2019 – O Ano do Absurdo

Este artigo é o segundo de uma trilogia sobre a astrologia dos próximos dois anos. O primeiro artigo foi A Grande Mutação e o terceiro sai na semana que vem – surpresa!

Fig. 1 – Áries, o Carneiro – Guido Bonatti – Liber Astronomiae – Reprodução da Wikimedia

O ano astrológico de 2019 começou no dia 20 de março, com a ingressão do Sol no signo de Áries. Até então ainda estávamos vivendo sob os auspícios de Júpiter e do ciclo de 2018. O que dizer deste ano? Temos visto que a tensão veio aumentando nos últimos anos, especialmente desde 2014 e os três primeiros meses de 2019 também já se mostraram explosivos! É como se 2019 estivesse preparando o cenário para o grande desfecho em 2020/21, por isso eu digo que 2019 é um ano que “não acaba”, porque é um ensaio para 2020 e nele emenda. Mas vamos analisar o ano de modo geral e ver a que conclusões chegamos. Vou utilizar as seguintes técnicas, separadamente: regência do ano; ingressões e configurações dos planetas lentos; mapa de ingressão do Sol em Áries com o respectivo mapa astrocartográfico; retrogradações e eclipses.

2019 é regido por Marte, o Deus da Guerra… e do calor!

Em 2017 começamos um novo ciclo de 36 anos, regido por Saturno, que implica mais austeridade como pano de fundo desses 36 anos – até 2052. Dentro deste ciclo de 36 anos temos os ciclos anuais e cada ano é regido por um planeta diferente. O primeiro ano do Grande Ciclo é comandado pelo regente do ciclo, neste caso, Saturno. A ordem da regência dos anos seguintes é estabelecida pela velocidade, começando do mais lento até chegar no mais rápido: Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua. Assim, 2017 foi regido por Saturno, 2018 por Júpiter e agora, 2019, por Marte.

Marte é um planeta pessoal. É individualista e responsável pela realização dos propósitos do Sol. É o planeta da vontade, assertividade e autoafirmação. E é também da agressividade e da raiva e, consequentemente, da guerra. Anos regidos por Marte tendem a ser conflituosos, os indivíduos, grupos e nações dispostos a muita briga para avançar nas empreitadas. Isso porque Marte também é planeta de iniciativa e ação, que não costuma pedir licença, indo direto ao objetivo, sem se importar com quem está dos lados. Se esta ação é bloqueada ou desafiada por algum motivo (Saturno, Quíron, Plutão, Netuno…), a tendência é haver impaciência e frustração. Então é ano de ação e dinamismo, ação que pode ser intempestiva, impulsiva, estratégica ou desastrosa, dependendo das interações que esse Marte vai fazendo ao longo do ano. Esses períodos de ação são intercalados com os períodos de frustração, quando Marte faz contato com os planetas pesados mencionados acima.

As qualidades Primitivas de Marte são Quente e Seco, por isso, anos regidos por Marte costumam ser mais áridos, assim como o planeta: aumento no calor e diminuição da umidade, deixando o cenário propenso ao aumento de incêndios e queimadas. Resumindo, temos um ano de mais calor, mais ação e mais conflito. Lembre-se de 2015, que também foi regido por Marte e se quiser uma análise mais elaborada da regência anual deste planeta, leia a primeira parte do artigo sobre 2015 (1).

Ingressões dos Planetas Lentos

Quíron em Áries (2)

Quíron ingressou em Áries em 2018, em 17 de abril, onde ficou até 26 de setembro, quando retornou para um último mergulho em Peixes. Parecia um aperitivo. Agora Quíron ingressou definitivamente no signo regido por Marte, no dia 18 de fevereiro. Por ter uma órbita excêntrica, Quíron, assim como Plutão, não tem uma regularidade de trânsito através dos signos, quer dizer, o número de anos que ele transita em cada signo varia, ficando cerca de oito anos em Áries e Peixes e apenas dois em Virgem e Libra, seu ciclo completo sendo de 50 anos e alguns meses. Quíron está associado ao arquétipo do outsider, daquele que não se ajusta nem se encaixa e também com os temas de doença e cura. Seus trânsitos enfatizam essas questões: cura, medicina – especialmente holística – saúde, deficiências físicas, ritos de passagem, etc. Em Áries duvidamos do direito à vida, podemos ter dificuldade de nos afirmarmos, de brigarmos pelo que queremos. O senso de individualidade pode estar comprometido… Podemos ter dificuldade de iniciativa, para resumir muito e grosseiramente.

Por ser um corpo celeste recém descoberto, ainda não completou seu próprio ciclo, ou seja, ainda não completou 50 anos desde a sua descoberta e, por ser novo na astronomia e astrologia, há menos pesquisas a respeito do que pode significar em termos mundanos. Mas, de novo olhamos para a história, verificando essas áreas específicas representadas por Quíron: doenças, saúde, cura, o tema do outsider/forasteiro ou proscrito – atenção com o tema da imigração, atualmente bem complicado! As últimas vezes que Quíron esteve em Áries foi de junho de 1868 a fevereiro de 1878; de janeiro de 1919 a março de 1927; de abril de 1968 a março de 1977. Quem nasceu entre 1968 e 1977 estará vivendo o Retorno de Quíron nos próximos anos – um tempo de cura e de re-significar mágoas e sofrimentos. O Brasil também estará vivendo um Retorno de Quíron nos próximos anos (2020/2021), já que no Mapa da Independência tem Quíron a 9° de Áries. Quíron ingressa em Touro em julho de 2026. (2)

Urano em Touro (2)

Urano é outro que no ano passado deu amostra do seu trânsito por Touro, ficando neste signo de quinze de maio a seis de novembro e ainda voltando a Áries por alguns meses. Ingressou definitivamente em Touro agora no dia seis de março, onde permanece até 2026. Touro é o signo das grandes riquezas, dos recursos financeiros e materiais. Touro tem a ver com os bancos, a produção e fornecimento de alimentos (alô agronegócio!) – é um signo de fertilidade –  as empreiteiras e empresas da construção civil… E este é um signo que também fala dos valores imateriais. Com Urano transitando por este signo, podemos esperar mudanças radicais em todos esses âmbitos. Sue Tompkins, astróloga inglesa, diz sobre este trânsito: “períodos de Urano em Touro são caracterizados por mudanças econômicas consideráveis e grandes alterações nos valores das pessoas” (3). Se temos nos voltado para valores muito materialistas, é provável que isso se modifique. É tempo de questionar o que nos traz segurança real e pode ser que não seja o dinheiro e nem as posses materiais – talvez este trânsito represente um período de maior desprendimento quanto a isso.

Como Urano é um planeta que representa mudanças radicais e repentinas, isso pode trazer muita ansiedade e insegurança, mas é virtualmente impossível dizer como esse trânsito vai se manifestar, porque Urano é o mais imprevisível dos planetas. Um truísmo na astrologia diz: “com Urano, espere o inesperado”, que parece uma contradição em si mesmo, mas que quer dizer apenas que qualquer coisa pode acontecer. Portanto, as economias serão chacoalhadas, muitas grandes corporações podem quebrar, outras empresas hoje pequenas podem crescer e se destacar consideravelmente; negócios hoje estáveis e seguros podem sofrer revezes… E o Bitcoin? Só Deus sabe se vai se fixar e se consolidar como moeda, se vai se popularizar ou se vai se revelar um engano; haverá mudanças na forma como lidamos com o dinheiro em espécie – pode ser que adotemos de vez os cartões ou, devido à insegurança, volte-se a usar mais o dinheiro em espécie. Pode haver uma revolução na agricultura e na forma como cuidamos da Terra – para melhor ou pior, não se sabe… Trânsitos de Urano são sempre uma grande incógnita! No mapa do Brasil (Independência), Urano estará trafegando a casa 3, a casa do comércio, das comunicações, transportes (e estradas, ferrovias, tráfego aéreo), educação, meios de comunicação e mídia em geral, televisão, serviços postais (a conversa de privatização dos correios volta à baila), liberdade de expressão e de imprensa. Muitas revoluções poderão acontecer nessas áreas. Os últimos trânsitos de Urano por Touro ocorreram de julho de 1850 a junho de 1858; de junho de 1934 a maio de 1942 – nesse último período a recuperação da Grande Depressão de 1929 foi “trolada” pela Segunda guerra Mundial. O leitor é convidado a pesquisar esses períodos para ter noção do que pode significar esse trânsito. Indivíduos que nasceram neste período – de 1934 a 1942 – estarão vivendo um retorno de Urano, que ocorre por volta dos 84 anos de idade. Urano fica em Touro até abril de 2026.

Quer saber que áreas do seu mapa Urano está ativando? quais aspectos ele faz? O que isso significa na sua vida? Entre em contato e agende uma consulta: psicologica.astrologia@gmail.com

Configurações 

Morte, decomposição e regeneração – Saturno e Plutão em Capricórnio

Saturno e Plutão, dois planetas associados a poder, controle, resistência, forças sombrias, morte, estão fazendo conjunção em Capricórnio, encerrando um ciclo comum de 38 anos – a última vez que se encontraram foi em Libra, em 1982. Os ciclos de Saturno-Plutão referem-se à transformação das estruturas socioeconômicas (4), portanto, essa conjunção, que fica ativa durante todo o ano de 2019 e 2020 (conjunção partil somente em 2020), representa a demolição de estruturas mortas e ultrapassadas, especialmente estruturas de poder econômico, político e social. Esta conjunção, na verdade faz parte de um megaciclo muito maior, pois envolve também o planeta Júpiter e pode significar, metaforica e literalmente, um grande terremoto ou uma implosão que derruba tudo, numa sucessão de eventos diversos, em efeito dominó, até não restar pedra sobre pedra… Ficam somente os escombros! Depois do terremoto, limpa-se o terreno de todos os detritos da destruição e então se olha para o futuro para planejar a reconstrução. Quanto tempo leva até que a reconstrução tome lugar? Não se sabe, mas a fase da demolição costuma ser altamente crítica e desafiadora! Entretanto, Saturno-Plutão são dois planetas de poder e controle e juntos também podem representar um endurecimento do poder estrutural e governamental, um aumento no conservadorismo e governos de ultradireita. Então, temos uma conjunção de três planetas lentos ocorrendo em Capricórnio, finalizando um ciclo que foi iniciado no ano de 1.147. Eu já escrevi sobre essa tripla conjunção no artigo A Grande Mutação, sobre 2020 (5).

Júpiter e Netuno – Quem Engana Quem?

Júpiter atualmente trafega signo da sua dignidade, Sagitário, signo das amplidões, dos espaços abertos, pradarias, da natureza selvagem, da sabedoria, signo filosófico e explorador de fronteiras desconhecidas. Está em casa, no Monte Olimpo – poderoso e festeiro. Porém – sempre tem um porém, né não? – durante essa estadia de Dignitário, nem tudo é benéfico ou benevolente… Ao longo de quase todo o seu trânsito por Sagitário, Júpiter fica em orbe de quadratura a Netuno em Peixes (do início de dezembro de 2018 a até o início de novembro de 2019) e é interessante lembrar que Peixes tradicionalmente é regido por Júpiter. Além de reger a abundância, a boa sorte, o desafio aos limites e às fronteiras, a busca incessante de sentido, Júpiter também tem a ver com os exageros e excessos, com a falta de limites e de proporção, a hipocrisia, os fanatismos, o otimismo sem fundamento, a busca de crescimento de forma irresponsável e inconsequente.

Por sua vez, Netuno, Deus dos Oceanos, é um planeta que derruba barreiras, aumenta a sensibilidade e a sensitividade, amplifica a imaginação e a criatividade e, por isso mesmo, rege a música e também tem a ver com as artes em geral. Representa a busca pela Totalidade e a conexão com a Unidade, ‘não é deste mundo’, por assim dizer e por isso, representa a percepção extra-sensorial, a percepção de outros mundos e realidades, para além dessa experiência da encarnação terrena. Negativamente, fala de escapismos e fuga da realidade, fantasias, engodos, idealismo exagerado a respeito de situações ou pessoas, ilusões (inclusive rege o ilusionismo, os mágicos, e a indústria do cinema), fraudes e situações nebulosas. Juntos, Júpiter e Netuno têm em comum a ingenuidade e credulidade, a dificuldade em lidar com a realidade e seus limites. Então, imagine o que acontece quando os dois estão em conflito… Positivamente, os ciclos desses dois planetas têm a ver com “a relação dos ideais com as expectativas da sociedade” (6).

O ciclo de Júpiter-Netuno dura cerca de 12,8 anos e esta é uma quadratura minguante, de um ciclo que começou em 2009 (27/05, 10/07 e 21/12) em Aquário. A quadratura minguante implica um questionamento a respeito dos ideais e de como eles foram vivenciados e manifestados no ciclo: nossas expectativas foram alcançadas, superadas, ou simplesmente foram frustradas? E o que resta de tudo isso, dá para salvar alguma coisa ou vai tudo para a lixeira? O próximo ciclo começa em 12/04/2022, em Peixes. Júpiter e Netuno passam 11 meses em quadratura e os dois são regentes de Peixes – os dois regentes de Peixes em conflito parecem estar “brigando” até para saber quem manda mais nessas ‘grandes águas’. Os dois estão igualmente fortes, visto que Júpiter está num signo da sua regência e Netuno também… Contudo, Netuno, por ser planeta exterior e mais pesado, tem mais força, hierarquicamente falando. O resultado disso é que temos um ano muito nebuloso, em que precisamos nos dar bastante tempo para julgar adequadamente cada decisão, especialmente as decisões financeiras e relacionadas à esfera material.

Karen Hamaker-Zondag, astróloga holandesa, diz dessa quadratura no mapa natal: “corremos o risco de nos tornar sonhadores não práticos, visionários sem contato com a realidade, acalentando sonhos infactíveis, ilusórios e caóticos (…) Decisões podem ser baseadas em fatos imaginários que não estão de acordo com a realidade externa e, possivelmente, nem de acordo com a nossa realidade pessoal, se é que não são mesmo baseadas em impulsos emocionais trans-pessoais de Netuno. O perigo de deixar as coisas à deriva está sempre presente”, assim como “o perigo de perder de vista a realidade nua e crua e de imaginar que tudo na vida está destinado a ser adorável” (7).

O efeito dessa quadratura sobre 2019 é que temos um ano de absurdos, de coisas e situações que parecem irreais e surreais, de muita impraticabilidade, de idealismos cegos e planos fantasiosos que nunca saem do papel, de situações caóticas e nebulosas diversas nos âmbitos da justiça e das leis – olha a Reforma da Previdência! – e das religiões e espiritualidade, temas pertinentes a Júpiter, Netuno, Sagitário e Peixes. Esse aspecto também tem muito a ver com demagogos, assim, é um ano de muita demagogia e populismos no cenário político e religioso e o coletivo, por sua vez, ou está sedento por acreditar em qualquer coisa, feito ovelhas seguindo o lobo em pele de cordeiro ou se encontra apático e anestesiado, desacreditado de tudo. No caso do Brasil, isso fica mais evidente, porque no mapa da Independência Netuno trafega a casa 1 (a própria nação) e Júpiter trafega a 10 (o governo/governantes), sugerindo um grande circo em que o ilusionista (o governo) engana a plateia com maestria (o povo).

Em termos de crescimento e expansão material, é um ano que pode ser bastante enganoso, com algumas oportunidades reais, verdadeiras preciosidades, misturadas e perdidas em meio a lances duvidosos ou decididamente fraudulentos que só levam a decepções e perdas – é como garimpar uma joia genuína no meio de bijuterias vistosas que, embora encantadoras e bilhantes, ainda são apenas bijuterias, joias falsas. Devido a isso, é importante estarmos atentos a essas “oportunidades de ouro” que nada mais são do que armadilhas, seja no plano material (investimentos, apostas arriscadas, planos de expansão pessoal ou empresarial, produtos mirabolantes, esquemas de pirâmides, etc. – especialmente se essa configuração cair no mapa natal entre as casas 2, 5, 8 e 11), seja no sentido profissional (propostas de mudança de emprego que não têm garantia, promoções em que aumenta o trabalho e os ganhos não compensam – configuração caindo nas casas 1, e 10 ou 7 e 10)  ou mesmo intelectual ou espiritual: cursos, formações e vivências “milagrosos” que resolvem todos os seus problemas em um fim de semana ou ainda gurus tidos como santos e impecáveis, que na verdade têm os pés de barro como todo mundo (configuração envolvendo as casas 3, 6, 9 e 12).  É possível, inclusive, que novos escãndalos envolvendo lideranças espirituais e religiosas venham à tona, os “gurus” deixando seus seguidores à deriva, desapontados.

Quem se deixar levar pelas promessas fantasiosas e vazias – porém infladas – de Júpiter-Netuno, poderá sofrer grandes choques de realidade quando Júpiter entrar em Capricórnio a partir de dezembro/2019, particularmente quando se juntar a Saturno e Plutão. Portanto, muita atenção sobre onde você aposta as suas fichas ou até mesmo se você deveria sequer fazer qualquer aposta, para começo de história! Júpiter faz quadraturas a Netuno em 13/01, 16/06 e 21/09. Além disso, cada vez que um planeta mais rápido (Mercúrio, Vênus, Marte e os Luminares) passarem pelos signos mutáveis (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes), essa quadratura e seus temas ficam mais enfatizados e essas falsas promessas multiplicadas, reluzentes e sedutoras.

Nesse cenário, Saturno e Plutão em Capricórnio podem nos trazer para a realidade e nos confrontar com o aqui e agora e talvez, com um certo temor, pensemos duas ou três vezes antes de nos jogar nos braços do caos. Por outro lado, essas duas configurações colorem muito o ano à frente (Júpiter-Netuno e Saturno-Plutão) e, enquanto uma nos faz ver fadas onde não existem, outra também pode nos mostrar um cenário mais sombrio do que de fato é e isso pode revelar uma oscilação nas nossas motivações e no nosso espírito, por isso é importante manter um certo distanciamento em momentos de euforia ou de pessimismo extremo – nem um nem outro são bons conselheiros.

E no seu mapa natal, em que casas essa configuração acontece? Que problemas ela pode significar? Como você pode se prevenir para evitar tais dificuldades? Agende uma consulta: psicologica.astrologia@gmail.com

Abaixo outros aspectos formados entre os planetas lentos ao longo de 2019, seus significados e datas dos aspectos: 

– Júpiter em semi-sextil a Saturno – Realização das expectativas das sociedades (9) – em 14/06 e 19/08. Aspecto balsâmico que marca a fase final do ciclo iniciado em maio de 2000 e que implica o momento de uma compreensão mais profunda e filosófica de tudo o que se desdobrou e se manifestou no ciclo que finda.

– Júpiter em sesqui-quadratura a Urano – Mudanças intelectuais, avanços na ciência e tecnologia – em 09/01, 06/06 e 14/10.  Fase disseminadora do ciclo iniciado entre 2010 e 2011, em Peixes e que tem a ver diretamente com a “popularização” e massificação dos celulares, smartphones, redes sociais, etc.

– Júpiter em trígono a Urano – esse aspecto ocorre em 15 de dezembro, quando Júpiter já estiver em Capricórnio. Pode haver um novo “boom” na tecnologia, algum tipo de “celebração” de todos os avanços recentes.

– Júpiter em semi-Sextil a Plutão – Transformação das expectativas sociais (8) – em 07/03, 09/05, 17/10. Outro aspecto balsâmico que sinaliza o fim do ciclo iniciado em 11/12/2007. Também implica uma reflexão profunda sobre o quanto transformamos nossas crenças e expectativas nesses últimos onze anos e meio.

– Saturno em sextil minguante a Netuno, em 31/01, 16/06, 09/11. O ciclo de Saturno—Netuno tem a ver com a manifestação dos ideais das massas, ou seja, com a transformação de sonhos em realidade, em nível macro, social, coletivo. André Barbault associou este ciclo ao socialismo e ao comunismo. Este ciclo atual começou num período bastante emblemático da história recente: 1989. Simbolizou, entre outras coisas, a dissolução da União soviética, a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, etc., e a posterior idealização de um novo capítulo da história no Ocidente. Agora, ainda tentamos reciclar alguns potenciais do ciclo, verificando se há algo que possa ser feito com o que restou daqueles ideais sonhados em 1989. Aspectos entre estes planetas sugerem que as figuras de poder e autoridade (Saturno) são percebidas como fracas (Netuno), seja moral ou fisicamente. Mesmo sendo um aspecto considerado “harmônico”, há tendência a inquietações nas massas e possibilidades de epidemias. Se quiser entender melhor este ciclo leia este artigo sobre o ciclo de Saturno-Netuno que escrevi em 2016, por ocasião da quadratura entre eles. Um novo ciclo de Saturno-Netuno começa em 2026, em Áries.

– Urano em sesqui-quadratura a Netuno, em 02/05. Este é o último aspecto de uma sequência de cinco, que começou ainda em 2017. Este ciclo tem a ver com o surgimento de utopias e de idealismos. Ao contrário de todos os aspectos relacionados acima, este dá início à fase semi-crescente do ciclo atual entre Urano e Netuno – ciclo de 172 anos – iniciado em 1993, entre os graus 18 e 19 de Capricórnio – por onde Saturno está passando ao longo de 2019, fazendo conjunção a essa configuração no mapa natal de quem nasceu entre 1992 e 1994. As novas ideias, plantadas lá em 1993 começam a brotar e enfrentam os primeiros desafios à sua factibilidade.

Todos esses desdobramentos de ciclos têm relação direta com as coisas iniciadas lá no começo do ciclo em questão. O leitor mais curioso é convidado a pesquisar o que acontecia no Brasil e no mundo nos períodos em que todos esses ciclos estavam principiando.

Júpiter em Capricórnio

Júpiter passa a maior parte do ano ainda em Sagitário, signo de sua regência e sobre isso já falamos acima. Ingressa em Capricórnio no dia dois de dezembro, aterrissando nos desertos pedregosos de Saturno, o que deverá ser – como já disse acima – um grande choque de realidade depois de termos ficado o ano todo na pirotecnia enganosa e espalhafatosa de Júpiter-Netuno. Em Capricórnio Júpiter cresce e se expande de maneira mais responsável e consequente. Tudo é planejado e não existe esse negócio de pular sem ter uma boa rede de sustentação embaixo. E se em 2019 os critérios estavam frouxos e duvidosos, agora há um grande senso de responsabilidade e dever – chega de oba-oba! O otimismo ingênuo de certos grupos e camadas agora dá lugar a um certo pessimismo e a muita cautela quanto à economia, ao crescimento e às questões religiosas. Como Júpiter vai fazer conjunção a Plutão três vezes em 2020, seu trânsito estará colorido por esse aspecto também.

Mapa de Ingressão – O Rei está mortalmente ferido e o reino também!

Fig. 12 – Ingressão do Sol em Áries – Brasília, 20 de março de 2019, 18h58min.

O Sol ingressou em Áries no dia 20 de março, às 18h58min no horário de Brasília. Além do Equinócio de Outono no Hemisfério Sul (Primavera no Hemisfério Norte), esta ingressão marca o Ano Novo Astrológico e as condições dos planetas no mapa de ingressão indicam como vai ser este ano. Esta ingressão ganha energia extra porque algumas horas depois a Lua atingiu o ápice do seu ciclo, ficando cheia a zero de Libra, opondo-se ao Sol no grau zero de Áries, às 22h42min, também no dia 20.

No mapa levantado para Brasília, o Sol está na casa 6, conjunto a Quíron, separando-se da quadratura a Júpiter (ampla) e recebendo a oposição fora de signo da Lua em Virgem, formando uma T-Square ampla, mas bem espinhosa. Primeiro, Sol-Quíron nos fala que há uma ferida no senso de propósito, na vitalidade, na própria identidade, que é vista ou sentida como frágil, doente, quebrada, defeituosa. Como estamos falando de um mapa mundano/mundial, isso se refere ao chefe de estado do país em questão, pois o Sol é o poder máximo na nação, ou seja, o presidente enfrentando muitos problemas, seja de saúde, seja de cunho moral. No caso do Brasil, que o sol cai na casa 6, isso se aplica também aos servidores públicos, a toda a classe trabalhadora em geral e suas instituições de classes, como os sindicatos. E ainda tem a ver com a saúde do povo e com o próprio sistema de saúde pública. Essa conjunção Sol-Quíron indica, portanto, que todos esses grupos se encontram em sofrimento, fragilizados e inseguros. Muito disso ocorre em consequência de leis injustas que vão contra os interesses desses grupos (Sol – Júpiter) e que já foram votadas no passado recente (quadratura separativa). Como as posições nos signos e os aspectos são mundanos, aplicam-se ao mundo, Sol-Quíron não se refere apenas ao chefe de estado do Brasil, mas implica uma dor e uma fragilidade profunda no arquétipo do pai e do líder – o ser humano se sentindo muito desamparado e sem lideranças confiáveis que lhe inspirem. O próprio indivíduo se sente ferido mortalmente no seu sentido de propósito. Então, é uma profunda crise de identidade e de propósito pela qual passa o terráqueo, o ser humano na Terra. O momento de culminação dessa dor, em que a promessa se cumpre, é dezembro, quando o Sol desse mapa progride para a conjunção exata com Quíron. Em dezembro também tereços m eclipse bastante tenso.

A Lua está em Virgem, na casa 12, uma posição também fragilizada, oculta, invisível, ignorada. A Lua representa o povo da nação e também representa o feminino. A casa 12 representa as instituições de isolamento e reclusão, assim como o inconsciente coletivo, portanto, ou o povo fica muito anestesiado e alienado, “isolado” nas prisões literais ou metafóricas, ou vai para o embate direto contra essa liderança capenga, visto que a Lua está em oposição ao Sol e a Quíron – é uma repetição do significado de outro posicionamento que eu já havia mencionado. Essa oposição também implica conflitos entre a alma masculina e feminina e o povo também em sofrimento. Contudo, esse embate é um tanto duvidoso, porque a Lua faz quadratura a Júpiter, sugerindo apatia, preguiça, indulgência. Júpiter é foco da T-Square, na casa 3, das comunicações, do sistema educacional, do comércio, da liberdade de expressão e de imprensa, do espaço público, como ruas e estradas. A crise entre povo e governo desemboca em problemas em todas essas esferas: a comunicação é maquiada para ser otimista, o povo oscila nas suas lealdades e desgostos, ora vai para um lado, ora para outro… Uma vez que Júpiter também está em quadratura a Netuno e a Mercúrio na casa 6, a comunicação é qualquer coisa, menos límpida e honesta. Há muito engodo, os meios de comunicação enganam e são enganados, há possibilidade de perdas por maus negócios em todas as áreas representadas pela casa 3, mencionadas acima – a educação passa por muitos desmandos, decisões populistas, equivocadas, muitas idas e voltas… Sabe aquela sobrema colorida, que você faz gelatina de vários tipos e cores, corta quadradinho e mistura com leite condensado? Imagine isso no calor, derretendo… é mais ou menos esse o cenário.  Sendo que a casa 3, além da educação, é também a casa dos transportes, das estradas, distribuição, comércio, etc., é provável que haja paralizações diversas nesses setores ao longo do ano, assim como muitas manifestações populares, por motivações várias – algumas delas usadas e manipuladas por grupos políticos, ou seja, tenha muito cuidado com as causas e manifestações que você apoia, porque seu patriotismo sincero pode estar sendo usado descaradamente por aqueles  que representam o que você acha que está combatendo. Uma coisa boa é que Mercúrio está em boas relações com Saturno e Plutão: se conseguirmos manter os pés no chão e ficarmos atentos à realidade, podemos transformar muita coisa, ao invés de nos sentir pressionados pelas circunstâncias. E claro, trabalhar duro. E muito!

Vênus está a 22 de Aquário em quadratura muito próxima a Marte em Touro, regido por ela, repetindo o tema do conflito entre a psique masculina e a feminina. Esse aspecto reflete também possíveis perdas para a cultura, o esporte e as artes em geral, pois Vênus está na casa 5, quadrando Marte na 8. Há possibilidade de perdas nas especulações e nos negócios com outros países – Marte na 8, do dinheiro/recursos dos outros, rege a casa 7, dos parceiros de negócios. O país vai atrás de bons negócios, mas são negócios que levam a prejuízos e possivelmente a rupturas de acordos – Urano está na casa 7, em recepção mútua com Vênus em Aquário na 5: há possibilidade de reinvenção e reegociação dos acordos, assim como de inovarmos nos campos criativos. Por outro lado, pode ser que haja também escândalos sexuais, talvez até envolvendo crianças. O Ascendente da ingressão para Brasília é Libra, também regido por Vênus, um Ascendente que sugere grande preocupação com as relações e parcerias, mas o país pode se perder ao tentar agradar exageradamente aos parceiros. Aliás, a regente do Ascendente, Vênus, está em quadratura ao regente do Sol, Marte, ou seja, os propósitos do governante vão contra os interesses da nação, entram em choque direto! E outra: as motivações do governante (Sol) são misteriosas, secretas, sombrias (regente do Sol, Marte, na 8) e definitivamente não são reveladas, na verdade são mascaradas pelo que é mostrado (Vênus) ou, no mínimo, contraditórias.

A já famosa conjunção Saturno-Plutão está na casa 4, apontando um tempo de dureza e dificuldade, de luta pela sobrevivência, da destruição e demolição de muitas estruturas que dão sustentação à nação. Há mudanças dramáticas nas tradições e ideologias, um possível endurecimento e aumento do controle sobre o povo, que pode se sentir amordaçado e vigiado. Pelo menos Saturno e Plutão recebem trígono da Lua e de Marte, formando um Grande Trígono em Terra, que pode significar uma grande resiliência e capacidade de sobreviência e também uma base forte e bastante resistente. Esse Grande Trígono pode significar que a crise é bem gerenciada, com as perdas sendo contidas e a economia sendo preservada, porém, a Lua na 12, sendo regida por Mercúrio retrógrado na 6, conjunto a Netuno – e Marte também numa casa oculta, a oito – sugere cautela porque o povo, na verdade, talvez apenas administre as perdas, pois além de ser lesado, é o último a saber e assiste impotente sem poder fazer muito. Até porque Saturno e Plutão estão conjuntos ao Nodo Sul da Lua – além de estarem conjuntos aos seus respectivos nodos também – um ponto de desgaste e de liberações cármicas.

Num curso que fiz recentemente de Astrocartografia no Kepler College, tive uma boa introdução à Astrologia Uraniana, que usa planetas hipotéticos chamados trans-netunianos. Esses planetas são Cupido, Apolo, Zeus, Cronos, Hades, Admetos, Vulcano e Poseidon. Cada um deles tem seus próprios significados e simbolismos. Eu os coloquei no mapa e é bem interessante as informações que eles adicionam. Por exemplo, o Meio do Céu (o governo e a classe governante, o prestígio nacional/imagem diante do mundo) do mapa de Brasília está enquadrado por Hades (criminalidade, pobreza, doenças, sacrifícios) e Cronos (lideranças, chefias, autoridades, governos/governantes). Na Astrologia Uraniana esses dois planetas juntos significam lideranças criminosas, chefes do crime, organizações criminosas, governos ligados ao crime e, consequentemente, a imagem do país torna-se extremamente decadente, associada à pobreza e à criminalidade e uma grande sombra (Hades) governa (Cronos) a nação (MC). Esses dois planetas “barra-pesada” ainda fazem quadratura ao Ascendente! Veja bem, não sou eu que estou falando isso. Eu coloquei esses planetas por curiosidade, porque estou aprendendo sobre eles. Essas interpretações são os significados tradicionais associados a esses planetas pela Astrologia Uranina.

Fig. 17 – Ingressão do Sol com os planetas Trans-Netunianos.

Vulcano, planeta que representa forças incontroláveis, situações desafiadoras, destino, está também na casa 10, em quadratura de menos de um grau a Urano em Touro na 7, salientando a possibilidade de rupturas com parceiros comerciais e “prometendo” conflitos que ocorrem de forma inesperada e que podem sair completamente de controle ou, no mínimo, ter um desfecho totalmente inusitado e surpreendente. Na casa 1 temos Zeus (máquinas, computadores, carros, tecnologia), quadrando o eixo nodal e a conjunção Saturno-Plutão (problemas com tecnologia que levam a situações caóticas?). Apolo também está na casa 1 e isso poderia ser ótimo, já que ele rege o comércio, negócios, ciência, investimentos internacionais, abundância… Realmente seria ótimo, se não estivesse em oposição próxima a Urano e quadratura a Vulcano – os negócios vão por água abaixo, ou melhor podem virar cinzas! E ainda tem Cupido (preocupações sociais, assuntos da comunidade, atividades culturais…), na 3 em quadratura ao Sol e Quíron: ou seja, o governo (Sol), está se lixando para as preocupações sociais! Eu realmente gostaria de ter notícias melhores, mas esse mapa não está “bonito”.

Resumindo, é um ano de conflitos, separações, negócios escusos, muita enganação diária pela mídia e sistemas de comunicação e o crime governando a coisa toda! É a minha interpretação desse mapa!

Fig. 18 – Astrocartografia da Ingressão do Sol em Áries.

O mapa astrocartográfico da Ingressão mostra uma ênfase sobre o Brasil, com as Linhas do Sol e Quíron no Descendente passando sobre a região Oeste, Centro Oeste, Amazonia… O Brasil no ocaso? Talvez uma posição de dependência de outros? A Linha da Lua no Ascendente passa próxima também, uma vez que está em oposição ao Sol, revelando sensibilidades salientadas. As linhas de Saturno e Plutão passam na costa brasileira – dificuldades na região Nordeste – o endurecimento começaria por lá?  Sol e Quíron estão no Meio do Céu na região do Oceano Pacífico e pegam apenas uma faixa de terra no Alaska, sugerindo que esta região estará em destaque durante este ano. Já na Austrália vemos as mesma linhas, mas agora Sol e Quíron estão ascendendo e a Lua está se pondo – outra região que estará sob os holofotes, por causa de Sol-Lua e também porque a conjunção Saturno-Plutão aparece no MC neste país. E ainda vemos Sol-Quíron no Fundo do Céu e Lua no MC no Leste da África, passando exatamente sobre Moçambique e o zimbabue, regiões seriamnete atingidas pelo ciclone Idai na semana passada e que agora precisa de ajuda de outros países para lidar com a tragédia (Lua no MC). Notável também é a posição de Marte no Meio do Céu passando pelo centro dos EUA – será que estão belicosos? Imagina!!!

Retrogradações

Neste ano não teremos retrogradações de Vênus e Marte – feliz ou infelizmente, porque se não ficam retrógrados neste ano, ficarão no próximo, o que implica mais peso em 2020. Mercúrio fica retrógrado em três períodos:

– De 05 a 28/03, em Peixes, quadrando Júpiter e fazendo conjunção a Netuno. A zona de retrogradação vai de 19 de fevereiro (Mercúrio passa por 16°47 de Peixes) a 16 de abril (Mercúrio ultrapassa e deixa para trás o grau em que ficou retrógrado). Esse é um dos períodos de retrogradação mais difíceis de Mercúrio, devido a vários fatores: primeiro por ser em Peixes, signo de queda de Mercúrio, além disso Mercúrio ficou retrógrado no grau crítico 29, e como se não bastasse, ainda foi pego no meio fogo cruzado nebuloso entre Júpiter e Netuno, fazendo quadratura a um e conjunção a outro – confusão é eufemismo nesse caso!

– De 07/07 a 01/08, do grau 04°25 de Leão até o grau 23°58’ de Câncer. Revisões a respeito dos nossos talentos, de como vemos a nós mesmos e também de como interagimos com nossa família, como nossa comunicação afeta os vínculos profundos que mantemos com pessoas importantes na nossa vida. A zona completa de retrogradação vai de 20 de junho a 15 de agosto.

– De 31/10 a 20/11, em Escorpião. Revisão sobre as eliminações e processos de transformação recentemente empreendidos. A zona de retrogradação cobre o período de 12/10 a 7/12.

Outras retrogradações:

Júpiter – Revisão sobre crenças, assuntos relacionados à justiça, expansão e crescimentos recentes, etc. Retrógrado de 10/04 a 11/08.

Saturno – Revisão sobre a aplicação das leis, sobre as estruturas que construímos recentemente, sobre o trabalho, como viemos lidando com obrigações, deveres e responsabilidades. Retrógrado de 30/04 a 18/09.

Quíron – Revisão sobre situações que nos machucaram recentemente e como lidados com isso; percepção mais filosófica e compreensiva desses fatos. Retrógrado de 08/07 a 12/12.

Urano – Revisão sobre as inovações, mudanças e progressos recentes. Entrou o ano retrógrado e ficou direto em 06/01. Fica retrógrado novamente em 12/08 e volta ao movimento direto em 10/01/2020.

Netuno – Reavaliação dos sonhos, realizados e não realizados. Retrógrado de 21/06 a 27/11.

Plutão – Reavaliação dos processos de grandes transformações. Retrógrado de 24/04 a 03/10.

Eclipses

O eixo nodal migrou da polarida de Leão-Aquário para Câncer-Capricórnio em novembro último. Os nodos lunares permanecem cerca de 18 meses nos signos e seu trânsito determina onde os eclipses devem ocorrer a cada temporada. Assim, nos próximos meses os eclipses ocorrerão em Câncer e Capricórnio, implicando em mudanças significativas nos assuntos relacionados ao equilíbrio entre a vida pessoal e a vida privada, á família, nosso papel social, dependência emocional versus autonomia. Os eclipses levam cerca de um ano e meio a dois anos acontecendo no mesmo par de casas no mapa natal e apontam em que área de vida também estamos encerrando alguns ciclos e começando outros – neste caso, nas casas onde você tem os signos de Câncer e Capricórnio. Entenda melhor o que são eclipses, como funcionam e qual a sua mecânica e significados,

Fig 20 – Eclipse Parcial do Sol em Capricórnio

Começamos o ano já com um Eclipse Parcial do Sol em Capricórnio, em cinco de janeiro. Pertencente à Série Saros Solar 122, uma série leve, este eclipse porém, representou muitas tensões, pois ocorreu com a Lua e Sol enquadrados por Saturno e Plutão, indicando períodos de dureza e cobranças.

Fig. 21 – Lua Cheia e Eclipse Lunar em Leão – Brasília, 21 de janeiro de 2019, 03h17min

O segundo eclipse da primeira temporada de eclipses de 2019 foi um Eclipse Total da Lua em Leão, no grau zero, um grau crítico. Também foi bastante estressante e completamente visível no Brasil, do começo ao fim. Da Série Saros Lunar 134, o eclipse ocorreu em quadratura a Urano, ainda no fim de Áries, implicando situações inesperadas, possíveis desastres e rupturas.

A segunda temporada se inicia em dois de julho, com o Eclipse Total do Sol a 10° de Câncer. Da Série Saros Solar 127, este eclipse fala de excesso, notícias preocupantes, notícias transformadoras e desejos individuais de grandes realizações, que podem ser positivos, caso não haja excesso de empolgação. É um eclipse que ainda traz o tema juventude. Pessoas com planetas ou ângulos entre os graus 05 e 15 de Câncer, Libra, Capricórnio e Áries sentem mais fortemente este eclipse.

Em 16 de julho ocorre um Eclipse Parcial da Lua a 24° de Capricórnio. Pertence à Série Saros Lunar 139 e ativa os temas de liberações, muita ansiedade, possibilidade de ilusões e decepções amorosas, despertar de ilusões seguidas de separações, situações caóticas, exaustão, desapontamentos, acidentes aéreos ou marítimos. Indivíduos com planetas ou ângulos entre os graus 19 e 29 de Capricórnio, Áries, Câncer e Libra são mais impactados pelos significados deste eclipse.

Por fim, ainda teremos mais um eclipse em dezembro, que já pertence à primeira temporada de eclipses de 2020 – ou seria terceira de 2019? No dia 26 de dezembro temos um Eclipse Anelar do Sol a 4° de Capricórnio, significando términos abruptos de relações e parcerias, intensidade emocional e transformações traumáticas provocadas por notícias inesperadas ou viagens. Este eclipse faz parte da Série Saros Solar 132. Os indivíduos que mais sentem os “efeitos” deste eclipse são aqueles que têm planetas ou ângulos no primeiro decanato de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio.

Conclusão

Depois de analisar todos esses ciclos, ingressões e desdobramentos, percebemos que 2019 é um ano de muitas rupturas, antagonismos, conflitos. Pode haver aumento considerável no calor e na aridez, o que pode elevar o número de incêndios. A impulsividade e impaci~encia ficam acentuadas, levando a frustrações. É também um ano bastante nebuloso, de muitas dúvidas e de oportunidades duvidosas… de escândalos, coisas bizarras e surreais, que nos deixam questionando a qualidade do tempo que vivemos. Decepções, arrocho e a sensação de estarmos no Teatro do Absurdo, de tantos desmandos que vemos. Não há nenhum alento? Sim, há dias bons e dias ruins, alguns melhores, outros piores, como é a vida, aliás… os trânsitos diários vão marcando esses altos e baixos e sinalizando os dias de trégua, mas, de modo geral, como eu havia dito no artigo sobre a Grande Mutação, as coisas começam a melhorar mesmo, lá para 2022. Eu sinto muito, querida leitora, querido leitor. Gostaria de ter ótimas notícias, mas o ano que temos pela frente não é muito fácil! Não se trata de enfatizar as coisas negativas, mas de lidarmos com o real, como ele se apresenta – como diz Bert Hellinger, quanto mais cedo lidarmos com a realidade, melhor para nós, porque podemos vislumbrar melhor as saídas para os problemas. Por isso mesmo nossa responsabilidade é maior quanto a nos mantermos atentos e presentes no agora, administrando esse ano com nossas melhores habilidades, fazendo o melhor que pudermos para tornar o dia a dia, nosso e de outros no nosso entorno, mais aprazível, tranquilo, com fé e esperança em dias melhores. Sendo ano de Marte, podemos usar de ação estratégica: cabe a nós agirmos de forma decidida, com atitude madura, evitando reagir de maneira impulsiva no meio das crises. Daqui a pouco esse período de transição passa e nos encontraremos em outra realidade! Que possamos fazer o melhor e merecer o melhor!

Bom ano a todos! namastê!

Referências: 

(1)  SOUSA, Maria Eunice – 2015 – Colocando a Casa em Ordem: https://mariaeunicesousa.com/2015/03/20/2015-colocando-a-casa-em-ordem-2/

(2) SOUSA, Maria Eunice – os parágafos sobre Quíron em Áries e Urano em Touro foram escritos originalmente para o artigo sobre 2018: https://mariaeunicesousa.com/2018/03/20/2018-a-grande-incognita/

(3) TOMPKINS, Sue – the Astrologer’s Handbook – London, 2006 – Flare Publications

(4) FALLON, Astrid – Planetary Cycles – Sheffield, 2001 – Fallon AStrographics

(5) SOUSA, Maria Eunice – A Grande Mutação: https://mariaeunicesousa.com/2019/03/16/a-grande-mutacao-antes-e-depois-de-2020/

(6)  FALLON, Astrid – Planetary Cycles – Sheffield, 2001 – Fallon Astrographics

(7) HAMAKER-ZONDAG, Karen – Aspects and personality – Boston, 1990 – Weiser Books.

(8) FALLON, Astrid – Planetary Cycles – Sheffield, 2001 – Fallon Astrographics

mariaeunicesousa

Maria Eunice Sousa é astróloga de orientação psicológica, formada pelo Centro de Astrologia Psicológica de Londres, fundado e dirigido por Liz Greene. Mora em Cuiabá, onde atende com Astrologia, trabalhando também como tradutora e intérprete (Inglês-Português). Além de Mapa Natal e Revolução Solar, também atende com Astrocartografia e Espaço Local (formada pelo Kepler College), Mapa Infantil, Mapa de Relacionamento e Mapa Vocacional.

One thought on “2019 – O Ano do Absurdo

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