase nos assuntos da casa do mapa em que temos Capricórnio.
Que texto mais lindo Maria Eunice! Daquelescom degustar. To procurando p compartilhar e não acho, no face… Obrigada! Gratidão imensa! Bjs
marile
Obrigada, Maria Ilé! 🙂
Eu compartilhei na página, você não viu? Gratidão!
Gratidão por dividir seu conhecimento e tempo conosco. Cada dia mais apaixonada pelos ensinamentos dos Astros.
Nossa !! Muito bom post…muitas coisas esclarecidas. Mesmo para Cristãos, ou seja, independente da religião a astrologia está aí. Não podemos esquecer da estrela de Davi que apareceu para os 3 reis magos avisando sobre o nascimento de Cristo. Parabéns mais uma vez. #capricórnio
Gratidão pelo feedback, Ni!
Sim, Astrologia não envolve crença, é uma ferramenta, então quer acreditemos ou não, ela estará operando.
Volte mais vezes 😀