A Semana Astrológica – Apertem os cintos…
Semana de 26 de dezembro a 1° de janeiro de 2017 – Apertem os cintos… Estamos atravessando uma área de turbulência! Semana de muita imprevisibilidade, tensões e conflitos… Consciência aguda de nossa impotência e de nossa falibilidade humana… Mas os propósitos se renovam, com mais realismo!
Última semana do ano, que chega trazendo eventos inesperados, sustos e comoção. Sim, estamos falando de Urano, que recebe esta semana a primeira oposição de Júpiter em Libra, a primeira de uma série de três. Nesta semana que termina já vimos muitas coisas chocantes acontecendo, desde atentados terroristas, clipes que chocaram os costumes moralistas dos brasileiros e até mesmo neve no deserto! Sim, nevou no Saara pela primeira vez em quase 40 anos! Veja a matéria, em inglês.
Como se não bastasse, Urano volta ao movimento direto também nesta semana, mais precisamente no dia 29, dia da Lua Nova de Capricórnio! Urano fica, assim, bastante enfatizado nesta semana, o que indica que são dias cheios de imprevisibilidades, de surpresas, de alterações bruscas nos acontecimentos e de notícias bombásticas. Num cenário como o que temos atualmente, isso é realmente preocupante, dado os conflitos que estão em andamento.
Quíron está bastante ativado também, há a sensação muito aguda de impotência e derrota; uma sensação de vergonha de pertencermos à raça humana, de lutarmos tanto e não conseguirmos superar diferenças simples; de causarmos tanto sofrimento uns aos outros, mesmo que indiretamente, ou de forma cabal, como é o caso de tantos conflitos e corrupção… Onde foi que erramos? E por que erramos tão feio, tão contundetemente? Teremos conserto ainda? Qual a fundura do abismo para o qual estamos caminhando? Com Quíron-Saturno, quadratura que fica exata na quarta, somos ao mesmo tempo julgado e juiz e o julgamento é por demais severo, porque não percebemos abolvição possível para essa humanidade tosca e primitiva… Mas não, realmente não podemos tomar este caminho tão penoso… Há que se ter perspectiva, empatia e uma abordagem mais filosófica… Há que se contabilizar a beleza, o altruísmo de muitos, o esforço e entrega de outros tantos… Estamos numa jornada difícil e longa, em que só vemos com clareza o que ficou para trás, o caminho já trilhado… E só porque não conseguimos ver com limmpidez, não podemos sucumbir à insegurança, nem nos dobrar ao medo, ou nos render ao desespero. A força está dentro de nós e o acesso a ela se dá pela calma e humilde aceitação da paisagem em que nos encontramos, das pedras do caminho… A serenidade resultante nos animará a retomar a caminhada e a olhar o futuro com mais tranquilidade e confiança.
Além da quadratura de Saturno, Júpiter também faz um quincúncio a Quíron, indicando incongruências na vivência da nossa espiritualidade, uma dificuldade em conciliar a fé com a realidade que precisamos encarar na nossa experiência terrena cheia de deficiências e insuficiências. Júpiter quer se expandir para além de todas as fronteiras do conhecido, inspira e aspira a grandes alturas, dando de ombros para aqueles que dizem que não é possível, porque para ele sempre há outras possibilidades. Mas Quíron vem lembrar que sim, podemos e devemos aspirar a toda essa expansão, mas ainda precisamos lidar com os ditames e regras da experiência da encarnação, do corpo, dos limites, das fragilidades que nunca vão embora eque jamais serão superadas. Sentimo-nos então, como anjos caídos, envergonhados de nossa falta de fé, da falta de esperança, da incapacidade de superar nossos medos. A busca de sentido pode ajudar a serenar a vida e essas dores incompreensíveis; encontrar um significado pode nos ajudar também a combater a amargura e a estreiteza de sentimentos, além de nos dar uma perspectiva mais filosófica da vida e suas ironias.
O Sol Capricorniano vai escalando a montanha do status social e por estes dias ele busca a cooperação de Marte e Netuno em Peixes, agregando criatividade e sonho aos projetos grandiosos de projeção social e de realização mundana. De seco e frio, esse Sol fica levemente doce e menos taciturno. Quem sabe até capaz de alguma gentileza para consigo e com os outros. Sim, a Cabra costuma ser taciturna, até para não demonstrar fraqueza e não parecer mole demais… Com os contatos de Peixes, essa Cabra precisa se irmanar, ter alguma compreensão das falhas alheias e das próprias, ter compaixão pelo outro e por si mesmo. Mercúrio em Capricórnio também faz contato com Netuno e Marte, mas na ordem inversa, já que Mercúrio está em marcha à ré. Pode ser que a introspecção fique mais acentuada em função disso, mas também recordações podem emergir das profundezas do inconsciente, trazendo nostalgia e a necessidade de rever o que fazer com tais conteúdos, se os descartamos de vez ou se os arquivamos num lugar especial da mente. Mercúrio também faz uma conjunção Inferior, simbolizando o início de um novo ciclo mental e novas ideias brotando, em sintonia com os novos propósitos, já que essa conjunção se dá um dia antes da Lua Nova.
Marte está em conjunção a Netuno, o que nos deixa um tanto dispersos, talvez um pouco letárgicos, querendo um oceano inteiro de desejos e coisas intangíveis, que nem nós conseguimos dar nome, daí a dificuldade em ir atrás de tais desejos, porque são muitos e vastos, coloridos e caleidoscópicos, indefiníveis e vagos… Queremos tantas coisas e tão diversas que não sabemos na verdade o que realmente queremos. Também é possível nos sentirmos desautorizados a ir atrás de tais desejos, quando o mundo parece estar se desintegrando à nossa volta e crianças têm seus sonhos esmagados pelas bombas da intolerância, do ódio e do amor ao poder – o coração se parte em muitos pedaços. De um idealismo incurável, Marte-Netuno está sempre em busca de sonhos impossíveis e devido a esse idealismo, pode também ser presa fácil da má fé alheia – isso quando ele mesmo não se torna um fraudador: por se sentir lesado e vítima do mundo, pode trapacear, como uma forma distorcida de “equilibrar” o jogo, já que pode se julgar injustiçado. Obviamente isso é uma auto-ilusão. Para lidar com a dispersão, é essencial saber o que preenche o coração, o que faz dançar a alma, o que nos faz querer pular da cama, acima de qualquer outra coisa. A assertividade é meio frouxa, porque ficamos incertos de nós mesmos e de nossos direitos – como também dos deveres, o que pode nos fazer esperar que outros resolvam o que é responsabilidade nossa. Tal insegurança e dúvidas a respeito da própria força e coragem podem levar a demonstrações exageradas de força, como os esportes arriscados, as competições ousadas e outras formas de se provar a própria determinação. E sim, algo terá que ser sacrificado, porque não é possível ter, fazer e realizar tudo… com Marte em Peixes e junto a Netuno, também colocamos nossa vontade a serviço de algo maior do que o ego ou realizações pessoais. Em termos práticos, com Marte em Peixes e conjunto a Netuno, fazemos bem se evitamos o álcool e drogas em geral, porque a sensibilidade está aumentada e os limites muito frouxos, de modo que não sabemos quando parar – particularmente nos dias em que a Lua estiver em Sagitário, fazendo quadratura a esses dois, porque Sagitário é o signo dos exageros e também tem dificuldade com limites.
A Lua abre a semana na fase Balsâmica, vazia em Escorpião. Ingressa em Sagitário ainda nas primeiras horas da segunda-feira. Renova-se em Capricórnio na quinta e finda a semana em Aquário, prestes a entrar na fase Semi-Crescente.
SEGUNDA-FEIRA, 26 de dezembro – Júpiter está em oposição exata a Urano e Saturno também em trígono muito próximo ao mesmo Urano. A Lua abre o dia vazia em Escorpião, já na fase Balsâmica. Ingressa em Sagitário à 01h19min e logo faz quadratura a Marte e ao Nodo Sul em Peixes, quadrando também a Netuno mais tarde. Saturno está em quadratura a Quíron, exata daqui a dois dias. Este é um dia inusitado, extravagante até, onde coisas extraordinárias podem acontecer – acontecimentos auspiciosos, mas também violentos e dramáticos. É preciso estarmos preparados para qualquer coisa, qualquer eventualidade e estar dispostos a mudar de planos e improvisar, conforme as horas vão se desdobrando. Enrijecer-se e resistir ao vendaval pode criar toda a sorte de problemas e nos quebrar ao meio. Ainda é melhor encontrar-se perdido num lugar desconhecido, mas inteiros, do que ter que contabilizar inúmeros estragos depois. Com a devida sabedoria e flexibilidade, podemos fluir com esse vendaval e crescer com ele, acessando informações, conhecimentos e revelações que antes eram invisíveis para nós. Os caminhos estão abertos para mudar: mudar de opinião, de postura e atitude, de crença, de filosofia de vida… Expandir-se. Se insistirmos em permanecer igual a sempre, quando a vida convidar para uma aventura, estamos convidando a encrenca a bater na porta – é a chance que temos de nos liberar daquilo de que mais reclamamos. Em termos mundanos, as energias estão bastante voláteis, imprevisíveis e violentas, portanto, coisas estranhas e inesperadas podem ocorrer, especialmente considerando-se o cenário tenso que se descortina na Europa e Oriente Médio. Conflitos religiosos ficam mais agudos, potencializados pelo fanatismo e rigidez de posturas e crenças. Cataclismas naturais também não estão descartados. Respiração, meditação ativa e exercícios de ancoragem podem ajudar a manter o centramento e a serenar a inquietude. Apesar, ou melhor, exatamente por causa de todas essas influências, precisamos vibrar coisas positivas e emanar amor em todas as direções.
TERÇA-FEIRA, 27 de dezembro – O Sol Capricorniano está em sextil pleno a Marte em Peixes hoje, enquanto Mercúrio retrógrado se afina com Netuno, também em Peixes. A Lua Sagitariana faz conjunção a Saturno, sextil a Júpiter, trígono a Urano, quadratura a Quíron e finalmente, sextil a Vênus, ficando vazia depois deste contato, às 23h46min. Júpiter segue em oposição a Urano e quincúncio a Netuno. Nossos propósitos mais conscientes e objetivos de desenvolvimento, que talvez estivessem muito austeros e cinzentos, ganham pinceladas de cor, imaginação e criatividade. Se nos empenhamos, conseguimos divisar maneiras de realizar tais intentos de forma criativa, buscando alternativas imaginativas quando nos depararmos com bloqueios, assim como a água contorna a pedra para fluir no seu curso. Às vezes, ao invés de bater de frente com os obstáculos, fazemos melhor se buscamos alternativas, inclusive, de perspectiva: quando nos sentirmos por demais cabisbaixos e depressivos, podemos recorrer às lembranças de outras situações em que conseguimos superar dificuldades parecidas. O dia traz uma sobriedade bastante útil, que nos ajuda na concentração e na resolução de problemas, sem perder a serenidade, além de nos aventurarmos nessa busca das alternativas. Embora possamos ter dificuldades com sensações de derrota e de impotência, a resiliência também está à nossa disposição, se procurarmos nos afinar com ela.
QUARTA-FEIRA, 28 de dezembro – Saturno está em quadratura partil (exata) a Quíron, Júpiter faz quincunce ao mesmo Quíron, aspecto já quase exato também. Enquanto isso, Mercúrio faz conjunção Inferior ao Sol, ficando Cazimi (conjunção de até 17 minutos de distância, aplicativa e depois separativa) por algumas horas e ainda dialoga com Marte em Peixes. A Lua abre o dia vazia em Sagitário e ingressa em Capricórnio às 13h12min. Urano estaciona às 07h29min, a 20°33’ de Áries, para voltar ao movimento direto amanhã. Um dia em que Quíron e seus temas ficam bastante realçados, assim como Urano, o que traz um peso e uma ansiedade bastante peculiares. Um peso que nos faz sentir soterrados, porque nos damos conta das nossas impossibilidades, das coisas que não conseguimos mudar, por mais otimistas e resilientes que tentemos ser. O peso de se perceber vivendo uma experiência humana, numa realidade bastante difícil, com situações que estão muito além do nosso controle e poder de resolução e isso, além de nos deixar deprimidos, nos envergonha, porque olhamos o mundo ao redor, vemos as notícias e sentimos vergonha de ser humanos, diante de tantas tragédias e dramas, causados pelo próprio ser humano, em sua ganãnica por poder; pessoalmente, nos sentimos cobrados duramente por todas essas mazelas, por tudo o que não conseguimos mudar. Olhamos para nosos modelos buscando orientação e guiança, e percebemos que são tão frágeis quanto nós, seja moralmente, seja fisicamente e nos decepcionamos e desapontamos, percebendo-nos num beco sem saída. Ao mesmo tempo, sentimos uma inquietação, uma ansiedade, que nos dão o impulso de correr para lugares mais seguros, feito bicho selvagem antecipando o terremoto. Embora pareçamos não ter saída, ainda temos escolha. Podemos nos colocar como vítima, podemos sucumbir diante das cobranças e da nossa própria vergonha e falta de esperança, podemos disistir e achar que nada vale a pena… Mas podemos também olhar as mesmas situações sob diversas perspectivas; podemos aceitar a realidade conforme se apresenta, cientes de que só estamos vendo uma parte do todo e de que mesmo essa pequena parte que vemos, está colorida pela nossa subjetividade; podemos nos olhar no espelho e, ao invés de nos julgar e nos envergonhar do que vemos, podemos oferecer amor, bondade, compaixão, empatia e dar colo e aceitação para esse lado quebrado, trincado, desconjuntado, aleijado, torto, imperfeito, sombrio que carregamos em nós e, da mesma maneira, dar um lugar no nosso coração para a imperfeição do mundo e da vida, entendendo que estamos aqui para lidar com com essas mesmas imperfeições, as nossas e as do mundo. Ao invés de fechar as mãos e apontar dedos em riste, podemos abrir os braços e acolher à nossa própria dor, vergonha, sofrimento. Nesses momentos, precisamos nos lembrar: “mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir” (parte de um poema atribuído a Cora Coralina, mas cuja autoria é incerta). E podemos simplesmente decidir parar um pouco, lamber as feridas, dar uma trégua ao nosso coração alquebrado, antes de nos reerguer e seguir em frente. E sim, há energias poderosas sendo liberadas hoje, que podem alterar o curso de muitas situações, da vida, num piscar de olhos. Precisamos estar atentos e disponíveis às mensagens dos deuses, aos lampejos luminosos da mente inconsciente, que pode nos premiar com visões inusitadas que trazem soluções impensadas e, por isso mesmo, preciosas. Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça!
QUINTA-FEIRA, 29 de dezembro – Urano retorna ao movimento direto às 07h29min, dando uma ênfase especial à Lua Nova de Capricórnio (04h53min, horário de Brasília e 06h53min no horário de Lisboa), que traz Urano estacionário. Antes de se encontrar com o Sol, a Lua faz conjunção a Mercúrio, sextil a Marte e, já renovada, conversa também com Netuno. À noite faz conjunção a Plutão. A Lua Nova inaugura um tempo de sermos mais conscienciosos com nossos objetivos mundanos, especialmente aqueles que se referem ao trabalho, profissão/carreira e nossa posição na sociedade. É um tempo de renovar nossa disciplina, perseverança, comprometimento e de nos responsabilizar pelos nossos sonhos, por esses objetivos que tanto almejamos realizar. Urano está estacionário neste mapa e recebendo trígono do regente da Lua Nova, Saturno e avisa que precisamos agregar inovação, flexibilidade e um olhar novo e inventivo a todos esses objetivos, porque se insistirmos em manter tudo como era ontem, se mantivermos uma abordagem escessivamente conservadora, poderemos ter surpresas desagradáveis, que nos obrigarão a refazer todo o caminho, a rever esses objetivos e talvez até voltar ao começo de tudo. Mercúrio também está retrógrado em Capricórnio, salientando que este período é não só favorável, mas recomendável para se reavaliar nossas metas e propósitos nestas áreas de vida. Enquanto Urano esteve retrógrado, todas as revoluções e mudanças representadas por ele e ocorridas entre dezembro de 2015 e julho de 2016 passaram por revisões, algumas para serem descartadas, outras para serem confirmadas. Agora, com Urano voltando ao movimento direto, as mudanças que estavam travadas e em standby voltam a fluir, especialmente questões relacionadas com a tecnologia e com avanços científicos. E olha que coisa interessante: Urano também estava estacionário-direto na Lua Nova da Cabra em 2014 e eu dizia assim, no artigo daquela Lua Nova: “Com Urano voltando ao movimento direto justamente hoje, um aviso nos é dado: há que se buscar estabilidade, mas sem se tornar estagnado, sem esquecer que a única constante na vida é a impermanência. Lembrar que nossa tarefa é desenvolver solidez e buscar longevidade, mas cientes de que tudo pode mudar num átimo, como o cair de um raio”. Isso está valendo mais do que nunca, com Urano sendo cutucado por todos os lados! Impermanência! Tudo pode mudar num átimo!
SEXTA-FEIRA, 30 de dezembro – Júpiter está a minutos do quincúncio a Quíron. A Lua Capricorniana se afasta da conjunção a Plutão, faz quadratura a Urano e a Júpiter, virando foco de uma T-Square Cardinal, já que ambos estão em oposição. A Lua fica vazia depois da quadratura a Júpiter, às 06h09min e fica fora de curso o resto do dia. Ingressa em Aquário às 23h29min. A tendência da semana a imprevisibilidades e mudanças abruptas de humor ou de curso das situações fica mais acentuada hoje. A influência favorece um exame cuidadoso e das nossas insatisfações mais íntimas e das frustrações mais gritantes, com as quais devemos lidar honesta e diretamente, para não termos que lidar com pequenas bombas que caem nas nossas mãos desavisadamente. As alterações das nossas crenças e visão de mundo precisam de um receptáculo concreto e palpável, precisam ser aplicadas de maneira prática e objetiva, para serem críveis e efetivas. É possível que o dia traga situações em que nos sentimos muito pressionados por obrigações e deveres que nós mesmos assumimos ou situações de dramas e crises em que nós mesmos nos metemos, o que nos leva a ansiar por liberdade e por estar desobrigados e soltos… Mas não tem jeito, ajoelhou, cabrito, tem que rezar! Já que estamos no inferno, vamos beijar o Diabo, certo, Hades-Plutão? Não tem muita escapatória, o negócio agora é lidar com a crise de maneira madura, pragmática e, principalmente, digna, porque ninguém tá a fim de perder a compostura e estragar o humor nos feriados… Assim, atenhamo-nos ao que é possível, façamos o que tem que ser feito. É preciso expulsar? Expulsemos! É preciso dizer verdades? Digamos! É preciso quebrar os ovos para fazer a omelete? Procedamos com isso… De sorte que não adianta reclamar, o negócio é crescer e aprender com a confusão e tentar sair ileso do bombardeio!
SÁBADO, 31 de dezembro – O quincúncio Júpiter-Quíron fica exato hoje e Marte faz conjunção a Netuno, que também recebe sextil do Sol. A Lua está bastante isolada e sem aspectos no início de Aquário. Um dia que está mais do que sensível, nostálgico e melancólico, tão sensível que possivelmente muitos de nós escolham, inconscientemente dissociar-se das emoções e sentimentos e desapegar-se do sofrimento e do desconforto tão crus que temos sentido recentemente… Quando uma pessoa é exposta a situações críticas de trauma por um tempo demasiado longo, ocorre uma dissociação, uma cisão na psique, que é a única maneira de sobrevivermos… Muitos têm vivido situações críticas e dramáticas mundo afora e é possivel que isso esteja acontecendo de verdade, com muita gente. É um mecanismo de defesa, uma maneira de nos protegermos do sofrimento atroz e aniquilador. A dificuldade de conciliar a fé e o otimismo com os cenários lúgubres e pesados que nos cercam, com as notícias tristes e preocupantes que recebemos minuto a minuto, cria uma outra cisão em nós, como se desse uma pane na mente, um bug no hard drive em que as contas não fecham, os números não batem… Isso pode realçar a sensação de impotência e fragilidade e os mais sensíveis podem ser tragados pelo sofrimento do mundo, ficando paralisados, sofrendo junto. Mas não podemos sucumbir a tal pessimismo e terror, em vez disso, podemos continuar emanando amor e compaixão por todos os que sofrem, de perto ou de longe; podemos enviar orações, vibrações e podemos nos sintonizar com as energias de cura do mundo e do planeta. Ter noção da fragilidade da vida e também da sua efemeridade nos ajuda a valorizá-la um pouco mais. E em lugar de lastimar, precisamos nos lembrar que, se somos humanos e estamos aqui, todas essas experiências têm algo a nos ensinar. A ingestão de álcool e drogas em geral, por mais tentadora que seja, por nos oferecer anestesia e escape, está mais que desaconselhada neste período. Isso pode parecer careta e chato considerando-se que é revéillon, mas, acredite, a ressaca do dia seguinte pode trazer mais dissabores do que uma mera dor de cabeça! Ressca moral das brabas, para dizer o mínimo! De qualquer forma, desejo uma passagem de ano feliz e abençoada para você, onde quer que esteja!
DOMINGO, 1° de janeiro- Virada do Ano – Marte completa a conjunção a Netuno na virada do dia e do ano. Júpiter segue em quincúncio a Quíron, que também recebe quadratura de Saturno, exata dias atrás. A Lua em Aquário faz trígono a Júpiter e sextil a seus dois dispositores, Saturno e Urano. Júpiter está em oposição a Urano e sextil a Saturno e Saturno em trígono a Urano – este é o clima da virada do ano, um clima de apreensão, mesclado com empolgação, inquietude, uma leveza dissociada e um desejo enorme de escapar e desaparecer em algum lugar desconhecido onde a vida seja mais leve e mais bonita… É um tom bastante agridoce: ao mesmo tempo em que queremos nos animar e ter esperança no novo ano que se desvela, em que nos empolgamos com amigos e celebrações, uma incerteza incômoda não nos deixa acreditar nisso completamente. Como, se estamos perfeitamente cientes de que o mundo está de cabeça para baixo? Se sentimos que andamos sobre um campo minado e que a qualquer momento tudo pode ir pelos ares? O clima está bastante tenso pelo mundo afora e a isso não conseguimos ignorar. Contudo, também não podemos nos deixar levar pela ansiedade e pelo pessimismo que nada nos acrescentam. Sim, a despeito de toda a incerteza, a escolha ainda é nossa: sobre que tipo de vibração queremos emanar e que tipo de vida queremos levar, se uma vida baseada no medo ou uma vida baseada no amor. A Lua Aquariana traz uma perspectiva objetiva e desapegada, de quem observa de longe e de quem busca unir o melhor do mundo velho com o melhor do mundo novo: como conseguimos essa façanha? Confiando em nós mesmos e em nossa experiência e simultaneamente nos abrindo a novas vivências, que possam alargar nossos horizontes e visão. Não podemos nos apegar demasiadamente ao que já vivemos e nos fechar para o novo, nem podemos desprezar e demolir tais experiência achando que somente a novidade tem valor. É um novo ano! Que possamos nós, também, ser novas pessoas, mais amáveis e verdadeiras; menos conectadas às máquinas e mais próximas das pessoas, menos duvidosas de nós mesmos e mais confiantes no fluxo eterno da vida…
Feliz Ano Novo para você! Que seja de luz, amor e muitas bênçãos! E, sobretudo, que seja de PAZ!