Lua Cheia em Touro – Fecunda e abundante é a vida
A Lua é Cheia em Touro nesta segunda, dia 14, às 11h52min no horário de Brasília (Horário Brasileiro de Verão) e às 13h52min no horário de Lisboa. Uma Super Lua, que, de acordo com a Astronomia, é a maior super lua em cem anos! A Lunação ocorre no grau 23 de Touro (22°37’) em oposição ao Sol a 23 de Escorpião. A Lua Cheia representa a culminação do ciclo, o momento em que aquilo que foi semeado na Lua Nova chega à frutificação, o momento da colheita. A qualidade dessa colheita, se ela é boa ou má, depende da semeadura, do esforço e investimento que foi feito ao longo de todo o processo. A Lua Cheia simboliza, portanto, um momento de crise, o começo do fim. O ponto em que decidimos o que fazer com o que colhemos. É um momento em que os instintos e as emoções estão exacerbados e a consciência solar fica em segundo plano. Entretanto, coisas são clarificadas e vêm à tona, para que possamos lidar com elas de forma direta e decisiva.
Este ciclo começou com a Lua Nova de Escorpião, no dia 30 de outubro, uma lunação bastante catártica, de destruição, eliminações e recomeços, de deixar ir, de deixar morrer para renascer das cinzas. Agora em Touro a Lua vem chamar a atenção para a necessidade de equilíbrio entre a destruição e eliminação daquilo que estava morto, viciado, tóxico e a consequente reconstrução do si mesmo, de buscar solidez interior, de preencher o vazio deixado pelas eliminações com algo que seja mais substancial, mais sustentável e saudável, física, orgânica, emocional, espiritual e psiquicamente. É um momento de realização física e material. De preenchimento. De se estabilizar aquilo que estava instável, principalmente a partir do bom senso e da simplicidade. DEpois de todos os tumultos e da intensidade de Escorpião, agora equilibramos com sossego e tranquilidade, ficando os pés bem firmemente na terra.
É um voltar à Mãe Terra em busca de seu suporte e sustentação, de sua nutrição, de seu aconchego e acolhimento. Voltar à simplicidade, ao básico, àquilo que nos ancora e nos faz sentir seguros em nós mesmos. Voltar à natureza. O que é que sobra depois da eliminação? Com o que somos deixados? O que frutifica dessa nova semeadura, desse renascimento? É, pois, momento de avaliar o que nos restou, depois das purgações procedidas por Escorpião, com muito pragmatismo e realismo, e celebrar a prima matéria, essa matéria essencial, a pedra fundamental e, a partir dela, erigir um novo edifício, mais sólido e firme. Depois de nos livrarmos do lixo, do que estava morto, damos lugar para que a vida volte a florescer e frutificar novamente, para que sua abundância se manifeste em todo o seu fulgor e fecundidade e para que possamos, então, nos reconstruir, reconstruir a autoestima e o senso de valor próprio, em contraponto ao valor que damos ao outro, aos valores que compartilhamos com o outro. É hora de buscar estabilidade, segurança, solidez!
O mapa da Lua Cheia levantado para Brasília traz a Lua fazendo dois únicos aspectos maiores: além da oposição ao Sol, faz sextil a Quíron. O Sol, por sua vez, está em trígono a Quíron e quincunce a Urano. Lua, Sol e Quíron estão interconectados, de maneira bem próxima, sugerindo que temos oportunidade de integrar nossas feridas, nossas fragilidades, aceitando-as e crescendo no processo. Essa é, portanto, uma Lua Cheia de cura, que vem liberar o bálsamo cicatrizante que aplaca a dor de feridas antigas ou recentes; que preenche o vazio deixado pelas eliminações necessárias; que traz o potencial de transformar a dor em empatia, a dureza implacável em sensibilidade.
Touro também nos convida a celebrar o corpo e suas sensações e o mundo sensorial porque, é a partir do corpo e é no corpo que nos percebemos encarnados; o corpo é a vivência básica da experiência humana e a relação com ele é um simbolismo da nossa relação com o mundo material em geral, através do que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos, degustamos e absorvemos em nós.
Lembrando que o zodíaco conta uma jornada humana arquetípica, a criança nasce em Áries, pela cabeça e, ao chegar em Touro, essa criança descobre que também tem um corpo, que tem necessidades fisiológicas: comer, beber, dormir, evacuar – aqui, Touro representa a absorção do alimento e Escorpião a eliminação dos detritos; descobre que tem mãos para tocar, ouvidos para ouvir e olhos para ver… Esta é a fase da oralidade e a criança comumente põe tudo na boca, para absorver melhor o mundo. É um mundo de prazer sensorial, antes da culpa, antes de descobrirmos a vergonha e a culpa católicas que tentam controlar a relação com o corpo que é nosso. O corpo como templo sagrado do espírito e da alma imortais. Então, vale nos perguntar: o que é o corpo para nós? É fonte de alegria e prazer ou de dor e vergonha? Dessa relação também depende muito da nossa autoestima. Como é que cuidamos desse corpo? Ele é leve de preencher e nos faz sentir confortáveis na nossa própria pele ou é um fardo pesado de carregar?
Vênus, a regente e dispositora da Lua Cheia, acabou de entrar em Capricórnio, o último signo de Terra, outro signo que tem a ver com o mundo e o poder material, com praticidade e realismo. É uma Vênus austera, cheia de classe e com olhar clínico para as coisas de valor e que mais uma vez enfatiza a necessidade da praticidade e realismo.de segurança e estabilidade. Entretanto, algo chama a atenção: Vênus não faz aspectos maiores com outros planetas, está bastante isolada e solitária. Talvez isso indique o isolamento necessário para digerir todos os processos no recôndito da nossa alma, mas também pode indicar uma dificuldade de nos conectar realmente, de demonstrar nosso afeto de forma genuína e espontânea. Nesta posição, Vênus parece antecipar as dificuldades relacionais que atravessaremos novamente a partir da semana que vem, quando ela se juntar a Plutão e fizer quadratura a Urano… O isolamento Venusiano sugere maior esforço para nos conectarmos ao nosso senso de valor e de derivarmos segurança interior e confiança disso.
Retomando a ênfase que Quíron tem neste mapa, lembramos que ele próprio, sendo um centauro, traz uma ferida no seu corpo animal, no seu lado mais instintivo, na perna ou coxa, aquela parte que nos conecta à Mãe Terra e à realidade terrena e que nos lembra da ferida que cada um tem com a própria percepção da realidade como ela é; a dificuldade de aceitação dos limites dessa realidade, simbolizados pelos limites do corpo físico, com sua falibilidade, suas doenças, necessidades, finitude e mortalidade. Este mapa sugere a possibilidade de integrarmos mais um pouquinho desses limites da condição humana; de aceitarmos esse nosso lado ctônico, instintivo com mais naturalidade, de voltarmos à nossa verdadeira natureza, a natureza essencial.
E também convida a tratar corretamente os instintos, a natureza instintiva, dar-lhe seu lugar de direito porque, quando fazemos isso, quando respeitamos nossa natureza instintiva, não precisamos ficar possuídos por ela, não precisamos ser presas das pulsões instintivas, que é um dos grandes dilemas de Touro, porque então, ela estará integrada, respeitada, honrada adequadamente. E essa natureza instintiva, representada pelo corpo e seus desejos e apetites, não precisará ser motivo de vergonha, culpa, dor, autoflagelação, não-aceitação de si mesmo… Pelo contrário, Nossa autoestima se torna mais robusta, mas palpável, mais concreta, como concreto é o corpo no mundo material.
O Símbolo Sabiano para o grau 23 de Touro vem falar exatamente desse senso de valor, trazendo a imagem de “uma joalheria cheia de pedras preciosas”. Dane Rudhyar nos diz que este símbolo pertence ao primeiro hemiciclo, que trata do processo de individualização, ao primeiro ato, o da diferenciação. Ao analisar este símbolo ele diz que seu tom principal trata da confirmação social da excelência natural – o natural aqui sendo uma referência ao que é instintivo e espontâneo e o social, à cultura. Ele lembra que dois processos precisam ser distinguidos: primeiro, o surgimento das pedras, a partir do calor e pressão vulcânicos extremos; e o processo de lapidação efetuado pelo joalheiro refinado. As duas coisas, tanto as pedras em si mesmas como a arte da joalheira trazem valor e prestígio ao seu dono. “O símbolo aplica-se a qualquer produto em que a habilidade culturalmente adquirida tenha embelezado ou transformado o resultado final de um processo natural longo e exigente. Nesta fase estamos preocupados com o processo social que produz uma CERTIFICAÇÃO DE VALOR PESSOAL”, diz Rudhyar.
Assim, este símbolo vem trazer presente a ideia de valor, de autoestima, de amor próprio, tanto pelas qualidades intrínsecas e naturais que trazemos em nós, quanto por aquelas qualidades, habilidades e competências que fomos desenvolvendo ao longo da vida e que nos tornaram o que somos hoje, que nos distinguem de todas as outras pessoas – que nos tornam “empregáveis” no campo profissional e dignos de amor na afetividade, pelo simples fato de existirmos e sermos como somos, mas também de termos lapidado o diamante bruto que somos nós, melhorando-nos a cada dia. O símbolo fala de nossas qualidades serem reconhecidas socialmente e, portanto, valoradas, confirmando e retroalimentando o senso do valor pessoal – a integração do natural com o cultural. A Lua Cheia ocorrendo neste grau, nos lembra, então, de prestar atenção ao nosso valor, de revitalizar nossa autoestima, de recuperar nosso ânimo e amor próprio, se nós o perdemos lá atrás, ou mesmo de fortalecê-lo, caso ande meio enfraquecido. Este símbolo também remete ao posicionamento atual de Vênus, regente da Lua Cheia, já mencionada, trafegando Capricórnio, o signo da Terra cristalizada e, exatamente por isso, um signo que tem a ver com pedras preciosas e com o senso de valor conquistado a duras penas, forjado no aprendizado e no discipulado, um senso de valor que tem estofo, porque foi posto à prova muitas e muitas vezes, submetido à pressão e calor da lava vulcânica, assim como as pedras preciosas de que já falamos.
Portanto, essa Lua Cheia é de celebração, de agradecimento à vida por termos sobrevivido a toda a demolição e renascido depois das eliminações, mais fortes e robustos. Uma Lua Cheia para celebrarmos a volta à simplicidade das coisas, para sermos práticos e realistas e usarmos de bom senso – principalmente, ficar do nosso próprio lado e nos abastecer de nova autoestima – chega de reclamações e mimimi! É uma Lua para celebrar as coisas boas e simples da vida: uma boa comida, um bom perfume, uma massagem, uma música agradável… Para fazer uma festa sensorial aos sentidos! Celebrar e honrar o corpo no que ele tem de mais natural e mais sagrado, aceitando-o exatamente como é, com todas as suas imperfeições, dando-lhe o seu devido valor. E, é claro que, sendo em Touro, essa Lua é de abundância e fertilidade e favorece os ganhos materiais, como resultado desse senso de valor pessoal que construímos e solidificamos em nós mesmos – é uma Lua ótima para se fazer rituais de prosperidade e para ganhar dinheiro, para focar na segurança e na estabilidade material! É excelente para entrar em conexão com o próprio corpo e com a Mãe Terra, esse corpo maior, esse organismo vivo que nos dá vida e nos sustenta! Fecunda e abundante é a vida – tomemos posse dessa abundância!
Nota: Pessoas que têm planetas entre os graus 17 e 28 dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) são mais afetadas por essa Lua Cheia. O fato de ser uma Super Lua aumenta e intensifica os temas da lunação.
Amoooooooooo. Gratidão. Sinto muito! Me perode Amo você!
Gratidão! Sinto muito! Me perdoe! Amo você!
Bem vindo ao blogue!
Volte sempre!
🙂
Sempre grata 😍 pela partilha e, excelente orientação 🔦 que nos proporciona.
Namastê
Gratidão, Cidália! Namastê! Paz e luz!
🙂
Seus artigos sempre maravilhosos, que assim seja!!
Toda gratidão, Ehrikah!!!
Sem muito bem vinda e volte sempre! 🙂
“planetas entre os graus 17 e 28 dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário)” O que seria isso? Casas? Por exemplo, se uma pessoa tiver casa 1 em touro e casa 7 em escorpião ela será muito afetada?
Excelente explicação, adorei o blog!
Bem vinda ao blogue, Fernanda! Os graus não se referem às casas, mas aos signos. Cada signo tem 30 graus. Por exemplo, no caso do Sol, ele trafega os graus 17 a 28 de Touro entre os dias 7 e 19 de maio. Mas a posição dos outros planetas não está, necessariamente ligada ao calendário. é importante olhar em que casa do mapa cai a lunação, sim. Com Touro na casa 1 e Escorpião na casa 7, a Lua Cheia ilumina e enfatiza os objetivos pessoais, a personalidade e questões de auto-afirmação, em contraponto a ceder sempre dentro da relação afetiva.
Espero que tenha ficado mais claro! 🙂
Grata pela visita! Volte sempre!
É incrível a sua leitura astral! De uma sensibilidade muito bonita. Me comove muito sentir como tudo se encaixa ao ler os seus textos. É incrível a identificação, a verdade… Resolvi comentar, pois às vezes acho que ou você é uma bruxinha, ou é realmente uma voz de Deus, hahahaha! Tenho guiado meus dias com sua sabedoria e tem me ajudado muito a estar presente com mais felicidade, a aceitar e desapegar com mais leveza. Quando fico um dia sem ler e resolvo fazer a leitura do dia anterior, fico rindo sozinha, pq quando vejo a sua descrição bate exatamente com o meu dia. Muito interessante isso! Continue emandando luz em nossas vidas, por favor! PS: tenho um quadro-quebra-cabeça que fiz exatamente com a imagem da moça cheirando as rosas… Que venha a lua cheia 🙂
Olá Camila! 🙂
Seja muito bem vinda ao blogue! E toda a gratidão por esse retorno precioso. É sempre bom saber que os textos são úteis de alguma forma e que reverberam junto às pessoas. Gratidão, de coração! 🙂
Assino embaixo do que Camila falou! Seus escritos estão me ajudando muito. Muitíssimo obrigada, Ma. Eunice. Muita luz pra vc.
Fico feliz, Tatiana! Muito grata pelo feedback!
🙂
Bom Dia! Atravesso um momento financeiro muito dificil…vc poderia sugerir um ritual de prosperidade para ser realizado nesta Super Lua minha amiga? Obrigado
Desculpe, Fábio, só agora consigo responder seu comentário. Existem vários rituais sugeridos na internet, você pode pesquisar. Como a Lua Cheia já passou, você pode fazer na próxima Lua Crescente. De qualquer forma, é necessário analisar suas crenças a respeito da prosperidade, como é a relação sua e da sua família com o dinheiro e com a prosperidade em geral… Às vezes tem questões mais arraigadas do que a dificuldade presente. Vale a pena investigar. Se voc~e conhecer seu mapa natal, vale olhar também qual é a posição de Júpiter – um ritual que trabalhe com Júpiter pode ser muito bom.
Obrigada pela visita! Volte sempre!
🙂
Como estava precisando ler isso!Sinto muito,me perdoe,te amo,sou grata…
Que bom que o texto foi útil, Karina! Muito obrigada pela visita!
Volte sempre! 🙂
Boa noite! Conheci o blogue agora, e achei fantástica a forma detalhada como escreves.
Fiquei curiosa para entender o que significa a última parte desta resposta que deste:
“Com Touro na casa 1 e Escorpião na casa 7, a Lua Cheia ilumina e enfatiza os objetivos pessoais, a personalidade e questões de auto-afirmação, em contraponto a ceder sempre dentro da relação afetiva.”
Essa lua cheia enfatiza a ceder sempre dentro da relação afetiva? Que complicado isso!!!
Poderias falar mais sobre isso?
Grata!
Olá, Ana! Bem vinda ao site/blogue!
Não, essa Lua Cheia não enfatiza ceder na relação. Esse foi um comentário que fiz respondendo a uma pessoa que disse ter a Lua Cheia caindo na casa 1 do mapa natal. Os temas gerais da Lua Cheia são os temas descritos no texto. Dependendo da casa em que ela cai no seu mapa natal, ela vai enfatizar esses temas dentro do contexto da área de vida representada por aquela casa natal. Ok?
Muito obrigada pela visita! Volte mais vezes!
🙂