Lua Cheia e Eclipse Lunar em Leão – Explosões à vista!
Desde que me tornei astróloga sempre sigo os eclipses e tento vê-los. Ironicamente, nunca conseguia vê-los. Fosse por não serem visíveis no Brasil, ou, quando visíveis, por não haver visibilidade suficiente devido à chuva ou tempo encoberto ou até mesmo por serem impossíveis de ver da minha janela, num horário que era inconveniente! Até esta madrugada!
Tivemos um eclipse total da Lua durante quase toda a madrugada do dia 21 (horário do Brasil) – aqui em Cuiabá o céu estava limpo e lindo! E – maravilha das maravilhas! – o eclipse ocorreu exatamente em frente à minha janela e eu pude ver “de camarote”! Um grande presente! – ou não!?!?!? Sim, um presente poder assistir a esse espetáculo “mágico” do universo. A dúvida é porque Christine Arens, astróloga americana e uma das maiores estudiosas de eclipses na Astrologia, diz que um eclipse tem “efeitos” mais potentes sobre quem o vê, ou seja, ele “afeta” mais fortemente as áreas (e os indivíduos que moram nelas) onde são visíveis. “Se você vê, você sente”, diz ela. Daí a brincadeira: será que assistir a esse eclipse, assim de bandeja, na janela é mesmo um presente? Depende de muitos fatores. Quem conhece o blog sabe que já escrevi muito sobre os eclipses e sabe que eles podem representar coisas diversas, algumas muito negativas, outras muito positivas, outras variáveis… Depende do eclipse em si, seus aspectos e configurações gerais, assim como da família à qual esse eclipse pertence e dos aspectos que o eclipse faz no mapa individual da pessoa, nação, entidade, etc. E então, esse eclipse seria um presente ou não? Vamos olhar todos esses “dependes”: aspectos, formações, famílias, para termos ideia disso?
NOTA: Quando eu digo “efeitos” não estou dizendo que o eclipse em si cause qualquer coisa ou “faça” as pessoas fazerem o que quer que seja. Não. Na Astrologia dizemos que não há efeito causal, mas simbólico – é a Lei das Correspondências atuando: “o que está em cima é como o que está embaixo, assim na Terra, como no Céu”, então, os eventos celestes, assim como estudados e observados na Astrologia não são causadores de nada (e os astrólogos são culpados desse equívoco, por usarem seus jargões indiscriminadamente), apenas simbolizam um momento em que algo está pronto para vir à luz ou à fruição na vida de um indivíduo, numa sociedade, nação, etc.
O eclipse começou à 00h36min no horário de Brasília (02h36min para Lisboa), atingiu a totalidade às 03h12min (05h12min para Lisboa) e finalizou às 05h48min – BSB. O eclipse teve duração total de cinco horas e 11 minutos, mas a fase de “eclipse total” durou apenas uma hora e um minuto.
Astrologicamente, o eclipse ocorreu no eixo Leão-Aquário, fechando a série de eclipses que vinham acontecendo neste par de signos desde janeiro de 2017. Só teremos eclipses nesses signos novamente daqui a nove anos. Isso porque o eixo nodal se movimenta para trás e fica cerca de 18 meses num par de signos, ativando aquela polaridade por este período, até ingressar no par de signos vizinho. Como os eclipses podem ocorrer a uma distância de até 18 graus dos nodos, muitas vezes ocorrem eclipses nos pares de signos vizinhos alternadamente – entenda melhor a mecânica e o funcionamento dos eclipses. Então, desde janeiro de 2017 vínhamos tendo Leão e Aquário estimulados por eclipses, assim como as casas do mapa natal onde temos estes signos. Neste período, os eclipses simbolizaram finalizações, limpezas, fechamentos de ciclos e inícios de outros. Muitas reflexões e transformações devem ter ocorrido na vida de cada um, nas áreas onde os eclipses se deram. Agora outras áreas de vida passam a ser estimuladas, aquelas onde temos os signos de Câncer e Capricórnio, que é o eixo em que os eclipses passam a ocorrer nos próximos meses.
Este Eclipse e Lua Cheia marca a culminação do ciclo iniciado no dia cinco de janeiro, com o Eclipse Parcial do Sol a 15° de Capricórnio. Aquela Lua Nova deu início a um ciclo de enfrentamentos da realidade, algumas desilusões, trabalho duro e sobrecargas! Agora, a Lua ficando cheia em Leão vem simbolizar o momento de digerir emocionalmente os acontecimentos exteriores recentes e seus impactos práticos na nossa vida, assim como simboliza também uma mudança na percepção individual (Leão) dos acontecimentos recentes no âmbito coletivo (Aquário).
Observamos no mapa do eclipse que a Lua está a 00°51’ de Leão, opondo-se, além do Sol em Aquário, a Mercúrio e a Plutão em Capricórnio – este último recebendo oposição bem ampla. O eclipse ocorre no Nodo Norte/Cabeça do Dragão, já que a Lua está conjunta a este e isto pode indicar que, por mais tensões e dificuldades que o eclipse possa simbolizar, tais tensões levam a ruminações e reflexões que por sua vez podem repercutir em ações e atitudes positivas no mundo exterior, que nos colocam mais perto do nosso destino, ou no nosso caminho evolutivo. No Nodo Norte temos mais clareza do que precisamos deixar para trás, para poder abraçar o que nos ajuda a crescer e evoluir.
O Sol havia entrado em Aquário às 06h59min do dia 20 de janeiro e Sol e Lua estão em quadratura separativa a Urano, no finalzinho de Áries – Urano se preparando para entrar definitivamente em Touro, no dia seis de março! – formando uma T-Square intensa e explosiva! Essa T-Square nos questiona: como nossas percepções pessoais, nossa expressão criativa (Lua em leão), nossos propósitos conscientes, humanitários e grupais (Sol em Aquário) podem mudar a vida do indivíduo no mundo (Urano em Áries)? Estamos vivendo esses propósitos e expressão de forma realmente autêntica? Estamos dispostos a fazer o que for preciso para mudar aquilo que nos limita? O indivíduo é o fermento que faz a massa se mobilizar e mudar as coisas – parece óbvio, mas esquecemos: o coletivo é feito de indivíduos e quanto mais consciência cada indivíduo tem, mais massa crítica “pensante” terá o coletivo. A presença de Urano como foco nessa configuração também sugere que as coisas ficam muito instáveis e imprevisíveis, podendo haver notícias chocantes (quadratura de Mercúrio), surpresas, situações fora de controle pelas próximas semanas – e meses, já que o eclipse tem efeito por cerca de cinco meses e uma semana.
Com a Lua em Leão, culminando o ciclo iniciado em Capricórnio – Lua e Sol estavam enquadrados por Saturno e Plutão – precisamos trazer à luz aquilo que temos de mais especial, de mais criativo e único, para dar uma contribuição que realmente faça diferença e que nos leve a lidar com a realidade que se apresenta sem que ela nos massacre e que ainda venha a nos liberar de restrições e limitações sem sentido e arbitrárias, sejam essas limitações auto-impostas ou externas, sociais, políticas, etc. E no meio disso tudo, não podemos perder a alegria e o espírito da criança aventureira que, apesar do receio, está disposta a tentar novas brincadeiras. No meio do caos, ainda precisamos nos dar as mãos e brincar de roda, ainda precisamos saber nos divertir e manter o humor, porque é isso que vai nos sustentar!
Marte em Áries está em quadratura a Saturno e Plutão em Capricórnio – a quadratura a Saturno sendo bem próxima, de menos de um grau – continuamos a falar de controle e de endurecimento do poder com relação ao indivíduo, com possibilidade de embates e conflitos estre estas duas esferas. Vênus está conjunta a Júpiter em Sagitário, o que traz uma alegria, leveza e diversão, especialmente porque ambos estão em trígono a Marte em Áries na 5 – parece que alguém consegue se divertir nessa bagunça, afinal! Contudo, Vênus e Júpiter também fazem quadratura a Netuno em Peixes e a diversão pode virar uma farra descontrolada com uma baita ressaca depois. Em termos práticos, esse último aspecto pede prudência naquelas “oportunidades” aparentemente únicas, incríveis, que na verdade escondem um grande engodo, uma fraude – um oba-oba mais que furado! Netuno, aliás, está na casa 4 do mapa levantado para Brasília, enquanto Vênus-Netuno estão na casa 1, lindos e faceiros – acho que o povo vai ser passado para trás – DE NOVO! – dentro de casa, na cara dura mesmo, e ainda com aquela conversinha de “é para o bem de vocês, olha como estamos cuidando dos seus interesses”! Vale lembrar que Netuno ainda está fazendo oposição ao Sol do Brasil e no momento a oposição está a menos de um grau, então temos formada uma T-Square com essa conjunção Vênus-Júpiter de foco! É como se fosse uma repetição do 7 a 1, só que agora é tudo gol contra! Uma lambança que dá até dó! Essa “festa” de Vênus-Júpiter-Netuno é um jogo de cena muito bem planejado, para esconder o que acontece nas finanças (Saturno e Plutão na 2 – Plutão recebendo oposição da Lua na 8).
A Série Saros Lunar 134, à qual pertence este eclipse, iniciou-se em 1° de abril de 1550, no eixo Áries-Libra. Vênus, regente da Lua Cheia Libriana, está em em Gêmeos, em quadratura a Marte em Peixes, regente do Sol Ariano. Vênus ainda faz quadratura fora de signo a Plutão no fim de Aquário e trígono a Saturno, no início do mesmo signo. Como se não bastasse toda essa ênfase em Áries-Libra e Vênus-Marte, o Sol está no Ponto Médio entre esses dois amantes. Esta é uma série que fala de relacionamentos, essencialmente. Fala dos dilemas cabeça-coração, amor e vontade e também da possibilidade de encontros e uniões, paixões fulminantes, mas não necessariamente estáveis ou duradouras – Urano também está em Libra, conjunto ao Nodo Norte e nos diz que a necessidade de nos relacionar não pode ser a desculpa a nos impedir de buscar nossa autonomia. Há possibilidades de conflitos nas relações e ainda, de rupturas. É uma série muito volátil, intempestiva e de efeitos imprevisíveis, já que Urano está destacado como foco de uma configuração Dedo de Deus/Yod. Considerando-se que Urano também está em destaque no mapa do eclipse atual, podemos esperar muitas surpresas e choques nas próximas semanas!
Se este eclipse faz aspectos aos ângulos ou planetas pessoais no mapa natal, há grandes possibilidades de revoluções na vida afetiva: uniões ou rupturas, instabilidade, conflitos masculino-feminino, conflitos de vontades. Qualquer que seja o cenário, o desfecho nos leva para o crescimento e nos empurra – chorando ou sorrindo – para a evolução. E pode propiciar ainda uma integração do masculino e feminino e uma conciliação entre nossas próprias partes conflitantes, quando estamos dispostos a enfrentar esses conflitos internos. Pode também haver surpresas e reviravoltas inesperadas nas relações.
No mapa do Brasil esse eclipse estressa a oposição Marte-Saturno do mapa da Independência, o que pode indicar conflitos violentos, força policial nas ruas de forma mais ostensiva, controle ainda maior da imprensa e cerceamento da liberdade de expressão, já que Marte-Saturno estão no eixo das casas 3 e 9, que têm a ver com comunicação e educação. A Série Saros 134 também desafia bastante o mapa do Brasil, pois os Saturnos dos dois mapas estão em quadratura, além de o Saturno da SS 134 também fazer quadratura ao Marte do Brasil – mais tensão e controle! Isso para fazer uma análise bem ligeira e superficial!
O mapa do Sr. Presidente da República também é bastante afetado por este eclipse e pela Série Saros 134. Ambos colocam muita pressão e trazem à tona muitas fraquezas e vulnerabilidades do Sr. Presidente. Toda essa exposição trará muitas cobranças e sobrecarga – como ele vai sair dessa, não sei! Mas com Netuno na casa 4 do mapa do eclipse, o povo ainda está propenso ao “me engana que eu gosto”. É interessante notar que o Sr. Presidente tem a mesma oposição Marte-Saturno do mapa do Brasil, mas trocada. O Brasil tem Marte em Escorpião em oposição a Saturno em Touro. O presidente tem Marte em Touro em oposição a Saturno em Escorpião – daí ele ser visto como a resposta para os problemas de segurança, aumentando o armamento da população. Embora esses planetas – do mapa do Brasil e do mapa do Presidente – não estejam tecnicamente em oposição, ainda podemos considerar a oposição por signo e daqui a pouco Urano em Touro estará mexendo muito com esse par, desestruturando e desestabilizando o que já é/está instável e desestruturado! No caso do Brasil, isso começa já agora em 2019, com Urano se opondo a Marte. No caso do Sr. Presidente, ainda leva uns três anos para ocorrerem os aspectos mais importantes, mas Urano já mexe com Quíron (fraquezas), trânsito enfatizado pelo eclipse – não que não haja outras coisas acontecendo no mapa antes disso…
Voltando à vaca fria, quer dizer, ao eclipse em Leão: o eclipse durou no total cinco horas e onze minutos e seus efeitos durarão então cinco meses e uma semana, aproximadamente. O período mais intenso são as semanas antes e depois do eclipse. Depois, esses efeitos irão arrefecendo, já a partir da próxima Lua Cheia e a cada lunação, irão diminuindo seu vigor.
Pessoas com planetas ou ângulos entre os graus 25 dos signos Cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) e grau 5 dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) sentem mais fortemente os “efeitos” deste eclipse e podem ter suas vidas “revolucionadas” ou temporariamente desestabilizadas. É importante se perguntar o que precisa ser deixado para trás, e isso tem muito a ver com a tendência a abrir mão da própria individualidade e expressão pessoal, em função da necessidade de ser aceito pelo grupo ou pelos pares – isso leva à sensação de automutilação. Leão-Aquário têm a ver com o coração e o sistema nervoso, portanto, essas pessoas também precisam ficar atentas quanto à saúde do coração e do sistema circulatório/nervoso.
A última vez que ocorreu um eclipse da Série Saros Lunar 134 foi em nove de janeiro de 2001, a 19° de Capricórnio. O último eclipse ocorrido no grau 0° de Leão foi em 21 de janeiro do ano 2000. Recentemente também tivemos uma Lua Nova acontecendo no grau Zero de Leão, exatamente em 22 de julho de 2017 – é possível que este eclipse provoque reminiscências dessas épocas. Verifique o que se passava na sua vida nesses três períodos e terá boas pistas de como esse eclipse poderá se manifestar na sua vida. Os temas estão relacionados.
O Símbolo Sabiano do grau Zero de Leão (tecnicamente, grau 1) traz uma imagem bem interessante: “O sangue se precipita à cabeça de um homem, à medida em que suas energias vitais são mobilizadas sob o impulso da ambição”. Tema central do símbolo: “Uma irrupção de energias bio-psíquicas no campo de consciência controlado pelo ego”. Dane Rudhyar analisa este símbolo lembrando que o eixo Leão-Aquário fala das energias se intercambiando entre o coração (Leão) e a mente racional (Aquário). O símbolo vem falar de um processo de “mentalização”, que pode ser perigoso, pois a imagem que o símbolo traz é de uma apoplexia, um AVC, ou derrame. Como se o coração, ignorado em seus anseios, “invadisse”, irrompesse as faculdades mentais e as assolasse… (Fico pensando quem pode ser esse!”homem ambicioso” e apoplético…) “Em um sentido geral a palavra chave para este primeiro grau do signo Leão poderia ser CONFLAGRAÇÃO. As energias dos impulsos biológicos à medida que elas vão, mais ou menos vigorosamente, para o campo da consciência”, diz Rudhyar. Aqui é necessário equilibrar o Fogo Solar, o impulso do coração, corajoso e selvagem, com a esfera mental, com a mente consciente. Da mesma forma que devemos equilibrar o impulso de nos expressarmos criativamente no mundo, com a necessidade de sermos aceitos e reconhecidos neste mundo, pelo grupo ou pelo coletivo. Se enfatizamos um em detrimento do outro, podemos ter problemas – uma apoplexia/AVC ou um ataque cardíaco, literal ou figurativamente. O Fogo Solar é essencial à criatividade e à sua expressão, contudo, quando exagerado, pode ser destrutivo. “O Sol pode destruir e também vivificar. Sem o seu par simbólico, a água, produz desertos na terra”. Igualmente, se se enfatiza o poder mental exageradamente, a vida fica estéril e fria.
Pelos próximos meses precisaremos estar atentos à forma como expressamos este “Fogo Solar”, especialmente naquela área de vida representada pela casa em que o eclipse ocorre no seu mapa! Nós aquecemos, vivificamos, geramos energia? Ou levamos – a nós mesmos e aos outros – à combustão?
E então, será que este eclipse – e a Série Saros 134 – podem ser considerados “presentes”? Não importa! Nós é que precisamos ESTAR PRESENTES, em nós, na vida, no mundo, por inteiro. Tudo é presente, depende de como resolvemos encarar os desafios. Os tempos de bonança são doces, mas é com os desafios que florescemos! Sendo Leão o signo da criança interior, também é saudável perguntar à nossa criança do que ela está precisando para se divertir e ser mais feliz, que presentes ela precisa, que presentes podemos ofertar a essa criança e à própria vida!
Desejo muitas iluminações, insights e revoluções positivas para todas as “crianças” que me lêem!
Feliz ciclo!
amei sua análise desse momento!Parabéns!!!
Obrigada por ter publicado sua percepção fruto de seus estudos, sabedoria e sensibilidade. Somatizou bastante com a vivência que tive na madrugada do eclipse.
O final, no qual você falou sobre as crianças, foi muito interessante, pois eu não sabia que Leão é o signo da criança interior. Como fazer para acessar e presentear esta minha criança?
meu estou lendo e penso se esse evento astrologico não tem algo a ver com a insônia que venho tendo desde mais ou menos o dia 06/01… nunca fui uma pessoa com dificuldade para dormir mas esses dias estao dificeis…. tenho marte aos 15 graus de leao, na casa 10 e venho tendo muita insonia, muita preocupação e nervosismo sem explicação… eu só sinto as reações fisiológicas do nervosismo e como isso me dá nervoso!!!!
Obrigada! Li chorando, foi tudo ficando um pouco mais claro… O caminho da evolução tem sido muito longo e árduo, preciso de mais leveza e de brincadeiras. Muito obrigada!