Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher

LUA em LIBRA x VÊNUS em ÁRIES – No âmbito coletivo

A Lua Cheia trafega Libra e hoje, domingo, fez oposição a Vênus em Áries. Essa configuração presente no céu de hoje parece ter sido escolhida a dedo para ilustrar os atuais dilemas que a mulher vive atualmente. A Lua em Libra nos fala de como a mulher ainda tem que lidar com os estereótipos – muitos deles moldados pela expectativa masculina do que é ser mulher – do que significa ser feminina, sendo associada com imagens de boa mãe e esposa, doçura, gentileza, abnegação, submissão e cessão da própria vontade – um papel visto necessariamente “em relação a” um “outro”.

Todavia, Vênus em Áries está logo ali a desafiar e confrontar tais estereótipos, dizendo que a despeito de tantas “conquistas” (pessoalmente, eu diria que nem todas elas para melhor, uma vez que houve um equívoco em algum momento, em que as mulheres começaram a associar liberdade e independência com uma “atuação” do animus negativo: beber, fumar, sexo casual, etc, etc – não, não quero entrar nessa polêmica, isso é uma visão pessoal minha), o maior equívoco de todos é essa cisão interna que foi projetada no mundo lá fora: de que há a mulher passiva e submissa e a mulher independente e livre; de que a mulher tem que optar entre “isso ou aquilo”, entre ser esposa e mãe mas frustrada profissionalmente, ou profissional bem sucedida, mas frustrada emocionalmente.

Vênus nos obriga a olhar e ver que nem tudo são flores e gentilezas, que há ainda um longo e histórico caminho de violência a ser combatido, violência física, emocional, psicológica, verbal, social e de que a expressão do ser feminino ainda não é exatamente “livre”. Que a mulher pode e deve ser vista como indivíduo separado, ou, que será vista “em relação ao masculino” apenas quando (nas situações em que) o masculino também for visto “em relação ao feminino”. Que antes de sermos macho ou fêmea, masculino ou feminino, somos todos seres humanos, pessoas, com necessidades fisiológgicas, biológicas, emocionais iguais ou muito similares.

Entretanto, a mensagem principal dessa oposição é a de que as mulheres “acordem” (Vênus está ainda conjunta a Urano) para o fato de que, se se identificarem com apenas um dos lados da extremidade, estarão fadadas a viverem meias-vidas e de que o caminho é o da integração. Integrar em si essas diversas expressões de si mesmas, sem se identificar excessivamente com os papéis, mas perceber que os papéis são apenas invólucros da expressão das várias mulheres que ela é e que pode ser. Mais: é essencial perceber que, para além dos estereótipos, é preciso descobrir e se autorizar a viver os próprios desejos, a própria jornada mítica pessoal, o que quer que isso signifique individualmente para cada uma, na sua realidade, na sua história pessoal. Não há nada de errado em não querer casar e ser mãe, ou ao contrário, em querer se dedicar primariamente a essas dimensões da vida, assim como não há nada de errado com um homem que não tem o casamento e a paternidade como projeto de vida prioritário – desde que isso não signifique mera fuga de questões mal resolvidas em ambos os casos. O caminho é viver de forma autêntica, criar seu próprio modelo, ao invés de seguir cegamente os modelos impostos. Viver de acordo com aquilo que faz sentido para si mesma, para seu coração e sua alma.

No âmbito pessoal

Reconhecer as diferentes facetas do feminino, aceitar e abraçar os desejos diversos do próprio coração, do próprio ser (substantivo) e ser (verbo) feminino. Perceber e aceitar sua natureza gentil, suave, gregária, aglutinadora, que quer e precisa de relacionamentos, sejam eles de ordem íntima e sexual ou fraternos e amigáveis. Perceber e aceitar um outro lado, igualmente legítimo e merecedor de atenção, igualmente merecedor de ser honrado e vivenciado: o lado que almeja lutar por objetivos outros além da maternidade e da busca de parceria afetiva; o lado que busca se expressar e contribuir com algo que a defina como indíviduo separado, independente e livre. 

Perceber em si mesma formas diversas de expressão do feminino, muito além de estereótipos e modelos engessados. Permitir-se ser várias em uma só mulher, em uma só pessoa, sem desautorizar nem “atuar” nenhum aspecto, mas integrá-los como parte do todo sagrado que se é.

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

0 thoughts on “Dia Internacional da Mulher

  • 11 de março de 2015 em 11:06
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    olá, adorei e gosto muito deste assunto. vou acompanhar e começar anotar os sonhos. parabéns pela sua iniciativa e pelos textos da astrologia que muito me engrandecem. Namaste

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