A Semana Astrológica
Semana de 22 a 28 de fevereiro
Acabou o Horário Brasileiro de Verão e isso, para muita gente, já é uma grande notícia para se começar a semana! Eu até que me beneficio muito do Horário de Verão, mas confesso que prefiro o tempo no seu modo mais “natural”, por assim dizer. Além desta, há outras boas notícias! A principal é a Lua sendo Cheia em Virgem já na segunda-feira, numa lunação que vem mais leve do que muitas das que temos tido e que fala de integração e celebração.
Essa é uma semana que tende a ser menos tensa também, devido a uma relativa calmaria. Além da Lua Cheia, há poucos “acontecimentos” astrológicos grandiosos além de não haver ingressões. Isso corresponde a uma pequena trégua – embora a sensibilidade esteja mais do que exacerbada.
Um desses acontecimentos é a conjunção do Sol a Netuno, no domingo. Até chegarmos à conjunção exata viveremos uma semana super sensível e delicada, em que nos percebemos conectados ao todo por uma rede invisível aos olhos físicos, mas claramente perceptível aos olhos da alma e do espírito. Podemos nos conectar com a beleza no mundo em todo o seu esplendor, mas também nos ligaremos ao sofrimento e à dor que grassa por aí em milhões de corações humanos, animais, vegetais – sim, a Natureza também sofre e isso pode ser sentido se temos um mínimo de sensibilidade. Talvez reajamos nos escondendo na proteção da nossa casa, talvez fiquemos mais introspectivos… Sol-Netuno sugere, então, que recuperemos nosso mais profundo altruísmo e abnegação e que percebamos este mundo sob lentes outras, além daquelas do materialismo e imediatismo nossos de cada dia. Por outro lado, esse aspecto requer cautela quanto ao uso de álcool e substâncias alteradoras da consciência por esses dias – o apelo de escapar é grande, mas escapar não é possível, visto que apenas adiaremos a dor inevitável, assim, é mais inteligente economizar a grana, a energia física, a ressaca moral, a fuga e confrontar o demônio da desolação de uma vez, aceitando-o e redimindo-se no processo, ele também faz parte de nós, mas nem por isso precisamos nos identificar com ele e permitir que nos domine.
Mercúrio faz a ponte entre seus dois dispositores, Saturno e Urano, que estão em trígono há algumas semanas. Dessa forma, Mercúrio simboliza a capacidade de acessarmos com mais clareza, em linguagem mais inteligível, quais os significados e benefícios desse trígono e que estão a nosso dispor. Mercúrio traz uma inquietação, uma necessidade de realmente nos apoderarmos dessa oportunidade, ao invés de ficarmos olhando para ela sem nada fazer. Mercúrio faz sextil a Saturno na quinta e a Urano na sexta-feira, além de se encher de dúvidas ao fazer quincunce a Júpiter no sábado. Júpiter, aliás, também está em orbe de quincunce a Urano e como Urano recebe o sextil de Mercúrio, Júpiter vira foco de um Yod. A mente racional duvida da intuição e da fé – como resolvemos esse dilema?
Vênus em Aquário também conversa com seu regente Saturno nesta semana, indicando um período de maior estabilidade dentro das relações. A exemplo de Mercúrio, na semana que vem ela fará contato também com Urano.
Marte entrou na zona sombria de retrogradação na semana passada. A zona de retrogradação compreende os graus, no signo ou entre os signos, que o planeta percorre enquanto retrógrado. Marte fica retrógrado em 17 de abril, a 08°54 de Sagitário e retrocede até 23°03’ de Escorpião. Marte cruzou o grau 23°03’ na última quinta, dia 18 e só cruzará o grau 08°54’ de Sagitário, já direto, em 22 de agosto, portanto, a zona de retrogradação vai de 18 de fevereiro a 22 de agosto. Caraca! Quer dizer que estamos travados até lá? Não necessariamente. O período crítico é aquele em que o planeta está, de fato, retrógrado e isso vai de 17 de abril a 29 de junho. Mas na sombra, o antes e o depois, convém ficarmos alertas para como lidamos com nossas frustrações e raiva. Questões inconscientes a respeito desse assunto já começam a ser acionadas dentro de nós; o pavio vai ficando mais curto; o humor, mais irascível; a vontade, mais precipitada ou compulsiva… Ou seja, as barbas precisam estar de molho muito antes de 17 de abril. Desde já!
A Lua abre a semana vazia em Leão, mas é Cheia em Virgem na segunda-feira. Busca o equilíbrio de Libra na noite de quarta, onde se torna Disseminadora, já no sábado. Ingressa em Escorpião ainda no sábado, onde fecha a semana. Ela viaja vagarosamente e só fica Minguante na terça, 1° de março, já à noite.
Inauguramos a semana com a Lua sendo cheia na SEGUNDA-FEIRA, como já foi dito. A Lua abre o dia ainda vazia em Leão e ingressa em Virgem às 08h25min, de onde faz sesqui-quadratura a Urano e a Plutão. Formaliza a fase cheia às 15h19min, em oposição ao Sol, é claro, e também a Netuno em Peixes. À noite a Lua o pragmatismo da Lua Virginiana entra em atrito com o idealismo frio de Vênus em Aquário. Essa Lua Cheia vem falar da necessidade de concretizarmos nossos sonhos através da organização e do senso de ordem. É preciso trabalhar duro, ter um método, desenvolver sistemas eficientes que nos permitam manifestar, no cotidiano e nas atividades corriqueiros, aquilo que desejamos realizar num plano maior. É, estamos falando do trabalho de formiguinha, a ação e o trabalho diários, sem os quais nada se realiza. Essa Lua também fala de integração e de superarmos preconceitos e separações… Leia mais sobre a Lua Cheia.
Na TERÇA-FEIRA a Lua faz oposição a Netuno em Peixes e quincunce a Mercúrio, seu regente, em Aquário. A manhã fica meio nebulosa, acordamos de mau humor, reclamando do mundo, da vida, de todos… Tudo parece tão mesquinho e ordinário! Quando poderemos sair desse Vale de Lágrimas horrendo em que caímos? Apesar de encontrarmos alguma força e entendimento no trígono Lua-Plutão, isso não é páreo para a cobrança que fica mais severa: a Lua briga com Saturno e nos sentimos diminuídos, cobrados, injustiçados. Como se não bastasse, a Lua ainda espicaça Urano, achando que pode com ele e, pior, encara Quíron do outro lado da mesa, lembramo-nos de nossas mazelas, daquilo que não tem conserto nem nunca terá, do que não tem remédio, não tem decência, não tem governo, não tem censura, não tem tamanho, não tem vergonha… Do que não tem sentido (paráfrase do Chico. Sim, o Buarque!) – é o dia fica dificilzinho, chatinho, complicadinho, tudo no “inho”, mesquINHO! Como mesquinhas são nossas reclamações, às quais não procuramos resolver REALMENTE, de maneira real, pragmática, no aqui e agora, na realidade, NA REAL! Preferimos andar por aí a arrastar as correntes do martírio, buscando angariar simpatia, desculpando-nos a nós mesmos, sentindo pena de nossas próprias mazelas, sem cuidar de resolvê-las ou simplesmente aceitá-las.
Assim, mantemo-nos ocupados e pré-ocupados, de modo que não sobra tempo para nos comprometer com o que de fato interessa: nossos projetos, realizações, nossos sonhos… Com a vida, aquela cotidiana e prosaica, onde nos construímos e tecemos a felicidade e a Vida, essa maior, com V maiúsculo, somatória dos significados e significantes, somatório do nosso tempo, das nossas obras e do que fizemos de nós mesmos… O papel de mártir parece glorioso, mas às vezes é muito chato, sabe? Claro, existiram e existem os mártires legítimos, que se sacrificaram por uma causa justa e tal… Mas ás vezes a gente se finge de mártir para manipular, se fazer necessário, para não encarar a si mesmo e à própria sombra, que provavelmente é bem enfadonha, comum, banal, mais do que gostaríamos de admitir. Ser mártir nos faz importantes, mas também nos faz desperdiçar muito da vida, engajados que estamos em nos justificar e em manter o papel… Assim, não seria melhor sermos mais honestos e cuidar primeiro de nós, de nossas dificuldades antes de apontar o dedo na cara dos outros? Não seria melhor parar de reclamar e nos justificar e fazer, no aqui e agora, no momento presente, na atitude pequena, mas prática, o que precisa ser feito para sairmos da pasmaceira em que nos colocamos? Trabalhar e arregaçar as mangas? Talvez nem tudo dependa só de nós e da nossa vontade, é claro, mas se não fazemos nem o que é de nossa incumbência, como podemos cobrar do outro ou dos céus resolução e milagres que nós mesmos não damos conta de entregar?
A Lua faz sesqui-quadratura a Vênus na QUARTA-FEIRA e sextil a Marte em Escorpião, aspecto depois do qual fica vazia, às 11h23min – ingressa em Libra somente às 19h42min. Amanhecemos com uma certa indolência, uma cisão entre se queremos ir para o mundo, fazer e acontecer, ou se ficamos um pouco mais, usufruindo do aconchego doméstico… Mas não tem muita escolha, tem? Quanto mais cedo pegarmos no batente, melhor, porque a tarde ficará ociosa e mais lenta ou travada, portanto, nada de ligar a soneca hoje – aliás, melhor mesmo seria acordar mais cedo, porque como diz o ditado, hoje “Deus ajuda a quem cedo madruga”. A tarde fica para cuidarmos das obviedades, das coisas prosaicas e das banalidades e tarefas burocráticas das quais não conseguimos fugir. À noite o clima fica mais harmonioso e podemos nos dar ao luxo de nos equilibrar e nos deleitar com pequenos mimos ou momentos em que nos permitimos apreciar a beleza, nem pensar nas sua funções ou necessidades.
Mercúrio faz sextil a seu dispositor tradicional, Saturno, na QUINTA-FEIRA e está muito próximo de sextil ao outro regente, Urano. A Lua Libriana também conversa harmoniosamente com Vênus, sua regente. Dona Lua ainda se incomoda com Netuno e fecha a noite em quadratura a Plutão em Capricórnio. O dia está mais dinâmico hoje. Vamos para o mundo mais cordatos, mas também mais dispostos a realizar e a interagir com o mundo buscando, equidade e igualdade nas responsabilidades e nas resoluções. Mentalmente estamos centrados, com uma sobriedade benéfica, que nos permite olhar de maneira realista e prática as novas ideias que surgem e as novas conexões que nossos neurônios vão fazendo. A certo ponto, sentimos alguma incongruência a nos incomodar: o idealismo inalcançável precisar curvar-se à dimensão das relações cheias de desencontros e desentendimentos. Contudo, ainda podemos beber desse mesmo idealismo para tornar nossa obra o mais refinada possível, para buscar melhor entendimento com o outro, para nos colocar em seu lugar e, com humildade sentir a dor que lhe queima a pele. À noite sentimos uma tensão tensão se avolumando dentro de nós, uma sombra a turvar nosso senso de equilíbrio… O que será?
Essa tensão invade a madrugada da SEXTA-FEIRA, ganha momentum e e explode manhã cedo, de maneira extremosa. O sono talvez seja perturbado por ruídos externos, ou sombras internas e pesadas a nos presentear com sonhos densos e complicados. A Lua Libriana completa a quadratura a Plutão na madrugada e horas depois, também faz oposição a Urano, formando uma T-Square da qual Plutão é o foco. A Lua ainda faz trígono a Mercúrio em Aquário e quincunce a Quíron em Peixes. Mercúrio está em sextil exato a Urano e ambos tornam Júpiter foco de um Yod. A Lua entra na fase Disseminadora ao fazer sesqui-quadratura ao Sol e fica vazia às 08h20min, depois da oposição a Urano, por mais de 24 horas. Complicado e tenso fica o dia e essa “complicação” explode na nossa cara logo cedo, deixando-nos espantados, estupefatos. Depois da ação precipitada originada da surpresa e do susto, ficamos meio sem ação, sem saber direito o que foi que nos atropelou, qual o trem que passou por cima de nós. Depois de todo o ocorrido, não há muito mais a ser feito, a não ser refletir e aprender as lições. Sentimo-nos na corda bamba, indecisos e divididos; precisamos escolher, precisamos aguentar o peso das nossas escolhas e decisões, assim como, de suas consequências. Não decidir, já é uma decisão, não podemos nos esquecer. Mas talvez hoje precisemos adiar a decisão, temporariamente. Se não o fizemos logo cedo, seria debalde fazê-lo agora. Assim, a melhor estratégia é aguardar. Tiremos o dia para refletir, porque qualquer ação mais ousada terá resultado imprevisível e provavelmente muito diferente daquilo que almejávamos.
A Lua abre o SÁBADO ainda vazia em Libra, ingressando em Escorpião somente às 08h27min, de onde faz sesqui-quadratura a Quíron. Mercúrio hoje faz quincunce a Júpiter e, junto com Urano, torna-o foco de um Yod. O dia traz muitas dúvidas, dilemas, divisões… Como conviver com tudo isso? Que parâmetros seguir, qual a bússola que nos apontará a melhor direção? Queremos ser extremamente racionais e esquecemos que sentir é o que dá sentido à vida; esquecemos que há coisas que a razão não explica, nem domina, nem resolve… A pressão sobre o que acreditamos e se continuamos a creditar é grande… Duvidar é difícil! Ter dúvidas é angustiante, mas ainda é melhor do que engolir verdades fabricadas para calar nossos medos e inseguranças. Duvidar é parte do processo de crescimento e é parte do exercício do livre arbítrio; duvidar é essencial para nos mantermos lúcidos e conscientes. Assim, a razão precisa aprender a amar as próprias dúvidas, porque delas pode sair maior clareza e sabedoria. A Senhora Razão Todo-Poderosa também precisa lembrar que não está certa sempre e que só porque algo não pode ser provado “cientificamente”, não significa que seja inválido ou que seja uma falácia.
O Sol está em conjunção plena a Netuno no DOMINGO. Para aumentar a sensibilidade, a Lua Escorpiônica faz trígono aos dois. A Lua ainda se afina com seu dispositor, Plutão, enquanto quadra Vênus em Aquário e faz quincunce a Urano em Áries. A Lua fecha a noite em quadratura a Mercúrio, sextil a Júpiter e trígono a Quíron. Dia ultra sensível em que sentimos as barreiras e cercas desmoronarem entre nós e os outros; temos uma habilidade refinada de sentir com o outro suas dores e alegrias, sem que ele precise nos comunicar verbalmente; isso nos leva a buscar ajudá-lo, quem quer que seja este “outro”. Esse altruísmo e abnegação nos faz ter outra perspectiva do mundo à nossa volta e o percebemos sob outras lentes. E nos damos conta de coisas essenciais que antes nos escapavam, como a crueza da realidade lá fora e a dor e a beleza presentes no olhar do estranho à nossa frente.
Por outro lado, tanta sensibilidade, exatamente por diluir esses limites, pode, em dados momentos, nos fazer sentir como que esmagados sob todo esse peso e escuridão. Fugir de tal peso pela via de drogas, álcool e outras substancias não é uma escolha muito sensata, porque já estamos fora do eixo. Convém, pois proteger-nos e buscar centramento. Lembrar que cada um tem uma história, inclusive nós. Podemos sentir com o outro e ser altruístas e buscar oferecer nosso melhor, mas não podemos nos identificar em demasia com o outro sob pena de nos perdermos e esquecermos quem somos. Além disso, ainda precisamos lembrar que quando “ajudamos”, por mais que o outro pareça miserável e necessitado, por mais que pareça que estamos em situação muito melhor – e provavelmente isso seja verdade –nós também somos ajudados. Então, cautela para não nos identificarmos, também, com a imagem do grande redentor que ajuda a todos sem nada ter em troca. A troca sempre acontece, embora seja invisível. Quando ajudamos o outro, nós também somos ajudados, às vezes, até mais do que aquele que parece estar em condições mais precárias.
Que sua semana seja linda e serena!
Quarta feira foi um dia de cão… Literalmente de cabeça para baixo. Fomos ao cinema assistir o filme o Retorno com Leonardo di Caprio. Grande oportunidade para refletir sobre a vida. Essa madrugada, tive um sonho pesado – acho que me transportei para o “filme”. Acordei assustada tentando explicar a um homem que ele não deveria me esfaquear porque eu era inocente….
Mais uma vez, seu texto reflete o momento com precisão. Diante do sofrimento daquelas pessoas ao longo do filme, considero-me uma pessoa privilegiada. Não conhecemos o verdadeiro sofrimento e o real significado de lutar pela vida! 🍃🍃🍂🌿
Puxa, que sonho denso e forte, Ana! Vale a pena escrevê-lo e quem sabe, levar para a análise!
Acho que o filme acionou em você o tema do sobrevivente.
Grata sempre, pela sua visita inestimável!
🙂