Lua Nova e Eclipse Solar em Leão – Coração Valente ou A glória de ser quem realmente somos

Neste sábado se encerra a segunda temporada de eclipses de 2018, com a Lua Nova e Eclipse Parcial do Sol acontecendo a 18°41 de Leão, às 06h58min no horário de Brasília (10h58min no horário de Lisboa). Tem sido uma temporada bastante intensa, potencializada pela retrogradação de Marte e quadratura deste ao planeta Urano, que também acabou de ficar retrógrado.

Os eclipses são lunações super-potentes e sinalizam necessidade de mudanças naquela área de vida representada pela casa do mapa natal onde acontecem e nos assuntos representados pelos planetas com que fazem aspectos no nosso mapa. Eclipses também indicam finalização de um ciclo e início de outro, por isso, é comum termos que lidar com assuntos do passado, para resolvê-los adequadamente, caso não o tenhamos feito até então.

Esta Lua Nova e eclipse dá início ao ciclo de Leão, um período do ano que nos convida a realçar o nosso brilho, viver nossa singularidade mais intensamente e prestar mais atenção às crianças na nossa vida, sejam as crianças de carne e osso – filhos, sobrinhos, netos, afilhados, filhos de amigos, etc. – seja nossa própria criança interna. Leão também convida a ficar mais atentos ao nosso coração, literal e figurativamente: a cuidar melhor desse órgão que é o centro da nossa vida, já que bombeia o sangue para todo o corpo; e a cuidar também do centro da nossa emotividade, dos nossos sentimentos e afetos. É tempo de entrar em contato com os desejos mais profundos desse coração, de ativar nossa alegria mais genuína e mais inocente, a alegria da criança que confia na vida! E é tempo também de deixarmos aflorar nossa criatividade, nossos talentos, aquilo que nos torna únicos e especiais!

Série Saros Solar 155

Este eclipse pertence à Série Saros Solar 155, uma série bastante jovem, iniciada em 17 de junho de 1928. “Se este eclipse afeta um mapa a pessoa experimentará o colapso repentino de planos ou estilo de vida. Pode reinar a confusão, mas os efeitos de longo prazo são de reconstrução e transformação. Quando a poeira baixa, a reconstrução recomeça e as consequências dessa remodelação terão efeitos de longo alcance. Este eclipse muda a direção de vida de uma pessoa através do colapso abrupto de uma estrutura existente” – isto é o que diz a Dra. Bernadette Brady (3) sobre esta família de eclipses, falando sobre o mapa natal da série, que traz Vênus, Sol e Lua em Gêmeos e uma conjunção Mercúrio-Plutão em Câncer, em quadratura a Urano em Áries – Plutão atualmente faz oposição ao Plutão desta série! Os eclipses desta série ocorrem junto ao Nodo Norte, o que indica que os “eventos” simbolizados representados pelos eclipses, de fato, nos empurram para a nossa evolução!

Eclipse Parcial do Sol em Leão – Brasília, 11 de agosto de 2018, 06h58min.

Já o mapa do eclipse atual traz Sol e Lua conjuntos a Mercúrio, ainda retrógrado, todos na casa 12 no mapa levantado para Brasília, e em quadratura a Júpiter em Escorpião – a quadratura Mercúrio-Júpiter é praticamente exata! Sol e Lua também são focos de um Yod-Dedo de Deus, pois fazem quincôncio a Plutão em Capricórnio e a Netuno em Peixes, que estão em sextil entre si; e existe ainda uma configuração Martelo apontando também para a Lua Nova, configuração nascida da quadratura Saturno-Quíron. Vênus, planeta do amor e dos afetos também está emaranhada numa luta difícil com esses dois, sugerindo dias de autoestima ao rés do chão e muita defensividade, que pode levar a possíveis complicações nas relações.

Tudo isso nos diz que este é um período de muita insegurança e incerteza. Queremos de fato, fazer e deixar nossa luz brilhar, intensamente, exuberantemente, mas este brilho é ofuscado por nossas próprias inseguranças e sentimentos de inadequação. É como se não nos sentíssemos autorizados a expressar nossa alegria e esplendor, pois lá no fundo da alma sentimos pontadas desconfortáveis nos lembrando das máculas, mazelas e moléstias várias, que empesteiam a alma e que hoje são exageradas e potencializadas, qual espelho que aumenta tudo o que reflete.

Essa sensação de inadequação pode nos fazer querer nos esconder e, ao invés de brilharmos no palco central, preferimos ficar nos bastidores e deixar que outros brilhem, porque não nos sentimos merecedores. Também podemos ficar meio paranoicos e suspeitar que todos já nos sabem impostores, ou tentam nos derrubar e tomar o que é nosso por direito… Contudo, não há inimigo lá fora que seja páreo para o inimigo oculto que espreita nas sombras do nosso próprio coração e da nossa mente insegura. E como culminação de todo esse processo torturante, podemos tentar mascarar todas essas dúvidas e inseguranças com atitudes arrogantes, de quem sabe tudo e mais um pouco, de quem se acha mais e melhor e tenta ditar para outros modelos fajutos de uma felicidade e sucesso que só existem na fantasia.

Quando nos damos conta de todo esse enredo vulgar e banal, nós mesmos nos sentimos vulgares e sem graça, opacos e sem vida. Porém, com um pouco de sorte – ao invés de um revés – os planos/estilos de vida, de fato, colapsam, caem por terra, porque assim podemos parar de encenar o drama tosco e ordinário, e dar a grande virada, assumindo nossa autenticidade e brilho original, com todas as nossas deficiências e imperfeições, falhas e desarranjos, mas também com a beleza única que é peculiar a nós, com a graça que só nós temos, com a generosidade, a coragem e a loucura bela que torna o nosso coração selvagem e ao mesmo tempo nobre – esse coração tão valente e tão impetuoso! O teatro dos canastrões precisa realmente desabar, para que o verdadeiro talento possa aflorar e ter seu lugar! Para a cura dessas mazelas possa se dar. Assim, não precisaremos mais ter vergonha da nossa “atuação”, porque ela já não será um faz-de-conta, mas sim a vivência genuína e plena daquilo que somos na essência. E assim, poderemos viver também a partir do amor e da alegria e não da vergonha e do medo. A vida então será de glória, a glória de ser quem realmente somos!

Mas tudo isso também requer muita humildade, para reconhecermos nossas falhas e percebermos que estamos permanentemente em construção, em processo de fazimento, no eterno devir e, exatamente por isso, não podemos permitir que essas falhas e mazelas nos identifiquem, porque um dia somos de um jeito, no outro já estamos diferentes… É preciso humildade também para permitir que a vida opere seu grande milagre sobre nós: gostamos de achar que determinamos e controlamos tudo e não é bem assim… A vida também nos molda, às vezes de forma brutal, às vezes com sutileza, mas é preciso estar abertos para essa grande operação.

Por fim, Leão também é um signo de festa e de alegria e é disso que fala o Símbolo Sabiano do grau 19 (18°41’): “Uma festa numa casa-barco cheia de festeiros, a água reflete suas luzes”. Dane Rudhyar, astrólogo estudioso dos Símbolos Sabianos nos diz que a nota principal deste símbolo é “o gozo de uma temporária liberação dos comportamentos sociais rigidamente estruturados”. Liberação da rigidez social. Uma festa é um momento de prazer e alegria, em que as pessoas se juntam para celebrar algo; é também um momento de lazer, de relaxar e aproveitar a companhia de pessoas que nos são caras e com quem temos afinidades. Mas essa não é uma festa comum, é uma festa numa casa-barco, o que sugere um estilo de vida menos estruturado e severo – veja que um barco não é fixado permanente à margem, ele vai e vem, e isso indica fluidez, adaptação, versatilidade, qualidades que são um pouco difíceis para signos fixos. Então, esta festa, ocorrendo nesse lugar sem estruturas rígidas, vem nos convidar a nos soltar um pouco, a deixar de lado os formalismos dos salões super enfeitados e sofisticados, para nos permitirmos brincar na simplicidade de um ambiente menos rígido.

Linda Hill, outra estudiosa dos símbolos Sabianos, diz que “embora possamos estar numa situação de estrutura e forma definidas, talvez sintamos que algo precisa sair da rotina normal e se infundir com possibilidades menos ortodoxas”. Contudo, ela lembra, uma desvantagem de uma festa num barco é que você não pode simplesmente ir embora na hora que quer, afinal, não se está em terra firme e há limitações para simplesmente sair. Se estamos na companhia de pessoas que gostamos, é confortável se temos que ficar, mas se não estamos realmente nos divertindo, pode ser que nos sintamos presos com pessoas com quem não temos tanta afinidade e com quem preferiríamos não nos relacionar – nesse caso, a festa perde a graça. E quantas vezes nos obrigamos a participar de “festas” que não alegram realmente nosso coração, somente pelo bom tom, para aparecer, ou qualquer outra razão que não faz tanto sentido? Por outro lado, se estamos verdadeiramente na festa, de forma inteira e por todos os motivos “certos”, podemos, sim, relaxar e nos permitir apreciar uma boa música, boa comida e principalmente a companhia daqueles que são importantes para nós. E é claro, uma festa é algo que não dura para sempre: é uma pausa na rotina, na correria, no trabalho, para podermos aproveitar, relaxar e socializar. Mas logo teremos que voltar às nossas tarefas e obrigações, à vida mais estruturada e cheia de compromissos. Porém, se de fato estamos inteiros naquilo que fazemos, não precisamos lamentar quando acaba. Sermos inteiros no trabalho, nas obrigações é libertador, porque quando pararmos para relaxar e brincar, nós o faremos sem culpas ou preocupações e poderemos também nos entregar ao momento de prazer. Disciplina é Liberdade! Assim, é hora de parar um pouco e aliviar a tensão das últimas semanas; é hora de fazer uma pausa e simplesmente relaxar e apreciar a companhia das pessoas, se permitir ter prazer e usufruir da leveza oriunda da quebra da rotina rígida e cansativa. Fazer uma análise do quanto o excesso de estruturação pode acabar se tornando uma prisão e, no momento adequado, relaxar!

Wikipedia – reprodução

De qualquer maneira, ainda temos um eclipse simbolizando mudanças e algumas crises que precisamos assimilar e gerenciar, mas a melhor forma de lidar com isso é cuidando de si e também serenando a mente e o coração. Como diz a frase, “não podemos controlar as situações, só podemos controlar nossa reação e atitude diante delas. Entender e viver isso ajuda a acalmar a ansiedade e serenar a vida e, consequentemente, a viver melhor!

Indivíduos com planetas ou ângulos entre os graus 13 e 23 dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) podem ser mais afetados por este eclipse e talvez vivenciar essa interpretação acima mais intensamente. A última ocorrência de um eclipse no grau 19 (18°41’) de Leão foi em 11/08/1999 e o último evento da Série Saros 155 se deu em 31/07/2000.

O eclipse será visível no norte e leste da Europa, em algumas regiões do norte da América do Norte e algumas regiões da Ásia. Veja no vídeo, tirado de https://www.timeanddate.com/eclipse/solar/2018-august-11

Feliz Lua Nova para você! Feliz Ciclo de Leão!

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

2 thoughts on “Lua Nova e Eclipse Solar em Leão – Coração Valente ou A glória de ser quem realmente somos

  • 11 de agosto de 2018 em 08:23
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    Obrigada por mais esta, Maria Eunice!!! Simplesmente, adore*i ❤

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  • 16 de agosto de 2018 em 18:14
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    Dois eclipses que os Leoninos ganharam de presente. Agora não sei se isso é bom ou ruim. hehehe
    Gostaria de pedir para você comentar a respeito do mapa astral da atriz Hedy Lamarr, e do diretor James Cameron.

    Abração.

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