Ciclo de Marte 2019 a 2022- Onde a ação acontece?
Os trânsitos de Marte em 2020A comunidade astrológica vem falando há vários anos sobre todas essas configurações que estariam revirando as entranhas da humanidade ao longo de 2020, especialmente a tripla conjunção entre Júpiter, Saturno e Plutão em Capricórnio, além de Urano em Touro, Quíron em Áries e Netuno em Peixes. Quando observávamos o trânsito de Marte por Capricórnio ocorrendo em março de 2020, sabíamos que Marte iria ser o gatilho que acionaria muitas “bombas”, mas provavelmente muitos de nós não imaginavámos que essa “bomba” poderia ser detonada na forma de um microrganismo chamado Novo Corona Vírus. Eu, pessoalmente, quando olhava essa configuração meses atrás, imaginava que poderíamos estar às voltas com a deflagração de um novo golpe de estado, uma nova ditadura no Brasil, falando apenas do âmbito nacional. E sim, estamos de fato confinados e impedidos de ir e vir, de exercer plenamente nossa liberdade, limitados de várias maneiras, em todo o mundo, pelos ditames da necessidade extrema de preservação da vida.
Agora nas primeiras semanas de abril ainda vemos Marte arreganhando os dentes para Urano no início de Touro, ao mesmo tempo em que ainda está de “conluio” com Saturno no primeiro grau de Aquário. Marte então se enfia numa briga antiquíssima, arcaica, a briga entre o velho e o novo, o filho e o pai, o passado e o futuro, a tradição e o progresso, como representada por Saturno e Urano. Da nossa parte, pessoalmente precisamos estar conscientes de como esse conflito se dá dentro de nós, de como essas forças se digladiam na nossa mente, coração e expressão, porque como sabemos, o “fora” é uma expressão do “dentro”.
Depois que tiver se afastado desse conflito de “big dogs”, Marte segue seu caminho em relativa paz e fraternidade aquarianas, por algumas semanas, até ter entreveros com Sol e Mercúrio em Touro no mês de maio e depois se indispor seriamente com Vênus na sua retrogradação por Gêmeos, entre maio e junho. Porém, é a partir de julho que Marte dispara para valer! Isso porque Marte entra em Áries, sua primeira casa zodiacal, no dia 27 de junho e só vai sair deste signo no dia seis de janeiro de 2021, ou seja, mais de seis meses! Veja bem, Marte costuma passar cerca de 40-45 dias em cada signo no seu trânsito normal. Porém, devido à sua retrogradação, esse trânsito por Áries vai ficar anormalmente “esticado”, potencializando sobremaneira todos os aspectos que Marte fizer neste período. E advinha quais aspectos mais impactantes Marte fará? Exatamente! Marte fará quadraturas a Júpiter, Plutão e Saturno no terceiro decanato de Capricórnio – três quadraturas, para ser exata! Marte quadra a todos em agosto, fica retrógrado em nove de setembro e volta pelo caminho por onde veio, quadrando todo mundo de novo, só que na ordem inversa: Saturno, Plutão e Júpiter.
O Deus da Guerra retrocede de 28° até o grau 15° de Áries e finalmente volta ao movimento direto em 13 de novembro. O mês de outubro fica particularmente incendiário, já que, além das quadraturas que Marte fará aos planetas em Capricórnio, o Sol também estará adicionando combustível a partir de Libra, de onde fará sua oposição a Marte, aspecto que é parte do ciclo da retrogradação marciana. Depois que voltar ao movimento direto, Marte repetirá tudo de novo: todas as quadraturas aos “big dogs” no fim do signo da cabra! Ou seja, Marte realmente tem um papel crucial no teatro da “guerra” de 2020 – sim, porque a sensação é de uma guerra sem fim!
Toda essa longa introdução é para falar sobre Ciclo de Marte na Astrologia Mundana e analisar, a partir da Astro*Carto*Grafia, que regiões do globo são mais impactadas pelos movimentos de Marte entre janeiro de 2019 e abril de 2022 – dois ciclos completos. É interessante porque faz quase um ano que este artigo está na “gaveta” do meu computador, desde que finalizei o artigo sobre A Grande Mutação! Comecei a escrever e parei muitas vezes, durante semanas, meses… Retomava, escrevia mais um pouco e parava de novo… e por causa desse artigo, acabava não escrevendo outras coisas, porque de alguma forma havia criado um tipo de “gatilho” me dizendo que tinha que finalizar este primeiro… Quando estava quase acabando, meu programa de Astro*Carto*Grafia deu um bug e eu não conseguia abrir os mapas nem continuar as análises; além disso, viajei para um curso de Alinhamento Energético – onze dias confinada num lugar maravilhoso, mas com pouco acesso à internet – e só nas últimas semanas – problema de software resolvido – pude retomar e finalmente publicar! Foi um parto longo, árduo e muito laborioso… parece até que não queria nascer! Mas, vamos a ele!
O Retorno de Marte
A revolução orbital de Marte – o tempo que Marte leva para dar uma volta ao redor do Sol – é de 687 dias, ou 1,88 anos, um pouco mais lento que o ritmo da Terra. Já seu ciclo zodiacal – tempo que Marte leva para completar uma revolução completa no zodíaco – é de 710/711 dias, ou 1,94 anos, cerca de dois anos (1). Isso quer dizer que todo mundo vivencia um Retorno de Marte no mapa natal a cada dois anos, aproximadamente. Sim, vivenciamos “retornos” de quase todos os planetas ao longo da vida, exceto Netuno e Plutão, por estes terem ciclos que ultrapassam a duração de uma vida humana. Portanto, além do Sol e de Saturno, que têm os retornos mais conhecidos, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Quíron e Urano também retornam ao ponto que estavam no mapa na hora do nascimento – no caso de Urano, apenas uma vez, e de Quíron, duas vezes para alguns sortudos muito longevos. O mapa de retorno dos planetas é importante porque aponta como os assuntos regidos por determinado planeta vão se desenrolar no ciclo em questão. Por exemplo, quando queremos olhar as perspectivas para o tema relacionamentos no mapa, além de olharmos as progressões de Lua e Vênus, os trânsitos e direções que Vênus está recebendo, também podemos olhar o Retorno de Vênus para verificar tais perspectivas para o período aproximado de um ano (o ciclo de Vênus varia de 10 a 13 meses, dependendo de sua retrogradação). E assim é para os demais planetas.
O Retorno de Marte é importante porque aponta qual área de vida (casa) fica particularmente dinâmica e energizada no período dos dois anos seguintes, onde e como a ação realmente acontece, qual o foco da nossa paixão e motivação – assim como na Revolução Solar, o Retorno de Marte geralmente ocorre em hora (e dia) diferentes do nascimento, gerando assim um mapa único, que fornece muita informação sobre o ciclo em questão. Os aspectos que Marte faz e recebe também contam se esta ação está liberada, se tem suporte ou bloqueio, se está congruente ou conflitante com outras partes da psique. E claro, como podemos aplicar essas informações de forma consciente para prevenir problemas ou potencializar a ação. “O mapa de Retorno de Marte indica onde e como somos energizados, onde a ação acontece pelos dois anos seguintes… Mas, mais importante, também indica onde a motivação psicológica e os impulsos do ego que associamos com Marte podem ser melhor aplicados (…) Em outras palavras, que paixão nos motiva e como pode ser usada na tomada de decisões que satisfaçam nossa necessidade de ação? O impulso e a iniciativa vêm de dentro – mas se suprimidos – tornam-se internalizados, separados do mundo consciente / ego / yang em que vivemos. Então, pode se manifestar externamente como frustração, irritação, descontentamento, raiva, falta de energia, fadiga ou tédio”, diz Linda Reid, astróloga da Tasmânia.
Mas olha que interessante!!! O Retorno de Marte num mapa individual
Vou dar como exemplo o meu próprio Retorno de Marte atual, porque nunca fiz leitura de Retorno de Marte de nenhum cliente – quem tiver interesse pode me procurar! – e não tenho dados de nascimento confiáveis de figuras públicas que valeria a pena analisar no Brasil… Pensei em analisar o mapa do Mr. Trump, mas daí, EUA, sempre?? Enfim… Eu tenho Marte a 28° de Leão e no retorno de 2019 Marte aparece na casa cinco, conjunto a Vênus e ao Sol, isso já indica que a motivação principal para mim nesse ciclo é a criatividade e… os romances! A casa cinco é a casa da alegria, do romance, do sexo e do prazer (eba!!!); das artes e entretenimento, mas também do nosso potencial criador – acho que isso tudo pode ser muito animador e fiquei empolgada! Marte está em oposição exata à Lua na casa 11 – possibilidade de “tretas” com amigos e grupos?… O Ascendente está em Áries, que é regido por Marte e por isso, duplamente importante. Eu tenho Áries na casa três no meu mapa natal, dos irmãos, viagens curtas e comunicação, e isso sugere que esses temas serão também significativos neste ciclo, que dura até julho de 2021! Com Marte regendo o Ascendente (de casa três natal) a minha criatividade se expressará principalmente através da comunicação, escrita, falada ou de outras formas – isso vem a calhar, já que estou retomando e reformulando a comunicação nas minhas redes sociais! Contudo, Quíron no Ascendente me pede muita atenção com a saúde física e possíveis fragilidades! Saturno e Plutão demandam esforço concentrado e consciente na área profissional. Este é um exemplo rápido de como podemos interpretar o Retorno de Marte no mapa individual.
OBS: Vou trazer aqui mais tarde, numa edição, o Retorno de Marte atual do mapa natal do Brasil
O ciclo de Marte também é muito importante na Astrologia Mundial, porque ele é um planeta de ação e de conflito e funciona como um grande “disparador”, como já dito na introdução, um gatilho que precipita acontecimentos que vinham se formando, simbolizados pelas configurações dos planetas mais lentos.
Marte na Declinação Zero – O Ciclo de Marte
Considera-se como início do Ciclo de Marte na Astrologia Mundial o momento em que Marte se move do grau zero na declinação Sul para o grau zero de declinação Norte, o que ocorre quando Marte percorre os primeiros graus de Áries – primeiro decanato – o tempo entre um ciclo e outro variando de 18 a 23 meses, aproximadamente. Aliás, qualquer planeta “viajando” na declinação zero está numa condição muito especial e potente!
Marte iniciou um novo ciclo no dia 1° de janeiro de 2019, às 21h56min no horário de Brasília. Marte estava a 00°37’ de Áries, na casa 7 do mapa de Brasília, conjunto a Quíron, prestes a receber quadratura de Mercúrio, no fim de Sagitário, na casa 4 – sugerindo interações (Mercúrio) belicosas e dolorosas/vexatórias (quadratura a Marte e a Quíron) com outros países (casa 7). Essa conjunção de Marte e Quíron chama bastante a atenção para o trânsito de Quíron por Áries, já que Áries é regido por Marte, o que nos dá uma mensagem repetida e mais evidenciada: o indivíduo se sentindo frágil e exposto, tanto psicologicamente quanto fisicamente, pois Marte representa, como já dito, motivação psicológica e também força física – Marte é um planeta que se expressa muito fisicamente! Essa conjunção a Quíron sugere tanto uma debilidade nessa força quanto uma pressão sobre a saúde. Este ciclo vai de 1° de janeiro de 2019 a 11 de julho de 2020.
Porém, o mapa do início do Ciclo de Marte é mais significativo quando o vemos sobreposto aos mapas de países e/ou chefes de estado e neste caso, é necessário olhar os mapas individuais que se queira analisar, não por causa da posição de Marte em si – já que Marte sempre irá fazer os mesmos aspectos ao mapa natal a cada ciclo, visto estar, neste caso, sempre no início de Áries – mas pelos aspectos e configurações dos demais planetas.
O Ciclo de Marte na Astro*Carto*Grafia – Onde, no mundo?
Contudo, uma outra forma de analisar o ciclo de Marte é, mais uma vez, pela Astro*Carto*Grafia. Para quem não conhece, Astro*Carto*Grafia, a grosso modo, é uma mistura de Astrologia com Geografia, através da qual olhamos onde os planetas estão culminando (MC), anti-culminando (IC), ascendendo (ASC) e descendendo (DS) em determinado momento ao redor do globo terrestre. A partir da análise das posições dos planetas nos ângulos ao redor do globo, apontamos qual região é favorável – ou não – para o quê. No caso de Marte, este mapa astrocartográfico mostra o que está acontecendo no mundo, onde é mais provável de haver “ação”, especialmente ação belicosa, quais regiões geográficas são mais afetadas durante o ciclo, não apenas pelas linhas do próprio Marte, mas também pelas linhas dos demais planetas. Este mapa não é particularmente significativo em nível pessoal/individual, é importante para as questões mundanas/coletivas. Jim Lewis, o astrólogo que popularizou a Astrocartografia, costumava publicar um anuário com os mapas de todas as lunações e ciclos importantes e também publicava o mapa do Ciclo de Marte. Glossário de abreviaturas: A*C*G = Astro*carto*grafia; ASC = Ascendente; DS = Descendente; MC = Meio do Céu (Medium Coeli); IC = Fundo do Céu (Imum Coeli); Paran = forma diminutiva do grego Paranatelonta (o cruzamento da linha de um planeta ascendendo ou descendendo com a linha de outro planeta culminando ou anti-culminando). Também uso nas análises de mapas astrocartográficos os asteroides Ceres, Palas, Juno e Vesta e os planetas transnetunianos (Zeus, Cronos, Apolo, Cupido, Admetos, Vulcano, Poseidon e Hades), utilizados na Astrologia Uraniana, porque ajudam a refinar as informações no mapa. Eu não uso Transnetunianos em leituras de mapa natal.
Ficou interessado em descobrir que lugares, no mundo, são favoráveis para você? Agende uma consulta de Astro*Carto*Grafia natal: psicologica.astrologia@gmail.com
Ciclo de Marte de 01/01/2019 a 11/07/2020
No mapa, as regiões mais impactada por este ciclo de Marte atual são o Canadá, os Estados Unidos e o México, visto que a conjunção Marte-Quíron está no MC, vindo pelo norte do Canadá, descendo pelo Meio-Oeste americano, passando na região da Baixa Califórnia, até o extremo oeste do México. Plutão DS desce inclinadamente e cruza com Marte-Quíron, uma mistura espinhosa e bastante tensa sobre o estado de Idaho. A conjunção Sol-Saturno Ascendente desce pela costa do Pacífico, passando exatamente sobre San Francisco e Los Angeles e suas linhas cruzando com a linha de Marte no MC, já no Oceano Pacífico. Além disso, a linha de Netuno no MC também passa ao longo da costa e há vários Pontos Médios tensos na mesma região, como Sol-Saturno ASC, Plutão-Admetos MC, Marte/Netuno MC, Quíron/Netuno MC, e muitos outros. Sabemos que a região da Califórnia e a costa do Pacífico são propensas a terremotos e todas essas linhas astrocartográficas e seus cruzamentos podem sim, significar terremotos e cataclismos, entre eles, enchentes, visto que Netuno está próximo e há também o Ponto Médio com Marte. A presença de Netuno torna as defesas menos efetivas e há maior propensão a contágios no caso de epidemias. A região oeste do Canadá é outra que está sujeita a algumas turbulências, pois além de haver as já mencionadas linhas de Marte-Quíron no MC, estas são cruzadas por duas outras linhas potentes: a do Nodo Norte e a de Vulcano – juntando as quatros linhas temos uma mistura difícil e potencialmente explosiva!
Como fica isso na América do Sul?
Na América do Sul a coisa mais notável é a linha de Netuno DS descendo pela costa/litoral, significando, primeiramente o desastre de Brumadinho, ocorrido ainda em janeiro de 2019, mas também a contaminação ocorrida ao longo de toda a costa brasileira no segundo semestre de 2019, um “acidente” causado por “outros” – Netuno (óleo, derramamento, contaminação) DS (outros, terceiros). Embora já passem distantes, sobre o oceano, também vemos as linhas de Quíron e Marte DS, que podem ter tido um “efeito” ainda que não tão intenso quanto o de Netuno. Também vemos a linha de Júpiter IC descendo de Norte a Sul. Embora Júpiter seja chamado de o Grande Benéfico, no mapa ele está em quadratura a Netuno significando, na verdade, todos os imbróglios pelo qual passa o Sistema Judiciário Brasileiro atualmente.
Enquanto isso, em Wuhan…
Enquanto isso, na Ásia, particularmente na China, onde surgiu o Novo Corona Vírus, vemos as linhas de Hades (doenças, pobreza, criminalidade) DS pela região oeste, enquanto as linhas de Saturno-Sol (controle e rigidez) ASC passam pela região central, cruzando com Urano (surpresas, instabilidade, mudanças bruscas e inesperadas) IC, seguidas da linha de Plutão (morte e renascimento). É ainda mais interessante notar que próximo a Wuhan passa a linha de Vulcano (fatalidades, forças além do nosso controle, desafios) no ASC e ainda mais perto, a apenas 80 km de Wuhan, passa a linha de Ceres, um asteroide que representa a nutrição e Ceres, neste ciclo em particular, está em Escorpião, um signo cujo regente tradicional é Marte e o moderno é Plutão, Senhor do Mundo Inferior, aquele que raptou sua filha Prosérpina, o que nos sugere que ela não esteja confortável neste mapa – o Corona Vírus não surgiu a partir de contaminação em mercados de alimentos? Como se não bastasse, há três parans impactantes envolvendo Urano no mesmo paralelo de Wuhan: Sol-Urano, Saturno-Urano, Vulcano-Urano, todos trazendo o tema do inesperado/imprevisto que muda radicalmente os planos e o rumo das coisas – Urano em Touro também nos remete à produção de alimentos! Há ainda Pontos Médios entre Marte-Hades (violência, morte) e Quíron-Poseidon (sofrimento e experiências estranhas). Por todas essas linhas e parans, é possível ver que a China “prometia” muito rebuliço neste ciclo! Poderíamos prever com antecedência que isso se daria por meio de um vírus? Talvez sim, talvez não – para chegarmos a esse refinamento provavelmente seria necessário utilizar outras técnicas além da A*C*G, ainda assim, este mapa confirma as várias tensões na região.
Essa Caxemira…
As linhas de Marte-Quíron no Fundo do Céu (casa, pátria) passam no oeste do Paquistão, e também Afeganistão, e embora a linha de Marte não esteja exatamente em cima da Índia, ainda está a uma distância que certamente se faz sentir naquele país. Todos esses países, como sabemos, são “inflamáveis” por assim dizer e têm estado bastante hostis entre si, portanto, a presença dessas linhas na região requer atenção. Já a conjunção Sol-Saturno passa pelo sul da Índia, também colocando essa região em destaque. Marte e Quíron ascendem na região da Austrália e certamente uma das manifestações dessa posição são os incêndios trágicos que têm devastado aquele país.
Ciclo de Marte de 2015: Brexit, Síria, Trump e Brasil
Ciclo de Marte de 2015
Antes de passarmos para o mapa de 2020, podemos olhar os mapas dos ciclos recentes – ciclos já concluídos – para termos uma confirmação de como o ciclo atual e o próximo podem se manifestar. Além disso, também vemos pelas áreas destacadas que muitas tensões não ocorrem de forma isolada, mas vão se desdobrando ao longo dos ciclos, um após o outro. No ciclo de 2015 – válido até 29/01/2017 –, por exemplo, vemos uma conjunção Sol-Netuno em Peixes (propósitos confusos, engodos, ilusões, utopias, desintegração), enquanto Marte está enquadrado por Lua de um lado e Vênus de outro, numa conjunção tripla muito próxima e forte – mulheres furiosas ou o feminino em embates ferozes; Urano-Plutão em quadratura de menos de um grau, enquanto Saturno em Sagitário também enfrenta Netuno em Peixes.
Na Astro*Carto*Grafia desse mapa vemos onde essas configurações se expressam de forma mais evidente: a linha MC desse Sol isolado passa bem por cima do Reino Unido, próximo a Londres e também pela França, Espanha e África – continuidade do Brexit, Macron na França, referendo da independência da Catalunha; Marte MC passa próximo a Teerã, cruzando ainda com as linhas Mercúrio e Plutão DS – conversações difíceis e belicosas: Arábia Saudita, Catar, Irã; Quíron DS passa pela Ásia, a leste das Coreias, com Saturno IC passando ainda perto dali também – escalada de Pyongyang, testes de mísseis, Warmbier; grande pressão sobre a Austrália: além das linhas de Quíron DS e Saturno IC, temos também Marte DS e a Mercúrio-Plutão IC ainda próximos da costa leste: os incêndios se intensificam a partir desta época; Saturno ASC passa pela região oeste e pela Califórnia nos EUA: o escândalo Weinstein abre uma caixa de Pandora, pois seguem-se denúncias de abusos em vários outros setores da vida pública americana: cinema, política, justiça, negócios, etc. também nesse período há incêndios devastadores nessa área; Saturno MC, Netuno ASC, Marte ASC sobre o Atlântico: uma das temporadas mais violentas de furacões nessa região; Saturno ASC, Quíron MC sobre a África Oriental: fome na Somália, estado de emergência na Etiópia; sobre o Brasil temos as linhas de Netuno, Quíron, Vênus e Marte, todos no ASC e ainda Saturno MC, todas sobre a região continental e ainda Hades IC (pobreza, doenças, criminalidade) passando na costa brasileira: surto de febre amarela, governo Temer, Moro condena Lula, crises de segurança em vários estados; seca no Nordeste e Sudeste, Operação A Carne é Fraca.
Ciclo de Marte de 2020 – E agora, José?
Agora, o que temos para 2020? Bem, olhando primeiro o mapa do ciclo vemos Marte enfatizado pela conjunção com Lua e Quíron, ambos também no primeiro decanato de Áries. E mais: os três também estão em quadratura a Mercúrio em Câncer. Temos um ciclo forte, intenso de discussões midiáticas, disputas intelectuais e ideológicas, o pensamento racional posto em cheque, particularmente porque Mercúrio também está em grande destaque, por estar estacionário-direto, voltando da sua recente retrogradação. Quíron é outro que está estacionário e vai ficar retrógrado em algumas horas, dando continuidade ao tema da sensação de vulnerabilidade individual neste ciclo, como testemunha seu trânsito por Áries, signo do indivíduo e do ego incipiente. Urano em Touro está sem aspectos, o que dá a ele também proeminência especial, sugerindo grande instabilidade, revoluções e mudanças dramáticas no nosso senso do que é real e essencial à vida – torna agudo o chamado para a mudança de valores que este trânsito representa. E claro, temos a onipresente configuração de Júpiter-Saturno-Plutão no fim de Capricórnio recebendo a oposição do Sol em Câncer, obrigando-nos a tomar consciência da sombra imensa que esse paradigma materialista criou ao longo dos últimos séculos – apenas uma frase curta que não resume nem de longe essa configuração! Vale observar ainda que no ciclo de 2019 tínhamos uma conjunção Sol-Saturno, que ainda se ampliava até Plutão. Agora o Sol está oposto a eles – antes eles uniam forças, agora travam embates ferozes. A consciencia, como já dito, defronta-se com a sombra. É um mapa muito desafiador, para indivíduos e sociedades. No mapa astrocartográfico a presença dessas configurações indica quais regiões geográficas vivenciarão mais intensamente essas turbulências representadas por elas. E o que vemos neste mapa?
É interessante que o mapa está muito parecido com o mapa de 2019, em algumas regiões, ou seja, há uma continuação dos temas, como se o trabalho em 2019 tivesse apenas começado. Isso porque as linhas de Marte e Quíron – agora com a adição da Lua – no Meio do Céu continuam a cruzar o continente Norte-Americano, descendo do Canadá até os EUA desembocando no México – tendo se movido um pouco mais para a região central, cerca de dez graus, da longitude 105° para a 114°Oeste nos EUA. As linhas de Júpiter, Saturno e Plutão no Descendente também descem do Noroeste canadense e americano até o México e cruzam com as de Marte-Quíron-Lua (EUA), tendo ainda a adição de Sol no Ascendente, todas elas se deslocando para o México.
A linha de Netuno no MC desce próxima a toda a costa oeste, de Norte a Sul – Netuno desintegra as fronteiras e isso suscita cuidados quando se trata de epidemias ou outras “invasões” – essa desintegração também pode ser política! As regiões da costa oeste e leste de todo o continente são muito afetadas, devido à presença de Netuno (oeste), e Poseidon (uma versão um pouco mais refinada de Netuno) no leste norte-americano. Isso tudo significa que até abril de 2022 – tempo que dura esse ciclo – Canadá, EUA e o México enfrentam tempos turbulentos dentro de casa, porém, Estados Unidos são mais impactados, com conflitos internos entre autoridades e o povo, que está ultra zangado (Lua em Áries, conjunta a Quíron) provavelmente devido ao número de mortes pela Coivid-19 e talvez também por causa de impostos, já que Lua-Marte-Quíron estão na casa 8 no mapa levantado para Washington. Pela região central temos ainda Saturno DS e Vulcano ASC: controle versus falta de controle – algo parecido com o que vemos no norte da Itália. E ainda tem a linha de Urano MC passando muito próxima da capital Washington – chacoalhando as fundações do poder nesse país! Aliás, não podemos esquecer que Estados Unidos passam por um Retorno de Plutão entre 2021 e 2022 – uma transformação sem precedentes ocorrendo no território americano – começando do zero de novo!
O continente americano, com destaque para os Estados Unidos são, de fato uma das regiões mais afetadas por este ciclo de Marte, mas não é a única! A linha de Marte Descendente passa pela costa oeste da África, enquanto as linhas de Júpiter-Saturno-Plutão IC sobem também passando pelo oeste da África e cruzando Espanha, França, Itália e Alemanha, indicando que esses países também passam por crises bem específicas em seus territórios – no contexto da pandemia do Novo Corona Vírus, este mapa é uma boa fonte de informações também sobre isso. Por exemplo, vemos uma grande pressão sobre a Itália com a linha de Saturno IC (isolamento extremo, medo, escassez, pobreza mas também reestruturação) e Vulcano MC (forças além do nosso controle manifestadas publicamente), passando exatamente pelo norte desse país, descendo da Noruega e da Alemanha e cruzando ainda a África Central. A Espanha enfrenta tensões ainda mais difíceis, representadas pelas linhas de Plutão (morte, destruição, lutas pela sobrevivência, regeneração) IC e Lilith DS (aspectos sombrios, destruição, decadência). Há também as linhas de Júpiter IC e Sol MC, que poderiam ser consideradas “benéficas”, se Júpiter não estivess expandindo o arquétipo da morte representado por Plutão e se o Sol também não estivesse em oposição a ambos, Júpiter e Plutão – contudo, sempre podemos pensar nisso como arquétipo de regeneração e renascimento, a Fênix renascendo das próprias cinzas! O mesmo se aplica à França e ao Reino Unido, que ainda têm adicionada a linha de Quíron (vulnerabilidade física e emocional, feridas, cura) DS. As linhas de Júpiter e Plutão IC passam muito perto de Barcelona, no nordeste da Espanha sugerindo que o movimento separatista na Catalunha pode recrudescer nos próximos meses, após o pico da pandemia.
Na Ásia, olhando novamente o epicentro do surgimento do Corona Vírus, Wuham, na China, temos as linhas de Saturno ASC (restrições, limitações, controle) e Vulcano DS (situações que saem de controle), dois planetas bastante pesados que indicam forças contrários: um vai exercer força de controle extrema, o outro joga tudo pelos ares. Lembrando que no mapa de 2019 também há uma linha de Vulcano passando próximo a Wuhan! E ainda temos um paran de Sol-Quíron e outro de Saturno-Lilith exatamente na mesma latitude desta cidade – pode representar tanto a fragilidade quanto a recuperação e a cura, depende de como os povos lidam com isso. Indo para o oeste da China ainda vemos as linhas de Plutão e Júpiter ASC, Urano IC, Hades (pobreza extrema, doenças, criminalidade, deterioração) DS e Lilith MC – em resumo o território chinês de fato ainda demanda muito cuidado, seja por causa do corona Virus ou por outras questões que podem sair de controle.
Essas linhas de Júpiter-Plutão ASC descem pela Ásia Oriental passando sobre Laos e Tailândia, sendo que cruzam com a linha de Urano IC sobre o território chinês – possibilidade de muitas revoluções internas e revoltas populares, particularmente na região sul da China. Já as linhas de Saturno ASC e Vulcano DS passam ainda sobre a Tailândia, o Camboja e Laos, a de Vulcano cruzando com Urano IC sobre o Camboja – possibilidade de cataclismos naturais nessa região. Sobre a Coreia do Norte passa a linha de Admetos, o que pode indicar um aumento na política restritiva desse país e um endurecimento maior do regime.
As coisas “fervem” também na Ásia Ocidental, já que as linhas de Lua-Marte-Quíron IC passam pela costa oeste da Índia, subindo pelo Paquistão, exatamente em cima da região da Caxemira – outro conflito com forte tendência a recrudescer.
As linhas de Lua-Marte-Quíron no Ascendente descem do norte da Ásia, passam por Nova Caledônia e próximas à região da Nova Zelândia – a de Quíron passando exatamente em cima desse país. Júpiter-Saturno-Plutão MC, por sua vez, passam a leste da Nova Zelândia, no Pacífico. A Austrália, depois de lidar com o fogo de Marte por alguns ciclos seguidos, agora passa a lidar com as águas de Netuno e a constrição de Admetos (limitações), embora também tenha a linha IC da Pequena Benéfica, Vênus passando por lá.
Por fim, temos as linhas de Júpiter-Saturno-Plutão DS – as mesmas que descem dos EUA – passando pelo México e descendo pela costa oeste da América do Sul, cruzando Chile e Argentina. A tripla conjunção Lua-Marte-Quíron desce pelo Oceano Pacífico, onde também passa Netuno MC – essa região talvez fique sujeita a acidentes marítimos ou cataclismos. No Brasil temos a linha de Vênus MC, o que pode representar algumas benesses para o país, até porque a Vênus deste ciclo faz conjunção a Lua-Júpiter do mapa natal do Brasil – talvez tenhamos um “alívio” ou talvez sejamos levados na conversa mais uma vez, visto que Vênus em Gêmeos é muito boa com as palavras e ela está no MC… Será que teremos um governante “encantador” a nos seduzir com discursos eloquentes nos próximos meses? Entretanto, também há a linha de Admetos MC passando mais pela região central para oeste, uma linha bastante desafiadora, que sugere confinamentos e limitações – talvez seja mais um ciclo complicado para a Amazônia… E ainda tem Netuno DS pelo litoral brasileiro, embora não passe pelo continente, essa linha suscita cuidados, considerando-se os “acidentes” com substâncias ocorridos nos meses recentes.
Concluindo, vemos que este ciclo de Marte nos confirma que ainda leva algum tempo para que possamos viver tempos de calmaria! O mundo continua a ser sacudido de Norte a Sul, de Leste a Oeste e nós precisamos estar preparados e atentos para nos mover – Marte é ação e movimento! – conforme se fizer necessário! O período de maior tensão no ciclo de 2019 certamente é o que vivemos atualmente, com a pandemia do Corona Vírus, num período em que Marte é o disparador por excelência da configuração Júpiter-Saturno-Plutão, como já mencionado acima. E ele o fará mais uma vez, entre julho e novembro, quando acionará essa configuração através de quadraturas, o que pode ser ainda mais tenso, podendo simbolizar, inclusive, conflitos bélicos. O certo é que o mundo realmente não será o mesmo depois de 2020!
(1) Fallon, Astrid – Planetary Cycles
(2) Reid, Linda – The Mars Return – http://starcats.com/anima/marsreturn.html
Oi querida !! Você, como sempre, desvendando os mistérios que virão e nos preparando para as tempestades que sacudirao o planeta. Perfeito. Parabéns! Bj carinhoso. ❤
Análise interessante, e complexa, vou voltar a ler. Obrigada!
Já li partes desse texto diversas vezes e, a medida que o tempo passa ele vai ficando mais interessante. Por favor, sa possível, fale mais sobre a conjunção júpiter quiron. quando será, mais especificamente? será um momento de expansão das feridas e, consequentemente, da cura?
A próxima conjunção Júpiter-Quíron será em março de 2023 (11 e 12/03), a 14° de Áries.
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