Eclipse Lunar Parcial em Capricórnio.

O apogeu do ciclo de Câncer, iniciado no Eclipse Total do Sol do dia 2 de julho, ocorre nesta terça, dia 16 de julho, com a Lua Cheia e Eclipse Parcial da Lua em Capricórnio, às 18h39min para Brasília e às 21h39min para Lisboa. Repete o tema de assumir responsabilidade pelos nossos sentimentos, pelo passado e por todas as ações que nos trouxeram até aqui. Fala das estruturas básicas que nos sustentam no mundo: família e sociedade. Entenda melhor o que são eclipses e quais os seus significados.

No vídeo eu faço uma análise geral sobre o eclipse e a Série Saros Lunar à que ele pertence. Abaixo, segue mais algumas informações.

O grau em que a Lua fica cheia é 24°04 de Capricórnio. A Lua está conjunta a Plutão, Nodo Sul/Cauda do Dragão e a Saturno, oposta ao Nodo Norte, Sol e Vênus em Câncer. Para olharmos para o futuro liberados, precisamos confrontar o passado e lidar com ele – enquanto não fazemos isso, ele segue nos assombrando, por isso é importante enfrentarmos os nossos medos. Saturno nos diz: “onde existe o medo, aí está a nossa tarefa”, é aí que devemos fazer o trabalho consciente! A conjunção a Saturno e a Plutão nos obriga a purgar e a depurar esse passado, a fazer uma grande limpeza emocional, a trazer tudo isso à consciência, para podermos finalmente nos liberar de todo o entulho que empesteia a nossa alma.

Este eclipse pertence à Série Saros Lunar 139, iniciada em 09 de dezembro de 1658, No Polo Sul. é uma série bastante jovem que ainda não atingiu a fase dos eclipses totais. Como o eclipse ocorre sempre junto à Cauda do Dragão/Nodo Sul, é uma série que revira e traz o passado de volta à nossa porta. No mapa inicial da série vemos a Lua em Gêmeos conjunta a Plutão (no eclipse atual a Lua também está proximamente conjunta a Plutão), oposta ao sol e Mercúrio em Sagitário; Netuno está conjunto a Quíron em Capricórnio, uma contradição por si só: nossos sonhos foram danificados de forma irremediável! Esta é uma série muito plutônica, que fala de excessos de informações vazias, de racionalizações como fuga da verdade. Vênus está em quadratura a Saturno, assim como no eclipse de hoje e isso traz implicações para os relacionamentos afetivos: nossas inseguranças estão evidentes e autoestima baixa e medo de rejeição podem nos fazer ver ameaças onde não existem, de modo que nos antecipamos e nos fechamos nos nosso casulo, para evitar sermos magoados – com esse comportamento, talvez acabemos por precipitar aquilo de que tanto tínhamos medo! A série fala, pois, do confronto com muitas ilusões, da revelação de algumas verdades, que podem levar a algumas separações. Esta série/eclipse também falam da possibilidade de acidentes aéreos e/ou marítimos.

Os últimos eclipses desta série aconteceram nas seguintes datas: 05/07/2001, a 13° de Capricórnio; 25/06/1983, a 03° de Capricórnio; 13/06/1965, a 22° de Sagitário. A última vez que tivemos um eclipse lunar ocorrendo a 24° de Capricórnio foi em 16/07/200. Todas essas datas podem ser importantes e nos dão pistas das possível manifestações do eclipse na vida pessoal e também no coletivo.

O Símbolo Sabiano do grau 25° de Capricórnio (24°04′) traz a imagem de “Uma loja cheia de tapetes orientais preciosos”. O tom principal desse símbolo é “O uso de processos culturais e artísticos como meios para aumentar o conforto e a apreciação pessoais”, de acordo com Dane Rudhyar (1). Fala da dependência da tradição. Rudhyar, analisando diz que “este nos traz de volta ao aspecto material, ainda que estético, dos benefícios que uma sociedade pode trazer aos seus membros. Um ‘tapete’ sempre implica, em alguma medida, algo sobre o qual uma pessoa se posiciona ou senta. É uma fundação para o “entendimento” cultural e, como tal, pode ter um significado mágico ou sagrado, como no caso dos tapetes de oração. A ‘mulher em um convento’ provavelmente conhece apenas o chão nu, porque seu objetivo é o da transcendência, da renúncia ao conforto e também aos padrões culturais. Mas para a elite social, ou mesmo para o devoto oriental orando a seu deus, a sociedade oferece o conforto relativo de lindos tapetes para que ele possa conhecer o universo, não apenas em termos do apoio que o solo natural dá, mas protegido e firmemente estabelecido nas realizações mentais-espirituais e manuais daqueles que mantêm vivos os símbolos culturais” (1).

Períodos de eclipses costumam trazer crises que nos obrigam a olhar aquilo que estivemos ignorando, mas com o que precisamos lidar. Para lidarmos com tais questões de forma adequada, é preciso termos serenidade e maturidade. Por isso, é importante cuidarmos de nós mesmos da melhor maneira, encontrarmos suporte nos momentos mais complicados. é importante enfrentarmos nossos medos, cuidando para não cair na ansiedade, nos pensamentos obsessivos e/ou compulsivos. é necessário liberar o passado, aprender suas lições, mas não permancer lá, chapinhando no lodo ou bancando o mártir – isso seria um desserviço completo a nós mesmos e à nossa alma! Olhar as estruturas que nos sustentam, agradecer à vida e a quem for necessário por tais estruturas é mandatório, assim como ser honestos e verificar quais dessas estruturas precisam ser desmontadas e destruídas, porque se tornaram ultrapassadas – isso vale para situações concretas, externas e/ou emocionais/internas.

Indivíduos com planetas e ângulos entre os graus de 19 a 29 dos signos cardinais (Áries, Câncer, Libra, Capricórnio) sentem mais intensamente este eclipse e devem, talvez se recolhendo para uma necessária introspecção.

Onde você estiver, eu desejo uma ótima Lua Cheia! Que traga à consicência aquilo que precisamos enfrentar para dar o próximo passo na nossa caminhada pessoal!

(1) Dany Rdhyar – an Astrological Mandala:
http://www.mindfire.ca/An%20Astrological%20Mandala/An%20Astrological%20Mandala%20-%20Capricorn%2016-30.htm