SOLSTÍCIO DE INVERNO – Deixar ir e deixar vir
O Sol ingressou em Câncer nesta quinta-feira, dia 21 de junho, às 07h07min no horário de Brasília e às 11h07min no horário de Lisboa.
A ingressão do Sol no signo de Câncer marca o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul e o de Verão no Hemisfério Norte. Até aqui vivemos um quarto do ano astrológico e cruzamos o segundo limiar energético das estações e do ciclo anual.
No Hemisfério Sul temos o dia mais curto e a noite mais longa do ano e no Hemisfério Norte é o inverso: O dia mais longo e a noite mais curta.
Os solstícios trazem presente a história de Perséfone, deusa vernal associada com os ritos de passagem e as mudanças de ciclos. Perséfone era filha de Deméter, a Deusa Mãe e Deusa do Cereal. O mito conta que Perséfone era uma jovem já na idade de namorar e casar e havia muitos pretendentes à sua mão, mas nenhum era bom o bastante para sua mãe Deméter, que recusava a todos. Assim o tempo ia passando e Perséfone continuava na posição confortável de “filhinha da mamãe”, pois a mãe era super protetora e não permitia sua evolução e desenvolvimento.
Um dia, Perséfone estava passeando no jardim com as amigas ninfas e afastou delas para um canto mais isolado do jardim, atraída por narcisos. Ao colher o narciso, o chão abriu-se sob seus pés e das profundezas da Terra saiu uma carruagem infernal: era Hades, o Deus da Morte e do Mundo Inferior, que numa das raras vezes em que saiu de seus domínios, raptou Perséfone e a levou para seu reino, o mundo dos mortos. Lá ele a estuprou e ela se tornou sua mulher e Rainha do Mundo Inferior, Rainha do Inferno.
Assim, Perséfone desapareceu da face da terra e Deméter começou a procurá-la, em vão, pois aparentemente ninguém viu ou ouviu coisa alguma. Deméter entrou em profunda depressão, pois a filha era sua razão de viver e se refugiou em Elêusis para prantear o desaparecimento da filha. Depois, ao perceber que havia algo estranho na coisa toda, ela enfureceu-se e entrou em greve, o único jeito de obter informações. Ora, Deméter era a Deusa do Cereal, deusa da agricultura e, ao entrar em greve, a terra ficou estéril e nada mais nascia nem florescia ou frutificava. Se não houvesse plantações, grãos, frutas, vegetais, não haveria alimento para os humanos, que pereceriam. Consequentemente, não haveria mais que adorasse ou homenageasse os deuses. Dessa forma, Zeus, o rei do Olimpo, finalmente se mexeu e prestou atenção à dor de Deméter. Apareceu então um adolescente que disse ter visto quando Hades abduziu Perséfone e Deméter então demandou que ela fosse liberada. Zeus então enviou Hermes ao Mundo Inferior para negociar a liberação de Perséfone. Hades disse a Hermes que ela estava liberada e livre para ir quando quisesse, afinal, ele não a estava prendendo lá embaixo. Havia somente uma condição: ela não deveria ter comido nada lá embaixo, no Mundo Inferior. De fato, até aquele momento Perséfone não havia comido nada, mas quando estava prestes a ir embora, ela pegou uma romã e comeu algumas sementes. Por causa disso ela já não estava tão livre para ir e um acordo foi feito: Perséfone deveria ficar metade do ano embaixo da terra, no Mundo Inferior, como mulher de Hades e Rainha dos Infernos. A outra metade ela passaria sobre a terra, na companhia de sua mãe.
O período que Perséfone passa sobre a Terra corresponde às estações da primavera e do verão. Deméter está junto de sua filha amada, está feliz e plena, portanto, tudo é verde, viçoso e luxuriante. A terra floresce e frutifica, porque a Deusa Mãe está feliz. Quando Perséfone precisa descer ao Mundo Inferior Deméter chora pela ausência da filha: temos então o Outono e Inverno, tempo de a terra descansar – ou pelo menos assim deveria ser e foi outrora!
Agora, com o Solstício de Inverno aqui no Hemisfério Sul entramos num período de escuridão, onde muitas coisas estão sendo finalizadas, onde a terra deve descansar, ser limpa dos detritos das últimas plantações. Perséfone está no Inferior, como Deusa Vernal e Deméter está de luto. É tempo de nós também revermos nossas ações e projetos do último ciclo; de nos prepararmos para limpar os detritos e também prepararmos a terra do nosso coração para uma nova plantação – o Sol ingressando em Câncer, signo cardinal de Água, sinaliza um tempo de agir pelo coração, pelo sentimento.
Pelo WhatsApp recebi o texto abaixo, cujo autor/a desconheço, e que reproduzo aqui, porque achei simples e belo:
“Dia 21 de junho no Hemisfério Sul, o Sol incide no ponto mais inclinado da Terra, é o dia mais curto e a noite mais longa do ano. É o Solstício de Inverno que se inicia.
As árvores se despedem das folhas, e o solo as transforma em adubo… Como parte da Natureza, para nós também é hora de limpar, transformar em adubo aquilo que já serviu, mas não serve mais… Abrir espaços deixar galhos à mostra… aguardar.
Com reverência e intenção, abra seus armários, da cozinha, do quarto, do coração, e tire tudo que é velho. Devolva a semente para terra. Abra espaços para aguardar o novo da próxima estação. Renove, recicle, doe e espere… Inverno é tempo de espera, de tolerância, de observação, de cultuar o silêncio com sabedoria. ‘Ouça com paciência e fale somente para ajudar’”.
Assim, esse é tom do Solstício de Inverno: limpar, liberar, abrir espaço, aguardar…
No Norte é o contrário: é tempo de ir para o mundo celebrar a vida!
Onde quer que você esteja, no Sul ou no Norte, desejo um feliz solstício para você! Feliz Solstício para todos nós!
Gosto muito do seu trabalho, é de grande impacto em minha vida, entendo melhor a vida r as situações
Sinto falta de maior frequência nas postagens, mas sei que deve ter diminuído por um bom motivo
Te apoio e parabenizo pelo lindo trabalho!🌖💚
Muito obrigada pelo comentário, Amanda!
Sim, há boas razões para não estar publicando com a mesma assiduidade… Uma hora dessas, quando as coisas estiverem mais claras e melhor organizadas, eu conto aqui. Basicamente, creio que fechei um ciclo e a forma de trabalhar mudou… ainda não sei bem como vou organizar as publicações no futuro, mas logo as coisas se ajeitam! Muito obrigada pelo apoio e suporte! De coração! 😀 <3
Gosto de artigos que comparam a história da astrologia com o perídio grego