LUA CHEIA EM CÂNCER – Você tem o Pai e a Mãe certos para você e você é o filho certo para eles.

Lua Cheia em Cancer

A Lua Cheia em Câncer (Sol em Capricórnio) de hoje cedo (6:19h) nos remete às origens e à tradição, e nos lembra que todos viemos de um pai e de uma mãe e que para se ter um bom futuro é preciso honrar e respeitar o passado e as próprias origens.

A Lua está dignificada em seu próprio signo, Câncer, que representa a Mãe, tanto a nossa mãe pessoal quanto a Grande Mãe arquetípica, cuja imagem todos temos gravada em nosso inconsciente. Câncer nos apresenta as qualidades da maternagem, da sensibilidade, da nutrição fisíca e emocional, da família e suas relações complexas. Já o Sol encontra-se em Capricórnio, que pelos valores da tradição, da disciplina, da imposição de limites, do trabalho árduo e comprometido e da responsabilidade nos remete à figura do Pai, e mais uma vez, tanto do nosso pai físico e pessoal quanto do Pai Celestial arquetípico.

Eu aproveito essa Lua Cheia para falar rapidamente dos pais no horóscopo individual. É possível ver e descrever o pai e a mãe individuais olhando o mapa natal de uma pessoa, e às vezes algumas configurações e posicionamentos no mapa mostram um Pai Terrível ou uma Mãe Devoradora. Mas, ao invés de compactuar com aquela onda que prevaleceu nos anos 80 e 90 de culpar os pais por todas as nossas mazelas, a Astrologia nos lembra candidamente que aquelas características ‘’terríveis’’ que vemos associadas aos pais, também pertecem ao indivíduo dono do mapa em questão. E vai mais longe ainda. O mapa Natal é levantado para a hora exata do nascimento, o momento da primeira respiração, marcada pelo primeiro choro do bebê. Ora, o bebê sai do útero direto para as mãos da parteira (que também é associada a Câncer) ou do médico. Então é cortado o cordão umbilical, ele chora,  é limpo do líquido amniótico ou sangue do parto, em seguida checa-se se é perfeito fisicamente e se é saudável. Só depois de tudo isso é que o bebê é colocado no colo da mãe. Digamos que todo esse processo leve de 5 a 10 minutos, ou mais, não importa. O que importa é que quando a criança é colocada nos braços da mãe, o seu Mapa Natal, o momento da primeira respiração já foi congelado no tempo e consequentemente a criança já leva dentro de si uma imagem arquetípica da mão e do pai, antes mesmo de encontrar os pais físicos pela primeira vez. A partir daí, a tendência é que a criança experimente os pais biológicos sob a luz da imagem arquetípica que carrega dentro de si. Então se, por exemplo, há um aspecto Sol-Saturno, o pai pode ser carinhoso e afável 80% do tempo mas a criança terá a tendência de registrar os 20% em que o pai talvez é frio, severo ou distante. Da mesma forma, com um aspecto Lua-Plutão, talvez a criança sinta que a mãe é ameaçadora, destrutiva, sufocante, quando a mãe real talvez não seja nada disso a maior parte do tempo, mas a criança vai registar as experiências que corroboram a imagem da mãe que já tem dentro de si.

Como já disse, os planetas e configurações que falam desses pais estão na verdade no mapa do filho, e obviamente essas configurações nos dizem que essas características supostamente  “negativas” também pertencem a ele. A-ha!!! Isso muda tudo, não? Pois é, ao invés de chamarmos nossos  pais de ’’monstros’’  e os culparmos por nossos problemas, mais justo e realista é olharmos para nós e assumirmos  que estamos nessa família por algum motivo e que nossos pais são nosso primeiro espelho, que refletem algo que já existe intrinsicamente em nós. Como diz Bert Hellinger, o criador das Constelações Familiares, você tem os pais certos para você e você é o filho certo para eles.

Voltando à Lua Cheia de hoje, lembro que o embate entre Sol e Lua tem um terceiro elemento, Urano em Áries, um signo que, de outra perspectiva, também representa O Pai, e representa ainda o indivíduo e seus novos inícios. Então, vamos refletir e trabalhar para que essa equação Pai (Capricórnio) e Mãe (Câncer) traga à luz vida nova (Áries) e transformação (Urano) na maneira como olhamos para nossos pais, nossas relações familiares, nossas origens e tradições. Que Urano possa de fato nos  ’’acordar’’ e funcionar como catalizador de mudanças na forma enrijecida com que nos relacionamos com o outro, seja ele nosso pai, mãe, irmãos, amigos ou parceiro afetivo. Que ao invés de nos acomodarmos na dependência emocional, esperando que o outro supra nossas infinitas carências (Câncer),  possamos de fato buscar independência e autonomia pessoal e assumir a responsabilidade por nós mesmos, nossos desejos, nosso futuro e nossa felicidade.

Nâo é possível ser feliz sem honrar e agradecer aos pais que nos trouxeram ao mundo e que nos deram o Dom da Vida, por mais complicada e difícil que tenha sido nossa relação com eles! A gente só pode dar aquilo que a gente tem e se você acha que seus pais deixaram de lhe dar algo, é porque eles não tinham para dar. Se você recusa os pais arquetípicos (os pais reais), você está recusando a você mesmo.

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

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