Lua Cheia em Capricórnio
As últimas semanas têm sido particularmente tensas e intensas, no mundo e no Brasil, especialmente para o mundo feminino. Aliás, os últimos anos vem degringolando com retrocessos inimagináveis, em áreas e assuntos que já tínhamos por garantidos e agora vemos tantas conquistas das nossas mães e avós caírem por terra. Vemos atrocidades e barbaridades sendo reveladas: abuso e violência contra mulheres e contra o feminino. Porém, nestas últimas semanas tudo isso se intensificou grandemente, de uma forma impensável e estarrecedora, tornando-se mais gritante do que nunca.
Nesta semana, durante a última aula do curso de Astro*Carto*Grafia que eu estava facilitando pela Astroletiva, minha querida colega Patrícia Vilela, que também é terapeuta floral, me chamou a atenção para a posição de Lilith no Ascendente do mapa de ingresso do Sol em Áries, lá no mês de março. Um ponto ao qual eu não tinha dado tanta atenção antes, porque eu ainda não trabalho com Lilith de forma corriqueira; ainda não pude estudá-la da maneira profunda como ela merece. Mas o comentário muito pertinente de Patrícia me inspirou a olhar Lilith nesses mapas todos com mais cuidado. E cá estamos nós! Obrigada, Patrícia, pela inspiração!
O mapa do ingresso do Sol em si mesmo já estava suficientemente tenso e o que me chamou a atenção à época foi exatamente a posição da Lua no grau 29 de libra, fora de curso, depois de ter feito uma quadratura a Plutão. A Lua estava no fim da casa 4 no mapa de Brasília e eu lembro de ter falado – na live que fiz para analisar esse mapa – sobre como o feminino estava pressionado e oprimido naquele mapa, porque além de a Lua estar nessa situação de sequestro, a dispositora da Lua, Vênus, – outro astro feminino – estava numa situação ainda pior: sitiada por Marte e Saturno na casa 8 e ainda quadrando Urano.
Plutão é Hades, o violador, aquele que abduziu Coré e a levou para o Mundo Inferior, para os seus domínios obscuros e secretos. Aquele que fez conluio o com o pai de Coré para raptá-la e a escondeu no Mundo Inferior por muito tempo, sem que ninguém soubesse onde ela estava. A Lua nessa posição tão amarga de quadratura a Plutão fala, de fato, de um amargor indescritível na boca das mulheres nesse país! Plutão que, aliás, estava já na casa 8 no mapa do ingresso, os seus domínios, o submundo. Fiquei imaginando à época como essa quadratura com a Lua fora de curso poderia se manifestar… A Lua representa o povo num mapa mundano, mas ela também representa o feminino e as mulheres da nação. Agora estamos vendo como essa Lua se manifesta, o que essa Lua simbolizava: a violência escancarada, o abuso e o ódio e o rastro de horror e desespero que vão deixando para trás.
Mas esse texto é para falar sobre a Lua cheia em Capricórnio! E o que vemos quando olhamos o mapa da Lua Cheia em Capricórnio? A Lua conjunta a Plutão, fazendo quadratura àquela Lua do mapa do ingresso! E antes de olharmos para a Lua Cheia precisamos também olhar para a Lua Nova que abriu esse ciclo, a Lua Nova Canceriana! E é muito interessante e, com certeza não é coincidência, que exatamente nesta lunação de Câncer vemos Sol e Lua em Câncer conjuntos a Lilith – a Lilith que estava no Ascendente do mapa de ingresso do Sol em Áries! Agora na Lua Cheia vemos a Lua conjunta a Plutão – de novo: a mesma Lua que quadrava Plutão no ingresso do Sol!
Não é coincidência que estejamos assistindo petrificadAs a todo esse horror escancarado nos jornais e mídias sociais: uma notícia pior que a outra envolvendo mulheres, as causas femininas e feministas! Mesmo a sociedade considerada como uma das mais modernas do mundo – porém com um lado extremamente conservador – a sociedade norte-americana, deu muitos saltos para trás recentemente ao retroagir na lei que garantia às mulheres o direito ao aborto em todo o território nacional daquele país. E no Brasil vemos esse show de horrores dia após dia, de violências diversas cometidas não apenas por companheiros, mas pelo próprio Estado em situações várias. Um show de horrores estimulado e corroborado por um governo genocida, empenhado por si mesmo, num projeto de violência e morte, que a cada dia escala de forma preocupante.
Lilith no ascendente em Gêmeos do ingresso do Sol fazia um trígono muito próximo à Lua vazia lá em Libra e ambas também estavam em trígono com Saturno lá na casa 8, aliás a casa 8 estava muito ocupada: Plutão, Marte, Vênus e Saturno. Vênus, o outro astro feminino, como já dito, estava sitiada entre Marte e Saturno – na Astrologia Tradicional chamados os maléficos. A Lua também fazia um quincôncio com o Sol a zero de Áries e sesqui-quadratura a Mercúrio. É notável o quanto este mapa é violento com o feminino!
No mapa da Lua Nova em Câncer tínhamos Sol e Lua 7°22’ de Câncer na casa 4 do mapa de Brasília, conjuntos a Lilith a 8°22’ – um grau exato de orbe. Essa lua nova só fazia aspectos tensos: quadratura exata a Júpiter em Áries – Júpiter regendo a casa 9 parecia garantir o megafone. Ambas Lua e Lilith estavam Fora dos Limites do Sol. A lunação é canceriana então, a Lua também mandava no Sol, mas é interessante notarmos que a sensação é, na verdade, de novo de opressão e não de mando. Contudo, talvez por mais estarrecedor que seja tudo isso, a boa notícia é que tudo está vindo à tona, tudo está, de fato, sendo revelado, sendo conhecido. E por mais terrível e doloroso que seja – e evidentemente seria melhor que não fosse assim, que tais atrocidades não acontecessem – uma vez que esse horror existe, é melhor que se saiba sobre ele, para que haja consciência e que haja mudança e para que os criminosos sejam punidos, principalmente e que providências sejam tomadas!
O símbolo sabiano da Lua Nova de Câncer falava de “Coelhos vestidos em roupas humanas caminham como se estivessem num desfile”. Falava exatamente de quando nós vivemos fingindo ser o que não somos, ou quando colocamos um “espetáculo” para verem. Falava, principalmente da ideia da modelagem, de nos inspirarmos em modelos para crescermos e evoluirmos. O problema é que muitos se inspiram em modelos toscos e aberrantes e chegamos à barbárie.
Quando o Sol trafega o signo de Câncer sinaliza um tempo em que precisamos nos debruçar com mais atenção sobre os temas da família, dos vínculos, das nossas relações mais íntimas, da convivência doméstica, os cuidados com a casa e com o nosso lar; as relações familiares, não apenas a família de sangue, mas essas pessoas com quem convivemos na vida doméstica; a nutrição física e emocional que dispensamos a outros e principalmente a nós mesmos; como cuidamos das nossas necessidades e carências, como cuidamos da nossa natureza emocional e sensível, dos nossos sentimentos e também como cuidamos da alma feminina, a Alma Mater, a mãe nutridora que está presente em todos nós; o feminino primordial simbolizado pela pelo arquétipo da Grande Mãe, que ao longo da história foi também estuprado, violado, mutilado, para caber no mundo civilizado, monoteísta, masculino, patriarcal, do Pai. E é do Pai que agora vem falar Capricórnio, o oposto complementar de Câncer pois enquanto Câncer é a Mãe, Capricórnio é o Pai: severo, autoritário, duro, frio. Porém, também podendo ser responsável e carregar essa autoridade com graça e benevolência. O Pai pode ser bom e justo!
E agora chegamos ao apogeu do ciclo canceriano com a Lua culminando em Capricórnio. Fazendo o contraponto ao trânsito do Sol por Câncer – domínios lunares. E, se em Câncer vivemos os segredos familiares, vivemos a vida privada dentro das quatro paredes da nossa humilde ou luxuosa casa, em Capricórnio estamos no âmbito da vida pública, estamos no âmbito da sociedade! E como a sociedade trata essa família, esse feminino, essas mulheres, essa ânima, essa Alma Mater, geradora, doadora e nutridora da vida?
A Lua em Capricórnio está no seu exílio, está em detrimento: longe de casa, no deserto, na secura e aridez, sendo ela também obrigada a se endurecer. Ela, que sempre é tão molinha e sensível, aqui precisa andar sobre pedras pontiagudas ou areias ácidas e para isso, se endurece! Aqui a Lua se faz cheia e atinge o clímax do seu ciclo indo ela ao encontro de Hades! Terá ela escolhido ser abduzida dessa vez, talvez para descobrir os segredos do seu abdutor? Agora não há mais Coré, agora estamos diante de Perséfone e Perséfone não é Coré. Perséfone já é a deusa Senhora do Mundo Inferior e por isso ela tem acesso a outros poderes; ela abre os portões do inferno para escancarar o horror que precisa ser visto do outro lado, do lado de lá!
Além de se opor ao Sol, a Lua se opõe também a Mercúrio, o porta-voz solar. Este Mercúrio em Câncer – regido pela Lua – ao ser confrontado pela sua mãe, a própria Lua, recebe a incumbência de abrir a boca e arrotar, e vomitar, e soltar, e botar para fora tudo o que estava preso e indigesto, escondido no estômago ácido das belas sociedades capricornianas, dos indivíduos super ajustados às regras da correção nos belos salões, mas corrompendo-as completamente na primeira oportunidade. As sociedades empertigadas dos “cidadãos de bem”, de médicos estupradores, de jornalistas e enfermeiros violadores, de presidentes mentecaptos e perversos.
A lunação de Capricórnio está extremamente tensa! Novamente a Lua está Fora de Limites acompanhada nesta condição pelo filhote Mercúrio. Além de a Lua estar nesse Deserto Saturnino, ela cansou-se, porque a condição Fora de Limites indica que ela evadiu-se do Reino, ela exilou-se. Ela Foi Embora! Essa imagem me lembra exatamente da imagem de Lilith no mito original judaico, em que Lilith é a primeira mulher de Adão, criada por Deus para ser submissa, mas é expulsa do Paraíso por não se subordinar. Lilith se torna uma proscrita: é exilada pelo Deus Javé e condenada a viver no deserto com os demônios que lá habitavam.
Lilith ainda está em destaque, na quadratura com Júpiter, que, embora não esteja diretamente relcionado com a Lua em Capricórnio, reverbera devido à sua posição na Lua Nova, por ser o principal aspecto naquele mapa. Júpiter é um planeta social e simboliza a legislação, a criação das leis, a moral e os costumes de cada época e sociedade; a ética, a cultura. Portanto, Lilith na quadratura parece também se ressentir da cultura e dos costumes simbolizados por este Júpiter. Lilith em Câncer, no âmbito da Mãe, Júpiter em Áries, no âmbito da energia masculina.
Cá estamos nós com as duas Luas, a Alva e a Negra, no deserto, palmilhando solos pontiagudos, afiados, que ferem e esfolam não apenas os nossos pés, mas também a nossa alma; que sangram a alma de todas as mulheres, não só pelas atrocidades cometidas e reveladas nas últimas semanas, mas pelos milênios de história estarrecedora que nos trouxe até aqui! Mas é apenas uma Lua Cheia de um ciclo de 29 dias! Essa Lua Cheia não dá conta de falar de séculos de história, é claro! Entretanto, num ciclo de poucas semanas da Lua também podem estar contidos todos os ciclos que vieram antes, assim como em cada filha se pode achar e ler a história de todas as mães e mulheres que vieram antes. Não é só mais um ciclo, porque essa Lua compreende muitos superlativos: é uma Super Lua, está Fora de Limites, e está conjunta a Plutão. É uma lunação potente, mas extremamente carregada e tensa. A Super Lua do Deserto. A Lua do Exílio: exilada no Mundo Inferior, na escuridão.
Além dos aspectos já mencionados, a Lua ainda se afasta de uma quadratura a Quíron em Áries. Quíron, o Curador Ferido, que representa exatamente o nosso lado mais frágil, vulnerável e também o mais embaraçoso e capenga; aquilo de que a gente tem vergonha. Quíron em Áries que fala dessa ferida geracional, de o indivíduo não se sentir legítimo, validado na sua busca por realização individual. Câncer e Capricórnio representam o par parental, a Mãe e o Pai arquetípicos, enquanto Áries é esse indivíduo que surge dentro dessa família, sustentada por essa sociedade. Esse Quíron em Áries representa o indivíduo que se sente sem suporte, seja da família, seja da sociedade. Pelo contrário, é um indivíduo oprimido – neste caso, a indivídua. E não é interessante, como a língua também pode ser sexista? A língua é linda, maravilhosa e tem uma tradição. O problema não é a língua em si mesma, é quem faz os cânones linguísticos é quem estabelece as convenções (isso pode ser uma baita viagem minha, mas ando pensando mesmo na coisa da linguagem, seus signos e regras e o quanto a linguagem pode segregar, mas isso é conversa para outro momento porque não ia caber aqui e agora essa discussão). Como diz minha sobrinha Áurea, Mestra em Letras, a língua também é fruto do contexto, da cultura e da sociedade em que se vive e se vivemos numa cultura sexista, a língua vai reverberar isso. Voltando: os signos zodiacais têm polaridades e o signo de Áries, por onde trafega Quíron é um signo de polaridade masculina, ativa positiva. Quíron recebendo a quadratura de Sol, Lua e Mercúrio vem falar dessa indivídua esfolada na alma. Nota: indivíduo, no português é substantivo sobrecomum, que apresenta apenas um termo para os dois gêneros. A palavra indivídua existe, mas tem um significado depreciativo: uma mulher qualquer. Fulana.
Capricórnio é regido por Saturno, o Senex, o Velho, o Senhor do Carma o Senhor da Morte, o Senhor do Tempo, aquele que tudo mede e mensura, que tudo computa e cataloga, de tudo toma nota: dos nossos erros e acertos, das escapadas e fugas, dos comprometimentos e entregas. Saturno tem estado em casa desde 2018 ficou dois anos e meio em Capricórnio e agora passa por Aquário, a sua casa diurna e se prepara para mais uma quadratura com Urano, lá em outubro, que embora não fique tecnicamente exata, fica muito próxima, a menos de um grau. E mais uma vez Saturno-Urano vem falar dos sistemas que precisam ser reformados ou reformulados e os sistemas nos quais vivemos definitivamente precisam de reformas urgentes, reformas essenciais e verdadeiras, não esses arremedos que temos visto nos últimos tempos. É esse Senhor do Tempo e das Cobranças que comanda a Lua Capricorniana, que ainda precisa prestar contas – mas ela agora mostra a verdade, nua e crua, a verdade do deserto, e bota o filhote Mercúrio para berrar.
A ajuda que essa Lua encontra é o conforto de um trígono a Netuno, aplicativo (ainda vai acontecer) e já se afasta das possibilidades de diferenciação do sextil a Urano. Para onde foi a inovação representada por Urano? Terá havido qualquer inovação, qualquer mudança? O futuro parece estar escorregando ladeira abaixo em direção ao passado lúgubre de realidades medonhas das quais achávamos que já estávamos livres.
Essas lunações e movimentos astrológicos vêm chamar a atenção também para a necessidade de olhar e ver, reconhecer e conscientizar, porque é o único jeito de mudar aquilo que não está bom e não está certo. Embora a Capricórnio seja um signo feminino por polaridade, representa o Pai, o paterfamilias (pai de família), o pátrio poder. Representa a autoridade secular mundana da sociedade, representa as autoridades estatais e governamentais – e aí, voltando a brincar com a língua: não temos indivídua, mas também não temos o autoridade! Dá para brincar e pensar que a autoridade na língua é uma palavra feminina, infelizmente muito mais aplicada ao gênero masculino, já que a autoridade masculina é sempre mais prontamente reconhecida – ainda! Neste caso vou usar, de fato, o gênero.
Voltando Capricórnio, mais uma vez: representa as autoridades mundanas sociais, governamentais, das estruturas que sustentam o mundo. A Lua em Capricórnio sequestrada por Plutão grita por socorro, pede ajuda ao seu filho Mercúrio e ordena: “Suba aos montes, grite, conte a minha história, conte como a sua mãe foi violada, conte como estou ferida, conte como A minha Autoridade não é reconhecida; conte como esse femininO, embora tenha se rebelado, segue sendo visto e tratado como subalterno e subordinado, menor, pequeno, inferior. Objeto de uso”.
É muito sintomático e nada simbólico – é literal mesmo! – que numa Lua Cheia de Capricórnio, conjunta a Plutão, tenhamos a notícia terrível de uma mulher estuprada na hora do parto, num Hospital da Mulher, por um médico da própria equipe que deveria assegurar a sua segurança. A Mãe, Mater, parindo vida nova, num mundo velho, de velhos costumes, de podres poderes. E é enfurecedor ainda a postura da delegada no ato da prisão, dando mil explicações, quase se desculpando pela prisão – só eu tive essa impressão?
A Lua faz o apelo aos Poderes porque Plutão também é poder, o Grande Poder. A posição da Lua oprimida em Capricórnio também traz um recado claro, um pedido de socorro a essa autoridade mundana, masculina, representada pelo Pai-Pater: “você pode mudar essa história, você pode mudar o comportamento, você pode mudar a lei, você pode mudar essa dinâmica, essas relações, esse jeito de enxergar a outra parte! Pater, você pode mudar! E embora estejamos falando com uma entidade impessoal e imaterial, arquetípica, se falarmos forte o suficiente, podemos alcançar esse Masculino que reverbera nos homens-de-carne-e-osso, vivos e operantes no mundo, e podemos apelar para eles que se levantem, que se posicionem contra a violência e o abuso que vem sendo perpetrados contra o feminino, contra as mulheres, por tantos séculos! Você homem, ser masculino, você pode mudar isso também! Essa luta não é apenas das mulheres e do ser feminino, nem é só dos grupos LGBTQIA+. Essa é uma luta humana! O que você vai fazer, Homem? Essa opressão também recai sobre você! O que você vai fazer, Pater? O que você vai fazer, Pai? O que você vai fazer? Sonho com o tempo em que homens também comecem a se educar e educar seus pares sobre as piadas e comportamentos sexistas e abusivos, em que sairão às ruas para protestar em favor das mulheres, nem que seja por defender sua mãe, esposa, irmãs e amigas!
A Lua atingiu o apogeu do seu ciclo às 15h37min do dia 13 de julho, no horário de Brasília, a 21°21’ de Capricórnio, segundo dizem um número mágico cabalístico.
O Símbolo Sabiano do grau 22 (21°21’) de Capricórnio traz a a seguinte imagem: “Um general que aceita a derrota graciosamente”.
Sobre este símbolo, Lynda Hill diz: “Este Símbolo fala sobre se ser capaz de ver onde e quando ‘Aceitar’ que as coisas não estão funcionando e sobre deixar de lado eventos, pessoas ou pensamentos que não funcionam mais para você. Há momentos em que percebemos que não há mais sentido em lutar e ‘vencer’ em algumas situações pode ser impossível. No momento da rendição, é o valor da batalha e a maneira como você lidou com ela que será lembrada. Às vezes, é o quão graciosamente você lida com a derrota que será a medida do julgamento. Você vai empreender outros esforços e ganhará. Nem sempre é preciso ‘aceitar a derrota’: às vezes você tem que aceitar suas próprias vitórias”.
Ela ainda enumera alguns conceitos-chave que podem ser associados com este símbolo: “Verdade de valor interior. Aprender que cada pequeno escaramuça não é uma derrota. Desistir e estar disposto a começar de novo. Nobreza de caráter. Deixar de lado a acusação em torno da raiva. Cuidados: risco de ser um mau perdedor. Sentir que tudo vai sair mal. Confiar nas auto-limitações. Vendo o negativo. Traição e perda. Perda de apoio. Entrega”.
Este símbolo é auto explicativo, mas pode confundir a temática que discuti até aqui. Já sabemos o que não está funcionando. Temos sofrido derrotas arrasadoras ao longo de séculos, mas os generais continuam em guerra! Não admitem, nem mesmo grosseiramente – quem dirá graciosamente – que esses sistemas estão falidos e que, ao nos vencer, eles também perdem! Não tenho como elaborar muito mais!
Que os generais possam ver e enxergar que estamos todos perdendo!
Uma Boa Lua Cheia para Você!
Boa noite Maria Eunice
Muito fortes e assertivas, as suas palavras neste texto.
É verdade que até a linguagem… espelha e é o resultado duma sociedade secular patriarcal, machista.
Adorei que nos recordasse que o termo AUTORIDADE é uma palavra FEMININA, uma indirecta muito directa, pois nunca é tarde para o resgate do seu verdadeiro valor e lugar no mundo .
Também concordo plenamente, que em qualquer guerra, todos perdem.
Acredito que o final deste abuso ao FEMININO só chegará, quando toda a Humanidade (outra palavra poderosa e feminina), se concientizar para a urgência inevitável ,em mudar esta mentalidade, primando pela educação com base no respeito pelas diferenças de género,,cor, etnia, cultura…
Como diz o ditado,enquanto houver ViDA, há ESPERANÇA, e termino com mais estas duas palavras que tudo dizem e correspondem plenamente ao significado do grau sabiano “aceitar graciosamente, nobremente a derrota” e que são mais uma vez, femininas.
Muito grata pela sua partilha,
Anabela Neves
Anabela, seja bem-vinda! Eu também agradeço pelo comentário, contribuição e sua reflexão. Enquanto houver vida, há esperança!