A Semana Astrológica – Você é grafite ou diamante?
Semana de 22 a 28 de agosto – Semana de alta pressão e extraordinária tensão, mas também de formidáveis oportunidades de sincronizarmos nosso tempo pessoal com o universal. O período é propício a análises, avaliações, encerramentos, descartes e limpezas físicas e energéticas e de visualização do futuro.
Movimentos importantes ocorrem nestes dias. O primeiro deles é a ingressão do Sol em Virgem na segunda-feira, inaugurando o período de sermos mais precisos, acurados, de refinarmos nossa técnica e método; de purificarmos nossos propósitos, de modo que reflitam os anseios mais profundos de nossa alma. Tempo também de trabalhar a integridade interior, o senso de inteireza e de autossuficiência. Virgem é o signo do trabalho, do ofício que nos permite não só ganhar a sobrevivência, mas colocar nossos dons a serviço do outro, a serviço do todo. Mas o trabalho, quando não tem esse sentido do sacrifício, ou ofício tornado sagrado, pode se tornar escravidão ou sacrifício involuntário e doloroso. Virgem sabe bem o que é usar o trabalho para fugir de questões cruciais, para fugir de si mesmo e dos próprios dilemas. Parece que Nietzche falava diretamente a essa Virgem negativa quando disse “todos vós, que amais o trabalho desenfreado, o vosso labor é maldição e desejo de esquecerdes quem sois” – Nietzche, em Assim falou Zaratustra.
O trabalho enobrece o homem, diz aquele antigo provérbio, mas nobre também é a desculpa do trabalho, quando o usamos para mascarar nossos problemas familiares, emocionais, quando o usamos para nos defender do mundo. E numa semana em que temos toda essa energia Virginiana ativada (Sol, Vênus, Mercúrio, Júpiter), somada à conjunção Marte-Saturno em Sagitário, vale também lembrar Fernando Pessoa: “não é o trabalho, mas o saber trabalhar, que é o segredo do êxito no trabalho. Saber trabalhar quer dizer: não fazer um esforço inútil, persistir no esforço até ao fim e saber reconstruir uma orientação quando se verificou que ela era, ou se tornou, errada”. É isso ou podemos nos encontrar frustrados e doentes em algum momento, por não saber discernir entre o trabalho que liberta e aquele que escraviza, entre a hora de esperar, a hora de desistir e a hora de continuar.
Temos atualmente Sol, Vênus, Mercúrio, Júpiter em Virgem; Plutão em Capricórnio; e ainda a Lua trafegando Touro por cerca de três dias – ou seja, uma quantidade massiva de Terra ativada nos céus, incitando-nos a sermos práticos, a buscar e focar na segurança, nas coisas palpáveis, no que podemos ver e tocar. Estabilidade e previsibilidade tornam-se coisas de suma importância e isso pode nos levar ao comportamento de retranca, em que evitamos a mudança por medo de comprometer a estabilidade, pelo mero medo de mudar. Também há pouca energia cardinal e fixa, sendo preponderante a energia mutável, o que pode nos deixar dispersos, ocupados com coisas menores, com detalhes, perdendo a perspectiva maior das coisas. Ou, podemos simplesmente procrastinar e enrolar e nisso perdemos um tempo precioso. Portanto, precisamos ficar vigilantes quanto às nossas justificativas para fazer – ou não fazer – o que fazemos. O tempo é precioso e o elemento Terra sabe disso, mas nesta semana pode se perder nos detalhes – não podemos nos dar a esse luxo, porque a determinação a que podemos recorrer precisa e deve ser usada para coisas maiores, sob pena de nos desgastarmos e perdermos o fio da nossa meada. Além da forte energia de Terra ativada nos céus, não há nada nos signos de Ar, a não ser quando a Lua trafegar o signo de Gêmeos (quarta a sexta). Se, por um lado isso traz pragmatismo, senso acurado de realismo, pé no chão como já enfatizamos acima, por outro, adiciona peso e talvez pessimismo, principalmente por causa dos aspectos que os planetas Virginianos fazem a Saturno e a Netuno. Portanto, precisamos vigiar as lentes através das quais olhamos para a vida, para que não sejam sombrias demais e nem sejam um caleidoscópio desvairado que perturba o julgamento apropriado das coisas.
Marte faz conjunção a Saturno em Sagitário (aspecto partil na quarta-feira) e quadratura a Netuno em Peixes (aspecto exato na sexta), enfatizando o fechamento dessa configuração, que se dará daqui a algumas semanas e precedendo a segunda temporada de eclipses do ano. Marte simboliza nossa vontade, a força realizadora individual, nossas ambições pessoais e o princípio de auto-afirmação, da agressividade no seu sentido mais neutro, da agressividade necessária à sobrevivência. Quando em contato com dois planetas tão contraditórios entre si, representa um tempo em que nós nos percebemos muito contraditórios em nossos desejos, vontade e no nosso modus operandi: “Quero, mas não quero… Será que quero? Talvez não queira… Quero, com toda a força de cada gota do sangue que circula em minhas veias… ah! Mas será que vale a pena, será que consigo?” Esse diálogo interno segue, ora nos enchendo de resiliência, ora minando a autoconfiança e se não estamos perfeitamente cientes dos nossos processos internos, de toda essa oscilação, temos a sensação de que é o mundo que nos bloqueia e obstrui. No meio disso tudo, a consciência precisa discernir e identificar o essencial: há um tempo para tudo. Qual é o meu tempo? Será que ele está alinhado com o tempo da vida e do universo? Como transferir um ideal etéreo, excelso e intangível para o plano do tangível-temporal? Pode ser muito frustrante lidar com as limitações que o real impõe aos nossos anseios pelo sublime… Mas a nossa tarefa é achar meios de conciliá-los.
Marte, ao fazer contato com essa quadratura Saturno-Netuno, e que estão num embate colossal atualmente, representado pela quadratura cíclica minguante Saturno-Netuno, traz para o plano pessoal e individual os efeitos dessa configuração, tornando a sensação de desamparo e desilusão lancinantes em alguns momentos; a sensação do peso do mundo a nos alquebrar e esmagar. Mas também significa que temos o compromisso pessoal e intransferível de tentar mudar aquilo que nos desilude e abate tanto, seja em nós mesmos e no mundo ao nosso redor. Se identificamos que estamos muito infelizes na situação em que nos encontramos, temos que fazer algo para mudar, ao invés de reclamar. Se nos vemos impossibilitados de mudar a situação, mudamos a nós mesmos, à nossa postura e atitude, ou a forma como enxergamos a situação toda. É isso que Urano nos responde ao ser cutucado por Marte através dessa sesqui-quadratura: a verdadeira reforma acontece de dentro para fora e é centrada no indivíduo! Claro, podemos nos fazer de sonsos e simplesmente continuar a reclamar, até que a bomba caia na nossa cabeça – quem sabe assim a gente acorda!
Com essa configuração Marte-Saturno-Netuno ficando exata por toda a semana, sentimos dificuldade de expressar nossa energia e vontade de forma satisfatória, porque parece que sempre há algo a nos bloquear e impedir. Queremos avançar e realizar, mas lidamos com toda a sorte de coisas nos segurando e atrasando. Obviamente isso dá nos nervos e gera muita irritação, intolerância, frustração, impaciência azedando o humor e deixando-nos predispostos a embates e a rebater as menores bobagens com grande agressividade, especialmente porque Marte está, atualmente, Fora de Limites por declinação, ou seja, está mais selvagem e descontrolado do que nunca, demandando ainda mais cabeça fria da nossa parte. Só que essa besta selvagem, ao pular os muros da prisão que o cerceava, descobre lá fora um domador intransigente – o que é mais forte, a besta selvagem ou o domador? Nessa briga, Saturno sempre leva a melhor, é questão de hierarquia e o fato de Marte estar Fora de Limites apenas adiciona mais tensão, portanto, cautela para não sair batendo a cabeça nas paredes por aí! Marte-Saturno é um contato que sugere tamanha frustração, que sentimos o impulso de bater a cabeça na parede. Outra analogia geralmente utilizada para este contato é a sensação de se dirigir com o freio de mão puxado. Marte em contato tenso com Saturno também aponta para o perigo de acidentes, especialmente aqueles causados por falta de atenção e de irritação e frustração. A propensão a discussões e agressividade também fica bastante acentuada, portanto, é preciso cautela em tudo o que fazemos, principalmente no trânsito. Atividades físicas que não envolvam grandes riscos podem funcionar como escape para toda essa energia represada. Pessoas hipertensas ou que têm problemas cardíacos também precisam ficar atentas à sua medicação, porque Marte rege o sangue e Saturno tende a enrijecer e comprimir as artérias.
A adição de Netuno piora um pouco o quadro. Mas Marte-Saturno também traz as qualidades da determinação, da persistência e da resiliência, somadas à disciplina e ao esforço concentrado e estratégico e o que nós precisamos fazer é ficar atentos a nós mesmos para nos afinarmos com a expressão mais elevada dessas influências. Para isso, precisamos olhar para dentro e ver qual é a ferida aberta da vez e, se estivermos afinados, perceberemos que não é o mundo que nos bloqueia, mas a nossa própria insegurança e ambivalência que invoca as obstruções externas; visto de outra forma, talvez estejamos fora de sincronia com o tempo certo das coisas e a vida vem e nos diz: “Calma! É devagar que as coisas vão dando certo. Confie em mim, no meu tempo e jeito é melhor!” Assim, precisamos lidar e sanar essas frustrações, ao invés de culpar os outros por nossos próprios dissabores; sintonizar com nossas maiores ambições e insistir nelas, aguardando o tempo certo de agir; todas as travas e obstáculos servirão para forjar nossa vontade. Os atrasos e barreiras aparentes oferecem oportunidade de nos organizarmos melhor, de trabalharmos com mais disciplina, sem deixar espaço para equívocos – dessa forma, o sucesso será garantido, a despeito dos embaraços e obstruções.
Como que para equilibrar toda essa frustração, temos Júpiter também super ativado nos céus da semana. Prestes a deixar o signo de Virgem (ingressa em Libra no dia nove de setembro), Júpiter recebe as conjunções de Vênus e Mercúrio – três vezes, no caso de Mercúrio, devido à retrogradação. Esses movimentos vêm nos estimular e animar a seguir em frente, a despeito de todas as dificuldades, obstáculos e frustrações e da aridez do ambiente em que nos encontramos. É como o papai acenando de braços abertos lá na frente para a criancinha que está aprendendo a andar e sai trôpega, cai aqui, cai acolá, feliz, ansiosa, amedrontada, mas insistindo, porque afinal, tem um prêmio ali na frente: o papai a me aplaudir e a euforia gerada pelo próprio senso de realização e conquista que esses pequenos passos significam. Então, Júpiter vem equilibrar o pessimismo e a descrença. A oposição a Quíron sugere que temos que lidar com limitações incontornáveis, que desafiam essa fé, mas ainda assim, não precisamos ficar amargos e azedos; antes, nos humanizamos e atribuímos significado a essas limitações, que no fundo, também são parte daquilo que somos, são parte dos aprendizados que viemos vivenciar nesta dimensão e nesta vida que nos foi dada.
Vênus, que é extremamente reservada e seletiva em Virgem, torna-se mais leve e espontânea nesse contato com Júpiter. Contudo, Vênus também faz quincunce a Urano em Áries e oposição a Quíron em Peixes. Esses contatos sugerem um período em que nos percebemos mais generosos e magnânimos nas nossas relações, mas há um tom agridoce colorindo os afetos: apesar de toda a minha generosidade, eu ainda preciso lidar com as fragilidades e imperfeições do outro diante de mim e isso é doloroso duplamente, porque me lembra da minha limitação na ajuda que ofereço – eu não posso ajudar quem não quer ser ajudado – e me lembra também das minhas próprias limitações e fragilidades. A autoestima fica comprometida porque temos afloradas algumas inseguranças antigas e a dúvida primal que nos faz questionar se somos dignos de ser amados a despeito desse nosso lado torto e sem conserto. Se não conseguimos entrar em contato com nossa própria dor e inadequação, atraímos pessoas que parecem frágeis e quebradiças, que precisam ser resgatadas e nós imediatamente assumimos o encargo de resgatar e curar essa alma ferida, às vezes sem perguntar se ela quer ser resgatada. Já sabemos o desfecho possível desse enredo: tentamos impor ao outro nossos métodos de salvação, com a melhor das intenções; apaixonamo-nos pela possibilidade do resgate e do que isso fará por nós e talvez nos desapontemos quando o outro se recusar a ser resgatado, ou até mesmo, quando o outro se negar a admitir que tem um problema e precisa de ajuda. Podemos magoar e ser magoados dolorosamente, quando só queríamos cuidar. A regra de ouro da ajuda é respeitar a vontade e o limite do outro, confirmar se ele quer nossa atenção e amparo – só assim nossos préstimos poderão ser salutares e curadores, do contrário, só criaremos mágoas, para nós e para os outros. Aceitar nossos limites se faz mais que necessário nesta semana. Muitas vezes, achar alguém que parece mais frágil do que nós nos faz sentir fortes e, se de fato precisamos ser gratos pelos privilégios que temos, há que se vigiar o investimento que se faz na relação de poder que se estabelece entre o aparentemente fraco e o pretensamente forte. Quem ajuda quem? Quem precisa ser resgatado, realmente?
A semana começa com a Lua ainda na fase Cheia/Disseminadora em Áries, mas ficando Minguante na quinta-feira em Gêmeos, o que sinaliza um período de finalizações e revisões do que foi realizado no período e também do quanto nos perdemos nos meandros das muitas ideias e detalhes que povoam nossa mente. A Lua encerra o período ficando Balsâmica em Câncer, no domingo. Na sua jornada cíclica, ela se relaciona com todos os demais corpos celestes, seja de forma sensível, harmoniosa, conciliadora, cooperativa ou de maneira desastrada, zangada, manipuladora, beligerante, incoerente, frustrada… Refletindo a gangorra dos nossos sentimentos e emoções. Nota: Ainda é possível ver o alinhamento planetário após o por do Sol: Vênus, Júpiter, Mercúrio bem próximos e logo acima, mais no alto do céu, Marte e Saturno. Vale a pena olhar o céu da boca da noite por estes dias!
SEGUNDA-FEIRA, 22 de agosto – O Sol ingressa em Virgem hoje, às 13h31min. A Lua Ariana fez conjunção a Urano, quincunces a Vênus, Júpiter e Mercúrio em Virgem. Ficou vazia às 8h50min e ingressa em Touro somente às 18h20min, de onde fará trígono ao Sol já em Virgem. Mercúrio está em conjunção plena a Júpiter hoje. Embora haja grande impulso para a ação e a iniciativa, o dia está mais propício a dar cabo às coisas inacabadas que a energia Ariana deixou por finalizar na sua pressa e impaciência. A Lua fica vazia por todo o dia, sugerindo que peguemos leve com os “que fazer”, porque não há objetividade suficiente para começarmos coisas ou irmos atrás de resoluções e definições, principalmente porque não há nenhum planeta em Ar no dia de hoje. Se insistimos, podemos apenas nos irritar e nos deparar com situações inesperadas que talvez nos façam perder tempo e recursos e percebemos que erramos na decisão e na medida das coisas, de modo que somos obrigados a prender do jeito mais difícil. Com essa tripla conjunção Vênus-Mercúrio-Júpiter em Virgem, fazemos melhor se tiramos o dia para vivenciar o amor pelo conhecimento de alguma forma, que pode expandir as fronteiras da nossa mente e também nossas perspectivas. Podemos também colocar algumas ideias e planos no papel para que possamos elaborá-las melhor, analisando seus aspectos mais positivos e luminosos e também suas inadequações, percebendo que as inadequações das ideias não são necessariamente inadequações nossas, portanto, não precisamos ficar inseguros e defensivos.
TERÇA-FEIRA, 23 de setembro – A Lua está em Touro e faz sesqui-quadratura a Vênus, sextil a Netuno e quincunces a Marte e Saturno, que estão em conjunção quase exata, em Sagitário. A Lua ainda faz sesqui-quadratura a Mercúrio e Júpiter e depois forma um Grande Trígono de Terra com Vênus e Plutão. Mercúrio já está bem desacelerado e prepara-se para sua retrogradação, que começa na semana que vem. Vênus está próxima da oposição exata a Quíron. O dia se desenrola então, com um vagar e uma preguiça paralisantes, e que, se não percebermos a tempo, podem nos cobrar um preço alto depois. Ao mesmo tempo que temos um grande impulso de realização, o impulso igualmente forte pela inercia de faz presente, de modo que é necessário muito força de vontade para irmos a campo, para entrar em ação. Somado ao excesso de cautela e à hesitação, podemos perder oportunidades, porque não levantamos a tempo ou porque não nos esforçamos o suficiente… E o pior: nosso lapso gera uma grande irritação, culpa e auto-rejeição, de modo que podemos ficar de maus bofes pela falta de gerenciamento do tempo e dos recursos. O fim do dia traz maior possibilidade de mudarmos a vibração e nos afinarmos com o que precisa ser modificado, de modo que nos engajamos com as atividades com maior disposição e determinação. É preciso vigilância, ou viramos pedra de sal!
QUARTA-FEIRA, 24 de agosto – Marte faz a conjunção partil a Saturno, culminado uma tensão que vem se acumulando há várias semanas. Vênus está em oposição, também partil, a Quíron em Peixes. A Lua Taurina faz sextil a Quíron e trígono a Vênus, Júpiter e Mercúrio em Virgem, ficando vazia às 16h38min, depois do contato a Mercúrio. Ingressa em Gêmeos às 20h40min. Toda a Terra ativada vem nos dar suporte e ancoragem no dia de hoje, de modo que conseguimos contenção e firmeza para lidar com os desafios vários que o dia e o período nos trazem: insegurança, medo, fragilidade, somados a grande tensão, pressão elevadíssima e muita frustração – até em termos literais a Terra pode nos ajudar: se sentirmos que estamos prestes a explodir ou implodir sob toda a pressão, uma caminhada de pés descalços pela terra pode deveras nos ajudar! O dia traz a chance de observarmos nossas frustrações bem de perto e de percebermos quais são os gatilhos que acionam nossa ira e cólera. A forte energia corre por nossas veias feito lava incandescente de vulcão, mas tanta cólera pode ser usada e canalizada para fins benéficos, se conseguirmos parar na fração de segundos que precede a grande explosão, mobilizando a mesma energia de forma estratégica e astuta, ao invés de ficar à mercê dela e da nossa raiva infantil e destrutiva.
Como não há nenhuma Ar ativado, não há objetividade, clareza ou distanciamento e levamos tudo para o pessoal, enfurecendo-nos mais facilmente, assim, é essencial respirar, e respirar, e respirar de novo, profunda e pausadamente. A respiração oxigena o sangue e os glóbulos vermelhos e, consequentemente, todo o organismo, procedendo com a limpeza do gás carbônico que envenena o corpo e a mente, além de propiciar esse distanciamento e reflexão mínimos antes da ação. Por falar em carbono, este elemento origina dois minerais muito diferentes, tanto em uso quanto em valor: o grafite e o diamante. A diferença fundamental entre o grafite e o diamante está diretamente ligada à pressão e ao calor a que os minerais foram expostos. O diamante se forma em condições de de altíssima pressão e calor, a partir do magma no interior da Terra: camadas e camadas de magma depositadas umas sobre as outras ao longo de séculos e milênios, que resultam nessa pedra preciosíssima, símbolo de resistência, beleza e luxo. No diamante, os átomos são extremamente condensados, no grafite eles são frouxos, já que foram expostos a muito menos pressão e calor. Assim é Marte quando misturado a Saturno e a Netuno: podemos virar grafite, que tem suas qualidades e usos ou podemos virar diamante, que tem outras qualidades, além de valor mais elevado – tudo depende de quanta pressão nós aguentamos. Então, quando pensarmos em toda a pressão e tensão que estamos experienciando e aguentando, em lugar de reclamar, lembremos que estamos expostos a uma pressão que pode nos tornar diamantes: pedras preciosas, resistentes, de valor inestimável. Tornar a dificuldade em aprendizado, tornar a fragilidade em fortaleza: burilemos o diamante que somos nós! Conseguimos aguentar a pressão sem sucumbir a ela?
QUINTA-FEIRA, 25 de agosto – A Lua Geminiana fica minguante ao fazer quadratura ao Sol Virginiano. Mas, uma vez que o Sol já está em orbe de oposição a Netuno e de quadratura a Marte-Saturno, temos formada uma ampla Grande Cruz Mutável, pois Dona Lua se opõe quadra Netuno e se opõe a Marte-Saturno. A Lua ainda faz quincunce a Plutão e Vênus faz outro quincunce a Urano, enquanto ainda se afasta da oposição a Quíron. Marte está a menos de um grau da quadratura a Netuno. A Lua vem adicionar mais turbulência à tempestade Marte-Saturno, criando um circuito fechado, sem saída, em que ou lidamos ou lidamos com qualquer que seja a crise em que nos percebemos. É um beco sem saída e só nos resta enfrentar aquilo que nos amedronta – a parte boa é que podemos descobrir que nossos medos faziam o bicho parecer maior e mais feio do que de fato é! O dia traz, pois, grande conflito entre nossa natureza interna e as necessidades emocionais, de modo que temos dificuldade em expressar o que realmente queremos, porque nem nós temos clareza disso. Como se não bastasse, sentimo-nos abandonados, negligenciados e isolados, o que resulta num humor depressivo, que oscila vertiginosamente na tentativa de provar a nós mesmos que estamos bem – montanha russa é pouco para descrever tantos altos e baixos.
As interações estão contaminadas de insegurança, equívocos, confusões, irritação, defensividade, senso de menos-valia, verborragias e ansiedade – receita de desastre! Assim, antes de sairmos para o mundo, hoje faz-se mais que essencial termos clareza de quem somos e do queremos, além das possíveis ambiguidades inerentes a isso; termos ciência de nossas dificuldades e inseguranças, para não imputá-las aos outros; acharmos nosso centro; para não ficarmos paralisados nas encruzilhadas e armadilhas mentais que dispersam energia e tempo. Também precisamos checar nossas sensibilidades, para que elas estejam a nosso favor, e não contra nós. É difícil, mas é possível e a respiração adequada ajuda a manter um mínimo de salubridade mental e emocional e nos auxilia, de modo que não espiralamos no caos, especialmente quando nos deparamos com toda a sorte de imprevistos que nos tiram do eixo ainda mais. Manter as coisas em perspectivas também é fundamental: perceber a transitoriedade da vida e das coisas faz com que percebamos o que é essencial e o que é supérfluo. A Lua ficando minguante na quadratura Gêmeos-Virgem oferece a chance de nos livrarmos do excesso de pensamentos, opiniões e conceitos que assoberbam e atrapalham nossa realização; como anda nossa comunicação, nossos estudos e a forma como mudamos nossos conceitos; ajuda na filtragem que separa a borra do líquido precioso; o detrito inútil, da quintessência primordial. Livremo-nos dos excessos mentais, dos detalhes insignificantes e fiquemos com a substância nuclear – o que é isso? Só você pode saber!
SEXTA-FEIRA, 26 de agosto – Marte finaliza sua Via Sacra hoje ao fazer a famigerada quadratura a Netuno, exata hoje, que tanto tem doído e frustrado nossos desejos. A Lua está minguante em Gêmeos e faz quadratura a Vênus, Júpiter e Mercúrio em Virgem e a Quíron em Peixes, formando uma Cruz T bem chatinha e difícil de lidar. A única ajuda vem um tímido sextil a Urano, que realmente não é páreo para tanto caos. A Lua fica vazia às 21h32min, depois da quadratura a Mercúrio. Excessos mentais, verbais e emocionais tornam o dia um turbilhão, um furacão. Temos pouca qualidade cardinal e nada em signos fixos, quase tudo é mutável, então, estamos soltos, largados, sem nada onde nos agarrar, a não ser nossa própria substância e sanidade, que é posta à prova repetidamente. Cabeça, corpo e coração estão em descompasso e isso nos torna super indecisos sobre os rumos a tomar; os afetos também oscilam, trazendo mais discrepâncias; estamos mais que suscetíveis emocionalmente, reagindo desmesuradamente à menor brincadeira, porque nos sentimos incompreendidos e rechaçados. Nesse cenário, o caminho de menor resistência, o mais tentador, é simplesmente não fazer nada e tentar enfiar a cabeça na areia para fugir do mundo, tal é o desânimo e a confusão. Contudo, se por um lado poderia ser aconselhável esperar o turbilhão passar, por outro, nem sempre podemos nos dar a tal luxo e temos que resolver as coisas na hora.
Antes de tudo, uma dose enorme de humildade para percebermos que não damos conta de tudo e que nosso desejo de onipotência é apenas fuga da insegurança colossal que nos acomete. Segundo, eleger nossas prioridades, buscar a conciliação nos conflitos internos e externos, até que possamos nos elevar acima do caos aparente e da dor aguda emocional. O tempo todo respirando de forma consciente, contendo a defensividade, mantendo em cheque a reatividade e buscando nos afinar com a sensibilidade que aproxima ao invés de afastar; com a compaixão e solidariedade que nos fazem ver que estamos todos no mesmo barco, então, o outro já não é um inimigo, mas um parceiro; e ainda, com a grande imaginação que, em lugar de devaneios irrealizáveis, pode fornecer as chaves não óbvias que finalmente abrem a porta que esteve o tempo todo ali, mas que não víamos, porque estávamos perdidos demais olhando para nosso próprio umbigo e pequenos problemas. Se nada disso funcionar, ainda vale lembrar: isso também vai passar!
SÁBADO, 27 de agosto – A Lua ingressa em Câncer, seu domicílio, à 00h07min, de onde se afina com o Sol em Virgem. Depois disso a Lua entra numa sensível e amorosa sincronia com Netuno em Peixes, mas cutuca, irritantemente, a Marte e a Saturno em Sagitário. Fecha a noite em oposição não exata a Plutão em Capricórnio. Vênus faz conjunção plena a Júpiter. Aos poucos vamos conseguindo assimilar e processar as crises que experimentamos nos últimos dias, ganhando acesso a um maior entendimento de nós mesmos e de nossas emoções. Hoje elas parecem fazer mais sentido e talvez nos perguntemos porque agimos como agimos. Mas, como diz o ditado, não adianta chorar sobre o leite derramado! O que nos resta agora é limpar o fogão e procurar outro leite ou substituto que o valha! Assim, o dia traz uma vibração sensível e delicada, que expõe a vulnerabilidade emocional, ao mesmo tempo em que nos permite digerir o turbilhão da semana. Mesmo assim, ou, talvez exatamente por isso, há que se ter cautela porque ainda há muita tensão e irritabilidade que se prolonga na atmosfera, deixando-nos predispostos a alguns rompantes que ocorrem repentina e inesperadamente, deixando o clima carregado e turvo. É necessário nos acalmarmos e desacelerarmos a mente e o coração, para que possamos nos sintonizar com a intuição mais acurada, permitindo que a cura interna possa se dar. Resguardo e solitude podem ser profundamente curadores e regeneradores, assim como aquela comidinha que traz conforto e que aquece o coração. Fica a dica!
DOMINGO, 28 de agosto – A Lua Canceriana e Minguante faz oposição a Plutão em Capricórnio e semi-quadratura ao Sol em Virgem, entrando na fase Balsâmica. A Lua faz ainda sesqui-quadraturas a Marte e Saturno e também a Netuno, virando foco de um Martelo de Thor por várias horas. Faz trígono a Quíron e quadratura a Urano, fechando a noite em sextil a Júpiter, Vênus e Mercúrio em Virgem. O dia traz uma atmosfera tensa e dramática e, embora sejam de natureza diferente, traz também novas crises e conflitos, com os quais precisamos lidar. Sentimo-nos ameaçados por nossas próprias emoções contraditórias e, se inconscientes por demais, podemos projetá-las sobre os outros das nossas relações, antecipando abandono, rejeição e ódio, que nada mais são do que reflexo do que sentimos em relação a nós mesmos. Isso nos faz agir de maneira errática, extremista, manipuladora e infantil, de modo que podemos criar exatamente as situações que tentamos evitar. Entretanto, também podemos nos afinar com o espectro mais positivo e criativo de todas essas influências, permitindo que o lado maternal e cuidador, saudável e maduro venha à tona, curando e aliviando dores e sofrimentos, não só os nossos, mas dos outros também. Podemos, ao invés de manipular, usar de honestidade emocional para falar abertamente sobre como nos sentimos, aprofundando vínculos e laços, em lugar de afastar as pessoas. Usar nossa amorosidade e generosidade para construir relações mais transparentes e genuínas, que sejam, de fato nutritivas e viçosas, maduras e sãs e não artificiais ou baseadas em dependências opressoras.
E, ao chegarmos ao final desta semana extraordinariamente desafiadora, perceberemos algo ainda mais extraordinário: sobrevivemos! E nos damos conta de que somos mais fortes e resilientes do que imaginávamos! Portanto, é com isso que precisamos nos sintonizar: com nossa fortaleza e capacidade de lidar com a vida do jeito que ela se apresenta, com seus altos e baixos, seus desafios e oportunidades, sem nos apegarmos excessivamente nem a um nem a outro. E talvez, o principal aprendizado de todos seja esse: TUDO PASSA! “E todos estes que aí estão, atravancando o meu caminho, eles passarão. eu passarinho!” (Mário Quintana)
Linda semana para você! Que seja serena e cheia de c-alma!
Grata 😍 pela partilha.
Namatê
Gratidão, sempre! 😀
Amo suas análises! Estou sempre lendo, e a cada semana me surpreendo mais com a exatidão que suas análises trazem do momento em que vivemos, reflexões sempre muito coerentes e sensatas. Realmente admiro muito seu trabalho, por favor não pare de fazê-lo nunca rsrs. Muito obrigada!
Gratidão Amanda! Fico feliz que as análises sejam úteis!
Volte sempre! 🙂
Gratidão por disponibilizar um texto tão elucidativo a todos que procuram entender a astrologia correlacionada a nossa vida. Sabia que existia uma atmosfera no céu que está influenciando a minha atmosfera mental nesta semana, mas como não sou astrólogo não conseguida compreender, e fui pesquisar na internet achando seu site/blog. Namastê _/_.
Toda a gratidão, Alexandre!
Seja muito bem vindo ao blogue!
Namastê!
🙂